Nesta entrevista, o professor e pesquisador Ivan Marques fala sobre os aspectos relacionados à construção de João Cabral de Melo Neto – uma biografia, publicada em 2021, pela editora Todavia. Ao longo de dez respostas, Marques esclarece sua metodologia e as etapas de elaboração do trabalho, explica a convergência entre a escrita biográfica e a sua atuação acadêmica, aponta suas principais fontes de pesquisa, indica os pontos de inflexão no fazer poético de João Cabral, discorre sobre os contrastes, as relações literárias, as amizades, a vida familiar e profissional do biografado.
Resumo: Este trabalho aborda a relevância dos acervos literários no processo de construção de textos biográficos – especialmente no caso da escrita da biografia do psicanalista e escritor gaúcho Cyro Martins (1908-1995). Em um primeiro momento, o foco do artigo recai sobre a importância dos materiais preservados no Acervo Cyro Martins, localizado no Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul –, para a escrita de uma futura biografia. Depois, são ressaltadas as potencialidades de outros acervos guardados no Delfos, pois Cyro Martins se relacionou de alguma forma com figuras intelectuais cujos arquivos também estão preservados na instituição: Dyonélio Machado, Lila Ripoll, Moysés Vellinho, Manoelito de Ornellas e João Otávio Nogueira Leiria.Palavras-chave: acervos literários; construção biográfica; Cyro Martins.Abstract: This work deals with the relevance of literary collections in the process of constructing biographical texts – especially in the case of writing the biography of psychoanalyst and writer Cyro Martins (1908-1995). At first, the article focuses on the importance of the materials preserved in the Cyro Martins Collection, located at Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural of the Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, for writing a biography in the future; secondly, the potentialities of other collections stored in Delfos are highlighted, as Cyro Martins has related in some way to intellectual figures whose archives are also preserved in the institution: Dyonélio Machado, Lila Ripoll, Moysés Vellinho, Manoelito de Ornellas and João Otávio Nogueira Leiria.Keywords: literary collections; biographical construction; Cyro Martins.
Este artigo enfoca um conjunto de cartas enviadas por Erico Verissimo a Manoelito de Ornellas, preservadas no Acervo Literário de Manoelito de Ornellas, abrigado no DELFOS – Espaço de Documentação e Memória Cultural da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, para analisar a correspondência trocada entre o autor de O tempo e o vento e o crítico, poeta, romancista e criador da tese da origem hispânica do gaúcho platino. As quatro cartas destacadas aqui foram enviadas por Erico entre novembro de 1943 e abril de 1944. Nesse período, Erico Verissimo encontrava-se nos Estados Unidos a convite do Departamento Americano de Estado e proferiu conferências sobre literatura brasileira na Universidade de Berkeley, na Califórnia – dessas conferências resultou o livro Breve história da literatura brasileira. Manoelito de Ornelas, por sua vez, estava em Porto Alegre, exercendo funções públicas. As cartas enviadas por Erico revelam questões pessoais, profissionais, dúvidas como escritor, preocupações com a recepção de sua obra e o processo de escrita das conferências que compuseram Breve história da literatura brasileira.
Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons-Atribuição 4.
Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada sob forma de uma licença Creative Commons -Atribuição 4. adriaNa amaNte -Eu comecei a prestar atenção no problema do espaço, antes de nada, porque eu tinha vontade de fugir da ciência política e da teoria política como único caminho de pensar o exílio. Eu achava que já havia um monte de livros escritos sobre isso e que todo mundo ia por lá. Eu estava nos Estados Unidos, em Nova York, passando um ano, fazendo um curso de doutorado e pesquisando, e descobri a geografia cultural. Tinha sido lançado o livro de Edward Soja naquele momento, Thirdspace, que era sobre Los Angeles. Então, comprei o primeiro livro dele, Postmoderns Geographies, e li como uma espécie de introdução ao problema da geografia cultural. Fiquei encantada. Fui lendo David Harvey, Derek Gregory e consegui entender que um dos problemas mais importantes para pensar era aquele do espaço, do espaço nacional, e de como as naturezas diferentes podiam ter soluções parecidas e, muitas vezes, determinar, de modo distinto, o modo de representação. Fiquei encantada porque tem uma linha que é mais do assunto superficial -aquela que todo argentino que veio para o Brasil falava do calor, falava do sol. Mas apareceu uma coisa de percepção muito importante, porque, no caso do Mármol, que falava e cantava as montanhas do Brasil como se fossem os Alpes, que eles não tinham, havia relação com uma questão de proporção e, então, o modo de pensar, de ver, começou a ser um ponto muito importante. Ele falava, em uma nota de rodapé do seu poema, que muitas pessoas poderiam criticar o exagero do argentino, mas ele também falava que, quando você está acostumado a ter só uma linha, qualquer elevação é muita. Então, isso, eu podia ver. No caso de Sarmiento, tem uma intervenção política mais central, pois ele falava
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.