O trabalho pretende demonstrar que a teoria da racionalidade comunicativa, desenvolvida por Jürgen Habermas, permite um posicionamento, a um só tempo, crítico e positivo, quanto às redes digitais. Porquanto seu desempenho não é apenas crítico no sentido de uma negação, mas principalmente criativo e dinâmico, visto que oferece o modelo de um procedimento discursivo – público e democrático – que permite avaliar pretensões de validade das redes digitais.
A ética do discurso se caracteriza como uma posição filosófica que lança mão de um procedimento argumentativo, também caracterizado como discurso, a fim de solucionar problemas, dilemas ou conflitos morais na atual sociedade complexa, globalizada e multicultural. A ética do discurso tem sua origem nos trabalhos teóricos de Karl-Otto Apel e Jürgen Habermas. A ética do discurso, que constitui uma moral discursiva talhada para a vulnerabilidade de seres vivos que se individuam mediante socialização e comunicação, precisa resolver, ao mesmo tempo, duas tarefas: de um lado, postular respeito simétrico pela dignidade de cada um e, por outro, proteger as relações intersubjetivas através das quais os indivíduos se mantem como membros de uma comunidade. Habermas propoê um novo caminho, genealógico, cuja meta é a reconstrução crítica e hermenêutica do conteúdo deontológico inerentes a valores, normas, mandamentos e intuições éticas vigentes em uma sociedade.
A comunicação pretende chamar a atenção para pontos fundamentais da teoria do agir comunicativo, de Jürgen Habermas, que está centrada na comunicação e na vulnerabilidade humana que é fruto da própria comunicação. Será utilizada uma estratégia de exposição dividida em três etapas: A primeira etapa terá duas séries de observações gerais sobre a vida e a obra de Habermas. Na segunda etapa o texto é concentrado em dois pontos de extrema relevância na teoria do agir comunicativo: aa relação dialética com a teoria de Emanuel Kant; e, o critério de acoplabilidade interdisciplinar entre princípios teóricos distintos o que lhe permite soletrar um projeto de teoria da sociedade entendida como crítica da razão ontológica. A terceira etapa abordará problemas derivados do conceito complexo e bipolar da sociedade que depende de possibilidades de acoplagem entre mundo da vida e sistema.
A comunicação pretende sinalizar que o debate entre a “filosofia sem espelhos”, de Richard Rorty e a teoria do agir comunicativo, de Jürgen Habermas, pode ser entendido como exemplo ímpar de crítica e cooperação na busca da verdade filosófica. A estratégia de apresentação se configura em dois procedimentos distintos: Em um primeiro momento proceder-se-á à demarcação sumária da presença do pensamento de Habermas em textos característicos de Rorty e vice-versa. A seguir, será empreendida uma tentativa visando mostrar que a relação entre o pensamento de Rorty e o de Habermas é dialética, isto é, ao mesmo tempo crítica e cooperativa. O objeto principal do debate entre ambos tem a ver, principalmente, com a correta interpretação da virada linguística efetuada na filosofia contemporânea: até que ponto ela implica o abandono puro e simples da teoria da modernidade e do conceito de racionalidade, de Kant, o que implicaria uma verdadeira autodemissão da filosofia? Qual deve ser o critério do novo discurso filosófico: a comensurabilidade científica ou a incomensurabilidade de um não-consenso edificante?
O texto intitulado Mudança estrutural da esfera pública, publicado em 1962 e que reproduz sua tese de habilitação, marca o início da multifacetada e complexa obra habermasiana. Ele configura, além disso, um dos conceitos centrais e estruturantes que acompanham a obra de Habermas como um todo. Dois anos mais tarde, em 1964, ele redigiu um novo texto, bastante resumido, sobre a esfera pública para um léxico, no qual condensa, reorganiza e, inclusive, remodela algumas idéias expostas na Mudança estrutural da esfera pública de 1962. Tomei esse texto como guia para entender as ideias nem sempre tão claras expostas no texto de 1962. Deter-me-ei em quatro pontos: a) O conceito de esfera pública nesta fase inicial de seu pensamento. b) A correta compreensão do conceito de esfera pública implica uma análise histórica. c) O modelo liberal de esfera pública. d) A esfera pública nas democracias de massa do Estado social.
This article consists of a number of initial reflections on concepts inherent to the theoretical paths traced by J. Habermas and N. Luhmann. It was developed with the intention of showing how a confrontation between their ideas allows us to offer contrasts to specific elements of Habermas’s arguments. The understanding of these divergences is necessary for an accurate interpretation of their respective theories of law.
Neste ensaio abordam-se dois temas principais: de um lado, o papel eminentemente central e paradoxal do conceito de mundo da vida na construção da teoria habermasiana centrada na atividade comunicativa; do outro, como esta concepção de mundo da vida pretende lançar as bases para uma via de análise da sociedade em geral. Tenta-se mostrar como o conceito de mundo da vida – que se estrutura e diferentes níveis - é fruto de um longo processo de reconstrução e de apropriações críticas de princípios teóricos oriundos da filosofia e das ciências sociais, especialmente da teoria de sistemas, de Niklas Luhmann.
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