ResumoOs chamados sistemas de trabalho de alta performance refletem a necessidade de organizações fortalecerem o envolvimento do trabalhador para que este responda mais rapidamente às demandas por resultados. Apesar de as práticas de alta performance promoverem uma gradual intensificação no trabalho e o aumento do nível de stress dos trabalhadores, e, portanto, restringirem a qualidade de vida e o bem-estar no trabalho, empresas de alta performance exercem grande poder de atração nos profissionais qualificados, o que enseja a indagação sobre os mecanismos que promovem essa atratividade. Para investigar esta questão, este estudo se debruça sobre os discursos proferidos por profissionais que atuam na área de recursos humanos de empresas de alta performance atuantes no Brasil. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas em profundidade com esses profissionais, com perguntas amplas sobre as atividades de recrutamento e seleção de funcionários. Os argumentos e motivos que permeiam os discursos desses profissionais foram analisados à luz do repertório conceitual da Teoria Crítica, particularmente o debate sobre as racionalidades que orientam a ação social. O exame dos discursos aponta para uma comunicação instrumentalmente orientada e para a distorção sistemática do processo comunicativo no interior das organizações, em detrimento do equilíbrio entre vida e trabalho e do bem-estar individual e interpessoal.Palavras-Chave: Intensificação do trabalho. Racionalidade. Teoria crítica. Distorção comunicativa. AbstractThe so-called high performance systems reflect the organizations' need to strengthen worker involvement in order to respond more quickly to demands for results. Despite the fact that high performance practices promote work Artigo submetido em 24 de setembro de 2013 e aceito para publicação em 10 de outubro de 2014.
Resumo É notável a crescente flexibilização das relações de trabalho no cenário nacional, sobretudo a partir da década de 1990. Uma miríade de modalidades atípicas de contratação emergiu, sendo de especial relevância, para esse trabalho, a terceirização das atividades produtivas, anteriormente restrita a poucas hipóteses: a subempreitada e a contratação de serviços de vigilância e de mão de obra temporária - em bases muito mais limitadas do que as previstas atualmente. Foi apenas no início da década de 1990 que se instituiu, por intermédio do Enunciado n. 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a previsão de terceirização para as atividades-meio e, ato contínuo, em 1998 foi proposto o Projeto de Lei n. 4.302/98 (PL n. 4.302/98), cuja previsão da extensão da terceirização às atividades-fim foi incorporada, em 2004, ao Projeto de Lei n. 4.330/04 (PL n. 4.330/04). Tendo em vista essas mudanças em curso, o objetivo deste artigo é discutir, ainda que preliminarmente, o instituto da terceirização no cenário nacional, privilegiando sua dimensão histórica, em especial sua inserção no âmbito legal, com vistas a contextualizar o momento atual, no qual têm lugar debates acerca dos impactos do PL n. 4.330/04, destacadamente a partir de abril de 2015, quando o tema emergiu na mídia de massa. A revisão bibliográfica empreendida resultou na definição de um objetivo intermediário, que consistiu na identificação e análise crítica da participação de atores coletivos, a exemplo das entidades de classe representativas do patronato e dos trabalhadores, além de associações de profissionais do Direito, na discussão das implicações sociais e trabalhistas advindas da eventual aprovação do PL n. 4.330/04. As atuações desses diferentes atores foram assumidas como representativas das forças que expressam tendências e contratendências e, portanto, interesses divergentes em torno do tema da terceirização.
Resumo A crise capitalista dos anos 1970 introduziu uma série de transformações que modificaram as formas de organização do trabalho. Essas mudanças foram compreendidas, por Boltanski e Chiapello (2009), como promotoras de um novo espírito para o capitalismo. Em consonância com essas alterações, o conceito de carreiras sem fronteiras emerge a partir dos anos 1990, trazendo em seu bojo a ideia de mobilidade interorganizacional, associada ao sucesso profissional. Adotado de maneira ampla, o conceito de carreiras sem fronteiras propõe, como orientação geral, a necessidade de o trabalhador desenvolver uma série de competências com vistas a adequar-se ao novo paradigma produtivo. Objetivamos, neste ensaio, refletir sobre o construto carreiras sem fronteiras, à luz da caracterização que Boltanski e Chiapello (2009) fazem da fase atual do capitalismo. Defendemos que o conceito de carreiras sem fronteiras serve como instrumento de mobilização da força de trabalho, contribuindo para ressignificar, sob a forma de autonomia e liberdade de escolha, a precariedade do trabalho sob esse novo paradigma. Apesar de seus aspectos controversos, o referido conceito vem se tornando referência no debate atual acerca da inserção no mundo do trabalho, o que justifica a importância desta discussão.
Este artigo investigou a influência exercida pelo contexto de origem nas trajetórias de carreira de prestadoras de serviço de limpeza. Adotou-se, enquanto quadro teórico, a abordagem disposicional neobourdieusiana proposta por Jessé Souza. A abordagem metodológica privilegiou o uso de histórias de vida para analisar as trajetórias profissionais estudadas. Os resultados obtidos ilustram que os contextos de origem das entrevistadas, caracterizados por reduzidos volumes de capital e acentuada desorganização social, condicionaram suas trajetórias profissionais, marcadas por inserções pouco qualificadas em um mercado de trabalho competitivo. Tais resultados contribuem para colocar em xeque abordagens voluntaristas de carreiras que enfatizam a agência individual.
O presente trabalho tem como objetivo examinar a literatura científica internacional com vistas a contribuir para o aprofundamento do conhecimento acerca da gig economy, em estudos desenvolvidos a partir da perspectiva do trabalhador. Para tanto, empregamos três modelos de análises: bibliométrica, cientométrica e de conteúdo, que forneceram um retrato dinâmico de como se estrutura o domínio de conhecimento deste campo atualmente. Os resultados evidenciam que o campo é altamente recente e promissor, com início em 2016, marcado pela publicação em periódicos com alto fator de impacto, situados, em geral, no primeiro quartil, o que informa que o campo de estudos é de interesse da comunidade acadêmica internacional. Além disso, identificamos os principais autores e documentos cocitados, as palavras-chave com maior ocorrência e com maior explosão de citações, descortinando tendências sobre o tema. Propomos a classificação dos estudos deste campo em três perspectivas: The Bright Side, The Dark Side e Regulação do Estado. Por fim, propusemos rotas de investigação em forma de desafios a serem superados pelos pesquisadores. Tal agenda de pesquisa convida os investigadores a contribuírem na edificação de um campo em construção.
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