Resumo Distorções históricas podem levar a uma compreensão errada da ciência e trazer consequências indesejadas para o ensino de ciências. Neste trabalho trazemos um estudo de caso histórico em que uma modificação, por conveniência, na descrição de uma pesquisa acabou ocasionando uma distorção conceitual e procedimental que perdura na história. Trata-se de um exemplo de que atribuir fatos, conceitos e fórmulas a um personagem da história tem implicações maiores do uma simples ilustração.
A figura de Arthur Holly Compton geralmenteé concebida como um dos pais fundadores da teoria quântica devidoà sua formulação quântica para explicar o processo de interação entre a radiação de alta frequência e a matéria. Todavia, a história de Compton evidencia-nos um personagem que destoa da imagem de um físico interessado no desenvolvimento da teoria quântica. De fato, o seu interesse e a sua motivação, de 1916 a 1922, estavam relacionados com o uso da física clássica para o estudo do espalhamento dos raios X e γ pela matéria. A descoberta do efeito Compton foi o resultado obtido por um físico clássico que relutava em aceitar o quantum de radiação. O objetivo deste artigoé, portanto, destacar a imagem de um físico clássico que estava inserido em um programa de pesquisa bem definido, a física dos raios X e γ, a partir do qual ele contribuiu tanto para o desenvolvimento dessaárea de pesquisa quanto para a da construção da teoria quântica. Para isto, apresentaremos o modelo do grande elétron utilizado por Compton para explicar o processo de espalhamento dos raios X pela matéria. Palavras-chave: Arthur Holly Compton, física clássica, espalhamento dos raios X e γ, teoria quântica, história da física, história da ciência.Arthur Holly Compton's persona is usually conceived as one of the founder fathers of the quantum mechanics due to his quantum formulation to explain the process of interaction between the high-frequency radiation and matter. Nevertheless, the Compton's history revealed a character that disagrees of the physicist's image interested in the development of the quantum mechanics. In fact, his interest and motivation, from 1916 to 1922, were associated with the use of classical physics to deal with X and γ rays. The discovery of the Compton Effect was the result obtained by a classical physicist who was loath in accepting the quantum of radiation. Our objective is therefore emphasizing the image of a classical physicist who was inserted in a research program well definite, X and γ rays physics, from which he contributed both to the development of this research area and to the construction of the quantum mechanics. We will present the model of the large electron used by Compton to explain the X and γ radiation scattering processes. Keywords: Arthur Holly Compton, classical physics, X and γ rays scattering, quantum theory, history of physics, and history of science. IntroduçãoA imagem pública de Arthur Holly Compton (1892Compton ( -1962 sempre está associadaà sua contribuição para o desenvolvimento da velha teoria quântica devidoà sua descoberta do efeito Compton que lhe rendera o Prêmio Nobel de Física de 1927.2 De fato, tal descoberta foi uma forte evidência experimental da necessidade da quantização da radiação para explicação do espalhamento dos raios X pela matéria. Não obstante, a reconstrução da trajetória científica de Compton mostrou-nos um personagem que destoa da imagem de um físico quântico, um dos "pais fundadores da teoria quântica". De 1916De a 1922, o interesse e a motivação de Compton ref...
Heron de Alexandria utilizou o princípio do caminho mínimo para explicar a reflexão em espelhos planos e curvos. No caso dos curvos, o princípio apenas é válido para espelhos convexos. Este artigo apresenta um histórico do princípio de Heron e de suas críticas no período moderno, discutindo os limites de validade desse princípio.
Resumo O estudo e a construção de geradores eletroquímicos
Resumo No ensino de ciências, os relatos acerca de contribuições de personagens importantes da história da física são, por vezes, simplistas, focando apenas em experimentos ditos cruciais ou descobertas pontuais, sem levar em consideração aspectos do contexto em que o pesquisador estava imerso. Esse é o caso da figura de Thomas Young que, em relação à teoria ondulatória da luz, costuma ser associado ao experimento de dupla fenda, na maioria das vezes. Neste trabalho, propomos apresentar, de maneira detalhada, a contribuição dada por Thomas Young para o desenvolvimento da teoria ondulatória da luz dentro do contexto geral da época, com ênfase nos aspectos conceituais e epistemológicos, visando contribuir para a discussão de aspectos da Natureza da Ciência (NDC) no ensino de ciências.
