Considerando o crescente direcionamento das pesquisas sobre formação de professores em Matemática a aspectos mais subjetivos do desenvolvimento desse profissional e em vistas de contribuir com a discussão nesse âmbito este artigo tem por objetivo identificar e discutir sobre elementos que compõem o processo de constituição da identidade profissional docente (IPD) de discentes de um curso de licenciatura em Matemática de uma universidade pública cearense. Com amparo teórico nos estudos de Dubar (2005), Nóvoa (1992), Farias et al. (2009), Ledoux e Gonçalves (2015), entre outros, optou-se, metodologicamente, pela realização de um estudo de caso qualitativo, utilizando-se da História de Vida Temática como técnica de produção de dados. Como resultados, apontamos importantes elementos identitários na formação inicial dos sujeitos em questão, quais sejam: a concepção sobre docência e sobre Matemática e seu ensino, o currículo do curso, o entendimento sobre a relação entre teoria e prática, com ênfase nos estágios supervisionados, e, de maneira especial, a prática formativa dos professores formadores e, por conseguinte, suas identidades. Do apanhado decorre a necessidade de dedicar maior atenção a tais aspectos da/na formação inicial e, sobretudo, investigar como se constitui a IPD dos professores formadores atuantes nas licenciaturas e como esta repercute na constituição identitária dos futuros professores de Matemática.
O ensino da Matemática passa por transformações significativas quanto à formação docente, mesmo que ainda não suficientes para suprir a carência de professores habilitados para essa função, sendo a atual LDB um marco para mudanças nesse cenário, ao exigir formação a nível superior para a docência. A partir das demandas dessa lei, em 2002 foi implantado o curso de Licenciatura em Matemática da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central da Universidade Estadual do Ceará (FECLESC/UECE), a fim de reduzir a carência de docentes nessa região do interior do Ceará, tendo o referido curso mais de 15 anos de atuação e formado 91 professores. Nesse contexto, discutindo a docência e elementos relacionados à sua escolha enquanto profissão, esta pesquisa, configurada como um estudo de caso qualitativo, objetivou investigar se os egressos desse curso estão, de fato, atuando como docentes e, mais especialmente, o que os levou a optar ou não pela docência. Por meio da aplicação de um questionário junto a 50 ex-alunos do curso, obtivemos que 29 estão atuando na docência e 7 em cargos de gestão escolar; dentre os que não exercem a profissão, 14 não optaram pela carreira e apenas 1 está desempregado. Para nossos sujeitos, o ingresso na profissão docente foi pautado, principalmente, no gosto pela profissão. A pesquisa contribuiu para sabermos quais aspectos estão relacionados à escolha pela docência, permitindo refletir sobre a inserção no magistério e os desafios da educação.
O Laboratório de Educação Matemática da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (FECLESC), campus da Universidade Estadual do Ceará (UECE) na cidade de Quixadá, denominado LaboMática, completa, em 2023, quinze anos na realização de trabalhos nessa área. Atuando junto à formação de professores que ensinam matemática (PEM), desde licenciados em Matemática a pedagogos, esse laboratório vem deixando sua marca, colaborando, direta ou indiretamente, em sua formação inicial, assim como na formação continuada daqueles que já estão inseridos na docência, no contexto do Sertão Central cearense. O presente artigo tem por objetivo, assim, discutir as contribuições do LaboMática na formação inicial e continuada de PEM, perseguindo, para isso, respostas para as seguintes perguntas: qual o histórico do LaboMática? Quais atividades desenvolveu e desenvolve? A partir do resgate de sua história, sujeitos e ações realizadas, foi possível notar que o LaboMática representa a frente de Educação Matemática da FECLESC, reunindo principalmente professores e alunos dos cursos de licenciatura em Matemática e Pedagogia, mas também de outras áreas do conhecimento, acompanhando as tendências e demandas dos cursos de formação de professores e atendendo ao tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Desde a abordagem aos materiais didáticos, trabalhando a concepção de que o ensino de Matemática parte do concreto ao abstrato e que, com o auxílio de materiais didáticos (MD) e recursos tecnológicos, podemos facilitar o processo de desenvolvimento conceitual dos alunos, até o estudo teórico e a produção científica no campo da Educação Matemática.
É notória a defasagem no ensino de Matemática nas escolas, o que leva muitos professores a se perguntarem, diariamente: “Como ensinar Matemática? ou “O que devo fazer para que os meus alunos aprendam esse conteúdo de Matemática?”. Por isso, não se pode deixar de pensar e de criar projetos/estratégias que fortaleçam o ensino de Matemática, pois a mesma é indispensável na formação do ser humano. Para tanto, existe a extensão universitária, que possibilita uma contribuição para a formação do discente que a vivencia, por meio de experiências desenvolvidas, que fortalecem o conhecimento do aluno e que visam promover a relação entre a universidade e a comunidade externa. A observação e a participação nas ações de extensão realizadas no Programa de Extensão: Formação Continuada em Educação Matemática, vinculado ao Laboratório de Educação Matemática da FECLESC/UECE – LaboMática, levou-nos ao seguinte questionamento: quais as contribuições do Programa de Extensão: Formação Continuada em Educação Matemática, dos anos de 2018 e 2019, na formação de licenciandos e comunidade externa? Diante dessa pergunta, este trabalho teve como objetivo refletir sobre as contribuições do Programa de Extensão: Formação Continuada em Educação Matemática, dos anos de 2018 e 2019, na formação de licenciandos e na comunidade externa. O artigo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa participante, de natureza qualitativa, em que foram observadas ações realizadas interiormente e exteriormente à FECLESC. Assim, observaram-se várias atividades proporcionadas pelo Programa e suas contribuições na disseminação de metodologias para o ensino de Matemática e o Programa ainda colaborou para aperfeiçoar a formação inicial e continuada dos envolvidos no projeto, destacando-se a importância da extensão universitária e percebendo-a como uma peça fundamental na formação do professor, pois ela o aproxima do fazer docente e também rompe a distância entre universidade e comunidade externa, entre universidade e escola. Palavras-chave: Contribuições; Programa de Extensão; Educação Matemática; Formação inicial docente.
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