RESUMO: A circulação extracorpórea (CEC) propicia o desenvolvimento de uma Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica, com liberação de citocinas responsáveis por várias manifestações clínicas. Objetivo: Observar a liberação das citocinas Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNFα) e Interleucina 6 (IL-6) e verificar as alterações clínicas produzidas em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio com CEC, utilizando ou não corticóide. Casuística e Métodos: Foram estudados 30 pacientes, sendo 15 (Grupo I) com uso de corticóide (Metilprednisolona, 30 mg/kg) e 15 (Grupo II) sem uso de corticóide. Amostras sangüíneas seriadas foram colhidas, sendo analisadas a liberação de TNFα e IL-6, contagem de leucócitos, VHS e glicemia. Foram comparadas a pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura, sangramento pós-operatório, tempo de intubação orotraqueal e necessidade de drogas vasoativas. Na análise estatística foram considerados significativos valores de p ≤ 0,05. Resultados: No Grupo I o TNFα não foi detectado e a IL-6 foi detectada em 13 pacientes, com níveis variando de 8,6 a 101,8 pg/ml. No Grupo II o TNFα foi detectado em 13 pacientes, com níveis entre 5,4 e 231,0 pg/ml. A IL-6 neste grupo foi detectada nos 15 pacientes, sendo seus níveis mais elevados que aqueles encontrados no Grupo I, variando entre 5,5 e 2569,0 pg/ml. Os pacientes do Grupo I apresentaram pressão arterial média mais elevada (7,9 ± 0,5 vs 7,3 ± 0,4 mmHg), menor necessidade de drogas vasoativas (5 vs 11). Evoluíram com menos taquicardia (105,6 ± 5,9 vs 109,3 ± 7,2 bpm), temperatura menos elevada (36,5 ± 0,2 vs 37,3 ± 0,2 °C), menor sangramento pós-operatório (576,6 ± 119,5 vs 810,0 ± 176,2 ml), menor tempo de intubação orotraqueal (11,0 ± 2,0 vs 14,6 ± 2,9 h) e leucocitose menos acentuada. Os níveis de glicemia só foram significativos (Grupo I > Grupo II) nas amostras colhidas no PO imediato e 1º PO. O VHS não apresentou diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. Conclusões: A metilprednisolona inibiu significantemente a liberação de citocinas pró-inflamatórias principalmente o TNFα. Os efeitos sistêmicos adversos decorrentes da reação inflamatória pós-CEC foram atenuados com o uso do corticóide. DESCRITORES: Revascularização miocárdica. Circulação extracorpórea, efeito adverso. Corticóides, farmacologia. Síndrome séptica, etiologia. IL6, antagonistas & inibidores. TNF-alfa, antagonistas & inibidores.
Calzada A -Revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea: experiência e resultados iniciais.Rev Bras Cir Cardiovasc 2000; 15 (1): 6-15. RESUMO: Fundamentos: A operação de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea (CEC) vem sendo utilizada como uma alternativa para o tratamento da insuficiência coronariana.Objetivo: Apresentar nossa experiência com este procedimento, descrevendo a técnica empregada e os resultados iniciais.Casuística e Métodos: Foram avaliados 23 pacientes submetidos à revascularização do miocárdio sem CEC. Foram selecionados para este estudo pacientes que apresentavam lesões nas artérias coronárias da região ântero-diafragmática do coração. A principal indicação cirúrgica foi insuficiência coronária crônica (78,3%). O sexo masculino predominou em 65% dos casos. A idade variou de 44 a 80 anos (média: 59,6 anos). A abordagem cirúrgica em todos os pacientes foi através de esternotomia mediana. Os enxertos utilizados foram: as artérias torácicas internas, veia safena e artéria radial.Resultados: O tempo médio de operação foi de 3h15 min. Não houve intercorrências intra-operatórias. O número de enxertos por paciente variou de 1 a 3, num total de 36 enxertos realizados, com média de 1,56 enxerto/paciente. A artéria torácica interna esquerda foi o enxerto mais utilizado (41,7%). As artérias coronárias revascularizadas mais freqüentemente foram o ramo interventricular anterior (52,8%) e a coronária direita (30,5%). A mortalidade hospitalar e a incidência de infarto pós-operatório foram de 4,3%. Não ocorreram complicações neurológicas, pulmonares, renais, hemorrágicas ou infecciosas. O tempo médio de internação hospitalar foi de 7 dias.Conclusão: A revascularização do miocárdio sem CEC é uma técnica eficaz e segura que pode ser realizada em casos selecionados, com baixa morbidade e mortalidade, com redução de custos e do tempo de internação hospitalar. DESCRITORES: Revascularização miocárdica. Circulação extracorpórea. Cardiopatias, cirurgia.Luiz Antônio BRASIL*, João Batista MARIANO*, Fernando Martins dos SANTOS*, André Luiz SILVEIRA*, Nilo de MELO*, Nivaldo Gomes de OLIVEIRA*, Rômulo Sales ANDRADE*, Delzirene Pinheiro BOTELHO*, Antônio CALZADA* INTRODUÇÃO A revascularização cirúrgica do miocárdio se consagrou nestes últimos 30 anos como um procedimento seguro e bem estabelecido para o tratamento da insuficiência coronariana, proporcionando a remissão dos sintomas e contribuindo para o prolongamento e melhora da qualidade de vida de pacientes portadores de doença coronária.
