Resumo O objetivo deste artigo é contribuir para a periodização do estudo sobre a forma urbana no estado do Espírito Santo, mais especificamente a partir do ponto de vista dos pesquisadores vinculados à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), na qual se sedia, desde 1979, o curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Na primeira parte do texto, sugere-se a existência de três períodos de ensino e pesquisa em Morfologia Urbana, quais sejam: os primeiros anos, a consolidação com formação de redes e a difusão. Ao final do artigo, relatam-se as experiências mais atuais e as perspectivas futuras que estão alinhavadas com toda a formação precedente.
Neste artigo, que deriva de investigação de Doutorado, em desenvolvimento junto à Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo), propõe-se apresentar a estrutura da tese, detalhando os principais aspectos teóricos que dão suporte à construção (e verificação) das hipóteses e resultados parciais obtidos. O artigo está organizado em duas partes. Na primeira parte serão apresentados autores seminais referentes a temática sugerida percorrendo exemplos europeus e latino americanos. Na segunda parte o objeto empírico será apresentado juntamente com uma parte da pesquisa em andamento. Os dados da pesquisa serão trabalhados em uma linha do tempo regressiva, percorrendo os períodos históricos brasileiros da República, Império e Colônia, na qual se analisam fontes documentais cartográficas e textuais.
Esta pesquisa insere-se no campo teórico da morfologia urbana, o qual considera a cidade como um objeto passível de ser estudado a partir da métrica formal, e dialoga, mais especificamente, com o interesse sobre o estudo da longevidade das formas urbanas. No contexto de um dos setores do centro de Vitória (Espírito Santo, Brasil), denominado "cidade alta", a Rua Pedro Palácios é o principal eixo de conexão, física e visual, entre a atual sede do Governo Estadual e a Catedral Metropolitana, entre as representações materiais do poder político e religioso, entre o antigo colégio jesuíta e a igreja matriz. Contudo, estes elementos urbanospalácio, rua, catedralnão passaram pelas diversas camadas do tempo sem sofrer metamorfoses. A partir do referencial teórico-metodológico proposto, da análise comparativa e decomposição sistêmica da planta foi possível aferir os apagamentos e persistências ao longo do eixo da Rua Pedro Palácios, conexão entre os primitivos Largo do Colégio e Largo da Matriz, em pelo menos três hipotéticos períodos morfológicos.
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