ResumoAtualmente, educação científica e alfabetização científica estão estritamente relacionadas. Mesmo não sendo expressões sinônimas, nem mutuamente exclusivas, a correlação é enfatizada ao tratar-se do ensino de ciências. Assim, supõe-se que uma educação científica ideal pode promover a alfabetização científica. Entretanto, uma análise das principais referências da área mostra que tais conceitos não estão suficientemente claros quando é considerada a prática do professor. Neste artigo, apresentamos um estudo da literatura e mostramos que há uma lacuna entre propostas teóricas sobre alfabetização científica e ações reais do professor em aulas de ciências. Observamos ainda que não há consenso para afirmar quando um estudante pode ser considerado "cientificamente alfabetizado". Palavras-chave: alfabetização científica; educação científica; avaliação.
O objetivo geral desse trabalho é apresentar uma investigação sobre a importância e o significado da utilização das ilustrações científicas no processo de classificação do mundo natural no século XVIII, apontando as contribuições do entendimento desse processo histórico e dos seus sentidos para o ensino de ciências da natureza. Para tanto, realizamos um estudo historiográfico acerca das ilustrações científicas, explorando o seu contexto histórico e sociocultural de produção, com foco na História Natural iluminista, trazendo uma descrição dos elementos característicos desse tipo de imagem da época sinalizada. Enxergamos uma lacuna, principalmente no Brasil, acerca desse tipo investigação, que considera as ilustrações científicas como fontes históricas de pesquisa e que propõe uma articulação com o ensino de ciências, na interface com a história, a filosofia e a sociologia da ciência. Defendemos que uma ilustração científica se configura em um tipo específico de representação visual da natureza, que foi essencial para o conhecimento taxonômico de plantas e animais no século XVIII, como também reconhecemos que a partir do estudo dessas ilustrações e do seu contexto de produção é possível refletir sobre aspectos relevantes da natureza da ciência. Em suma, pretendemos trazer as ilustrações científicas históricas para o ensino de ciências e mostrar que essas imagens têm suas potencialidades e não merecem ser tratadas apenas como recursos figurativos, quando levadas à sala de aula.
O objeto geral desse estudo é apresentar um panorama de pesquisas acadêmicas que abordam a relação entre imagens e o ensino de ciências, focalizando, em seguida, as pesquisas referentes às ilustrações científicas. Essas últimas se configuram em um tipo particular de representação visual da natureza e são caracterizadas, em nosso trabalho, a partir de um conjunto de elementos específicos. Trata-se de uma revisão da literatura, portanto, de uma pesquisa de natureza bibliográfica. Assim, realizamos uma investigação acerca das imagens fixas, a partir de um levantamento de trabalhos publicados, entre 2007 e 2017, em periódicos brasileiros da área de Ensino e, de acordo com os objetivos expressos nesses estudos, construímos quatro categorias de análise: 1) o papel/importância das imagens no ensino de ciências; 2) análise de imagens em livros didáticos; 3) revisão de literatura; e 4) estudos com ilustrações científicas. Quanto à finalidade, constatamos que as imagens são utilizadas, principalmente, como recursos motivacionais. Já os trabalhos que discutem o uso de imagens em livros didáticos estão focados na forma, na quantidade, na diversidade e na sequência das representações nesses materiais, bem como na relação entre imagem e texto. Os artigos de revisão de literatura apresentam uma discussão mais geral sobre a importância da utilização de diferentes tipos de imagens no ensino de ciências. Quanto às ilustrações científicas – notadamente as históricas –, os estudos procuram desenvolver uma análise do contexto de produção das representações visuais e expor uma descrição de elementos retratados nas imagens.
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7941.2016v33n1p320Resenha do livro "História da Ciência e Ensino: Fontes primárias e propostas para sala de aula" de Ana Paula Bispo da Silva e Andreia Guerra (Orgs.)Editora Livraria da Física, São Paulo, 2015, 1a ed., 287 p.ISBN: 978-85-7861-334-1
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