Este trabalho insere-se no contexto das discussões acerca da inserção da chamada “Natureza da Ciência” (NDC) no ensino de ciências por meio do uso da História e da Filosofia da Ciência (HFC). A partir da análise de aspectos dos debates sobre a natureza da luz no início do século XIX, propomos a discussão de diversos temas da NDC, com ênfase nos diferentes fatores envolvidos no processo de avaliação entre teorias concorrentes. Em particular, trazemos as contribuições de Thomas Young e Augustin Fresnel no âmbito da disputa entre a teoria ondulatória e corpuscular da luz, destacando, ainda, aspectos dos contextos francês e britânico desse período. Surgem, da apresentação desse episódio histórico, certos temas concernentes ao saber sobre ciência, tanto relacionados mais diretamente a questões históricas e sociológicas quanto relativos a questões epistemológicas, e que podem ser problematizados e explorados no ensino de física.
Em seu artigo de 1746 Maupertuis apresentou o princípio de ação mínima como um princípio geral e universal que não só explicaria as leis dos movimentos como também a existência de Deus. Ele aplicou o princípio no caso de colisões entre corpos (elásticos e inelásticos) e no equilíbrio da alavanca, encontrando resultados corretos. Neste artigo analisamos em detalhe as demonstrações de Maupertuis e mostramos que havia diversos problemas graves nas mesmas. Suas falhas foram objeto de crítica de d'Alembert e d'Arcy logo após a publicação do artigo. Palavras-chave: Pierre-Louis Moreau de Maupertuis, Jean le Rond d'Alembert, princípio de ação mínima, história da mecânica.In a paper presented in 1746 Maupertuis communicated the principle of least action as a general and universal principle. He claimed that it could not only explain the laws of motion but also prove the existence of God. He applied the principle to the study of the collision between elastic and inelastic bodies and to the equilibrium of a lever, finding correct results. In this article we present a detailed analysis of Maupertuis' demonstrations and we show that they had serious problems. His mistakes were criticized by d'Alembert and d'Arcy shortly after the publication of his work. Keywords: Pierre-Louis Moreau de Maupertuis, Jean le Rond d'Alembert, principle of least action, history of mechanics. IntroduçãoO princípio de ação mínimaé a base da mecânica analítica. A açãoé definida pela integral do lagrangiano, e sua minimização permite encontrar as "equações de Lagrange", que descrevem o movimento de um sistema entre dois estados, A e B.Na sua forma atual, o princípio depende das energias cinética T e potencial V , expressas em função das coordenadas q i do sistema e suas derivadas em relação ao tempo. O lagrangiano Lé definido como L = T − V , eé aplicado utilizando-se cálculo variacional e integral. De acordo com o princípio de ação mínima atual, supõe-se que são dados o estado inicial e o final do sistema, e que a ação total (integral do lagrangiano em função do tempo)é um mínimo. Essa condição, que pode ser expressa porpermite encontrar um conjunto de equações (as chamadas "equações de Lagrange") na formaque fornecem as informações sobre o movimento. No entanto seu uso na mecânica teve uma origem muito diferente do queé apresentado nos livros-texto. O desenvolvimento do princípio de ação mínima na mecânica se deu durante os séculos XVIII e XIX, estando associado aos nomes de Maupertuis, Euler, Lagrange, Hamilton e outros importantes autores. Tanto naóptica como na mecânica, Maupertuis costuma ser apresentado como o principal, quando não o primeiro, na explicação de fenômenos utilizando o princípio de ação mínima. Naóptica, Maupertuis utilizou tal princípio para explicar a lei de refração em seu artigo de 1744. Esse trabalho já foi discutido pelos presentes autores, mostrando que sua contribuição inicial foi bastante elementar, partindo provavelmente do resultado ao qual ele queria chegar, e que havia problemas graves com o próprio princípio, quand...
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