Resumo: Os sujeitos com paraplegia adquirida são submergidos a diversas limitações presentes em um corpo até então representado como íntegro em suas funções, demonstrando o desamparo e a ruptura que a nova condição repercute. Diante disso, buscou-se compreender como ocorre a reconstrução da imagem corporal pelos sujeitos na paraplegia adquirida, bem como, os significados atribuídos a esta vivência. Foi realizada a pesquisa descritiva e exploratória, de cunho qualitativo, desenvolvida com oito pessoas que adquiriram a paraplegia na fase adulta, com base em entrevistas semiestruturadas e análise de conteúdo. Compreendeu-se que os entrevistados se defrontam com o desconhecido, perpassando conflitivas na vivência com o corpo antigo e atual. Dessa forma, sentimentos de revolta e angústia frente à nova condição figuram o difícil processo de luto na paraplegia e suas implicações psíquicas. Frente a isso, perpassa-se, em muitos casos, a reintegração da nova imagem, podendo construir sentidos e nova identidade ao sujeito, contudo, em alguns casos, esse processo é dificultado. Assim, entende-se que a vivência da paraplegia é singular e complexa, sentida como um abalo à identidade, sendo importante como auxiliador da reconstrução da imagem corporal, o amparo dos profissionais de saúde na criação de estratégias para lidar com os abalos e as angústias ante a nova condição.
Este estudo objetivou compreender as implicações da toxoplasmose congênita e pós-natal no laço mãe-bebê e no desenvolvimento do bebê. Realizou-se um estudo de casos múltiplos com duas díades de mães e bebês diagnosticados com toxoplasmose congênita ou pós-natal, através de entrevistas semiestruturadas com as mães e observação dos Indicadores Clínicos de Referência par o Desenvolvimento Infantil (IRDIs). O primeiro caso apresentou todos os indicadores presentes, revelando que o processo de desenvolvimento do bebê estava em andamento. O segundo caso teve dois indicadores ausentes, sinalizando um alerta frente a dificuldades da relação da díade. Destaca-se que a presença de intercorrências orgânicas pode afetar a constituição do laço mãe-bebê e o desenvolvimento do bebê, mas não implica, necessariamente, em consequências negativas, visto que se tratam de processos complexos, dinâmicos e multifatoriais.
O diagnóstico de um filho com Transtorno do Espectro Autista se configura como evento estressor para a família, especialmente para as mães, podendo trazer implicações relacionais, sociais e emocionais para estas. Este estudo buscou compreender as repercussões do diagnóstico de TEA na dinâmica relacional das redes sociais significativas maternas. Trata-se de estudo qualitativo, descritivo e exploratório, do qual participaram 12 mães de filhos com TEA. Os dados foram coletados através de entrevistas reflexivas e do mapa de redes sociais significativas, analisados por meio da Teoria Fundamentada nos Dados. Identificou-se uma diminuição do número de vínculos nas redes sociais significativas das participantes após o diagnóstico do filho. Nas relações familiares, houve aumento de vínculos, embora as mães não se sentissem suficientemente apoiadas; nas relações extrafamiliares, houve diminuição de membros, mas observou-se a presença de apoio satisfatório entre alguns vínculos situados nesse contexto. Conclui-se que, para que a rede possa ser efetiva no oferecimento de apoio social, é preciso conjugar a disponibilidade materna para receber apoio e o preparo dos membros das redes sociais para manejar as especificidades do TEA. Assim, sugere-se maior investimento na instrumentalização das redes sociais significativas para acolhimento do processo vivenciado por mães de filhos com TEA.
Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre a saúde mental e as redes sociais significativas dos profissionais da saúde atuantes nas linhas de frente no enfrentamento da COVID-19. Por meio de análise documental de reportagens disponíveis em acesso midiático, articulam-se reflexões nas categorias: a) Saúde mental e sofrimento psíquico; b) Isolamento social e distanciamento das redes sociais significativas e; c) Estratégias de cuidado. Apesar da recomendação referente ao distanciamento social, sabe-se que os laços sociais são protetivos em situações de estresse e medo. Portanto, destacam-se estratégias de fortalecimento das redes, a abertura de espaços de escuta e a manutenção de vínculos.
Ainda que o Estatuto da Criança e do Adolescente tenha 30 anos, observam-se impasses em relação ao seu conhecimento por parte dos brasileiros, bem como à sua implementação. Esse estudo objetivou analisar o conhecimento de mães de crianças de dois a oito anos sobre os direitos das crianças e dos adolescentes e sua percepção sobre situações de violação. Para tanto, 56 mães responderam a uma entrevista, que foi analisada quanti e qualitativamente. A análise demonstrou que muitas participantes não souberam nomear a lei brasileira específica responsável pela proteção dos direitos. Ainda, 89,3% não consideravam a palmada como violência física e somente sete mães apresentaram convicção de que a palmada seja uma agressão. Em relação ao abuso sexual, 94,64% das participantes consideraram violência sexual os atos de mostrar fotos/vídeos, tocar e olhar com malícia para uma criança. Contudo, frente à apresentação de uma situação hipotética de relação sexual entre uma jovem de 14 anos e um adulto de mais de 35 anos, 30,35% das mães apontaram a adolescente como total ou parcialmente responsável pelo ato. Os resultados evidenciaram a necessidade de debates sobre a legislação, como também da promoção de atividades que ofereçam para os pais alternativas não violentas de educação.
With the purpose of understanding the psychological and relational meanings of the experience of motherhood in the face of toxoplasmosis, a clinical-qualitative study was carried out performing semi-directed interviews with five mothers of babies with toxoplasmosis. The information was submitted to Content Analysis, and the results demonstrated that the psychological meanings include both the presence of difficulties and suffering and the potentiality of the babies and the establishment of emotional mother-baby bonds. Relative to the relational meanings, the importance of support networks was identified, emphasizing the role of family members, health services, and religiosity as sources of support in facing difficulties. However, it was identified that the care is provided primordially to the babies, with the emotional assistance to mothers being insufficient. In conclusion, it stands out that each mother experienced toxoplasmosis from their possibilities and available support network, which affected the establishment of the mother-baby bond.
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