Resumo Os cuidados paliativos são promovidos por uma equipe interdisciplinar que visa oferecer melhor qualidade de vida tanto aos pacientes que enfrentam doenças que ameaçam a vida quanto a seus familiares. Este trabalho objetivou compreender as significações dos cuidados paliativos para os profissionais de uma equipe de atenção domiciliar, que configura uma das modalidades de assistência em que esses cuidados podem ocorrer. Para tanto, adotou-se a pesquisa descritiva e exploratória, de cunho qualitativo. Participaram da pesquisa 9 profissionais de diferentes áreas de um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) vinculado a um hospital-escola do interior do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e submetidos à análise de conteúdo. Os resultados demonstraram que os cuidados paliativos são compreendidos pela equipe investigada como uma prática de natureza interdisciplinar que gera benefícios para os pacientes e profissionais envolvidos nessa área de atuação. Além disso, os participantes consideram que atuar em cuidados paliativos exige que os profissionais tenham um bom gerenciamento das emoções e preparo para trabalhar com situações complexas. Também acreditam que essa atividade pode proporcionar desenvolvimento pessoal e profissional. Assim, é notória a importância de uma formação que contemple os princípios dos cuidados paliativos e um suporte emocional aos profissionais, para que possam converter as experiências de convívio com o sofrimento e com a finitude humana em aprendizados.
Diante da complexidade dos fatores que envolvem a perda de um filho, o objetivo deste artigo foi compreender o papel da religiosidade e da espiritualidade no processo de luto de pais cujos filhos morreram crianças. Para tanto, foram realizadas 11 entrevistas com pais que haviam perdido os filhos crianças dentro de um intervalo de 4 meses a 1 ano e 4 meses. Os dados, coletados entre maio e outubro de 2015, foram analisados sob a perspectiva da análise de conteúdo temática. Os resultados mostraram que os pais atribuíram a causa da morte à vontade de Deus, o que permitiu conferir uma razão à perda. A partir da crença da vida após a morte, acreditaram que seus filhos poderiam estar vivos em outra dimensão, o que favoreceu o sentimento de esperança no reencontro. As relações com a fé variaram, de modo que alguns pais se direcionaram em busca da religiosidade, outros questionaram suas crenças prévias e outros se revoltaram contra Deus. Assim, destaca-se a necessidade de considerar os aspectos subjetivos em conjunto com as ferramentas que podem auxiliar na elaboração da perda, a fim de que haja um manejo adequado do luto parental.
A morte, no contexto do câncer infanto-juvenil, adquire caráter complexo, sendo descrita pelos pais como uma dor inominável. Este artigo objetivou compreender os significados atribuídos à atuação da equipe hospitalar pelos familiares de crianças/adolescentes que faleceram com câncer. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório. Utilizou-se como instrumentos um grupo focal e quatro entrevistas semiestruturadas com oito familiares de pacientes falecidos. Os dados foram analisados através da Análise de Conteúdo Temática e organizados em categorias. A partir da análise das narrativas dos participantes, identificou-se que a morte, frequentemente, foi relacionada a demora no estabelecimento de um diagnóstico e consequentemente do início do tratamento.
Cuidados de fim de vida correspondem a ações assistenciais dirigidas às pessoas cujos prognósticos apontam para os últimos seis meses de vida. Os Serviços de Atenção Domiciliar possibilitam o retorno para o domicílio nesse período, a partir da presença de um cuidador na residência. Este artigo buscou compreender as repercussões do cuidado em fim de vida às trajetórias e identidades de familiares cuidadores. A investigação utilizou o método clínico-qualitativo. Foram entrevistados seis familiares cuidadores mediante o uso de entrevistas semidirigidas. A análise dos dados deu-se por meio da análise de conteúdo. Identificou-se que a exigência de um cuidado permanente àqueles em período final de vida promove câmbios identitários nos familiares cuidadores. Tais mudanças garantem aos familiares uma atribuição social, além de uma posição de poder em seus núcleos familiares.
O adoecimento e a morte de uma criança repercutem diretamente na vida dos pais. Diante disso, este artigo, de abordagem qualitativa, objetivou compreender os significados atribuídos por pais enlutados às suas experiências diante da perda do filho e aos cuidados desempenhados pela equipe de saúde. Realizaram-se 11 entrevistas semiestruturadas com pais que perderam filhos crianças em virtude de doença, cujos dados foram tratados conforme análise de conteúdo temática. Os resultados mostraram: a importância da participação no cuidado da criança adoecida e do contato com o filho morto; e as percepções ambivalentes em relação à equipe de saúde, que evidenciaram atenção e comunicação compreensiva e despreparo para a atuação, comunicação inadequada e falta de seguimento na assistência. Destaca-se a importância da comunicação clara e do reconhecimento da perda, além de capacitações aos profissionais para atuarem com situações de morte e luto.
O presente trabalho busca compreender como os profissionais do SAMU vivenciam um cotidiano que envolve a iminência de morte de pacientes. Realizou-se uma pesquisa clínico-qualitativa, com médicos e enfermeiros do SAMU de um município no Estado do RS. Como instrumento utilizou-se a Entrevista Semidirigida Individual, sendo os dados analisados através da Análise de Conteúdo Temática. Apesar do contato com situações potencialmente estressantes, os profissionais encontram formas para lidar de modo saudável com elas, como a apreciação do trabalho, a relação pontual com o paciente e a relação com a equipe. Destaca-se a importância dos espaços de trocas entre os profissionais.
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