Tratamento de paciente com dois aneurismas saculares da aorta descendente, utilizando dois "stents" distintos, manufaturados sob medida tanto em comprimento quanto em diâmetro. Inseridos sob visão endoscópica com aparelho da marca "Olimpus" esterilizado com óxido de etileno, através de abertura na croça da aorta. O procedimento foi realizado por esternotomia mediana, com circulação extracorpórea, em hipotermia profunda e parada circulatória total. A manipulação endoscópica da aorta descendente, sem sangue, permitiu a identificação dos dois aneurismas, assim como a visão dos ramos principais da aorta e a inserção com expansão , na posição exata, dos dois "stents". A evolução pós- operatória foi satisfatória, sendo que este procedimento, inédito, abre uma nova perspectiva no tratamento dos aneurismas torácicos, toracoabdominais e abdominais.
This is a case report of a patient with two saccular aneurysms in the thoracic descending aorta. Treatment consisted of the positioning, through an opening in the aortic arch under deep hipothermia and total circulatory arrest, of two auto expandable stents, guided an Olympus endoscope. The bloodless field made possible the identification of the main thoracic and abdominal aortic branches facilitating the positioning and expansion of both stents. Immediate postoperative recovery was excellent. This is a previously unreported way of placing stents and could open a new perspective in the treatment of thoraco, abdominal and thoracic abdominal aortic aneurysms
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E· Ativaç1io d9 citocina (lal0rdo necroSi tumoral-uj li rupost"cllnlca Induzida pela circu laçAo &xl,acorpór&a. RevBras CirCardiovasc1996; 11 (3):188-200.RESUMO: A sindrome do raslIOsla inflamatória sistêmica induzida pola circulação extracorp6,ea (CEC) úr8Spon.hel~lad i sfurlÇaod .. 6,gao.observadaomalgunspacientes.OfalordorKlcroselumoralal1a (TNF,,) tem sido implicado em várias manifestaçOes dinica. no pós-operatório de cirurgia cardlaca. com utilizaçlodeCEC, principalmentena sind,ome vaseplúgica,Oobjotivod esjallstudofoiv&,ificaraliberaç50 o05possiveiseteitosdoTNF"empaciantescomatarosclemsecoronária,submeUdo,so revascularizaçlio 00 miociudio, com ou sem CEC. Foram estudados 20 pacientes, sendo I O com uso oe CEC (Grupo I) e lO Som CEC (Grupo II), Amostras sanguineas seriadas foram colhidas durante a intervençlio e até 48 horas após,.endc anali&lloos a presença de TNF" circulante (mótodoimunoo nzimáticoELISA),contagemde teocócitos e velocidade de hemosodimontaçlio (VHS). Tam~m foram comparaoos na evotuçllo PÓ" operatória 005 pacientes os parâmetros hemodinãmi<:QS (proS$lio erterial e freqMncia cardiaca), temperatura, temlX' de Intubaçlio omtraquoat,sangramento p6s_oporat6rio o necessidado de drogas vasoativas, Na onalisoestatlsticaforamconsideradossignilicativosvotoresdep-=O.05,NoGrupcl,n,vei.plesmD.tico.ce TNF" (:. 10 pglml) foram detectados em 6 (60%) pacientes. No Grupo II não ocorreu detecção da cltoclna Os picos de TNF« OCOrreram logo após o inicio da CEC e foram deteotaoos atá 48 horas após. Houve maior predominância no Grupo I em relação ao Grupo II de hipotensão arterial (7.4 ~ 1,0 vs 8.5: 0.67), maior necessldadededrogasvasoatlvas(8vst),lreqOênclacardlacamaiselevada(114,2-,,8,Ovs98~IObpm), maiorhipertemia 137,17 :0,54 vs 36,67: O,3S"C), maiorsangramento pós-operatório (820: t 20 mi YS 360 ~ 84 mL). lempo de intllbação omtraqueal mais prolongado (I 3,6 ~ 2,2 vS 9,3: I ,4 horas) e malorieucocltose Condulmos quo o CEC inouz a liberação de TNF" e predISpõe a oiteraç6os hemodinâmicas e orgânicas que podem ser delelérlas para os pacientes. É possivelqueoTNFa esteja envolvioo na tisiopatogenia das ~:~:~T~:rSe~esse;:i~~:. no presente estudo e a Inibição de sua ativação poderia. então. contribuir para DESCAITORES:Falordenecrosedeturror,sangu e,citocina.Rovascularizaçãodomiocárdio,Circulação exlracorpórea,eteitosadverso8,Arteriosclerosocoronária INTRODUÇÃO A circulação cxtracorp6roa Ó osscncial na maioria dascírurgias cardlacas. Lesões laciduais associadas a disfunções orgânicas, particularmente no coração e pulmões, podem ocorrer após a utilizaçâo da circulação extracorp6rea (CEG) (11 Cirurgias cardiacas com uso de CEC podam produzir uma resposta inflamatória sistêmice, associada e lesões orgânicas e aumento da morbidade pós-operatória. Como fatores ceuseis incluímos o trauma cirúrgico, contato do sangue com o circuito exlracorpóreo e lesões de reperfusão após o térmi-no da CEC (21.
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