Este artigo visa mostrar que os parques urbanos implantados entre 2000 e 2017 em grandes cidades brasileiras são diferentes dos implantados no século XX, e criaram novos desafios de desenho e de gestão. Os grandes parques do século XX se destinavam ao lazer das massas urbanas e eram feitos em áreas centrais ou de moradia de camadas de rendas mais altas. Os novos parques, em boa parte, foram feitos com menos ênfase na provisão de lazer mas, sobretudo, pensando na conservação ambiental, e estão locados em bairros menos centrais ou de camadas de rendas mais baixas. O artigo se desenvolve a partir do trabalho de Sakata, que identificou os parques existentes em 14 cidades, destacando aqueles criados entre 2000 e 2017. Os parques foram alocados em mapas de distribuição de renda, e dados sobre os mais recentes foram coletados em sites das prefeituras, em imagens do Google Earth, em artigos de jornais, nos relatórios das oficinas realizadas pelo grupo de pesquisa Quadro do Paisagismo no Brasil – Sistemas de Espaços Livres (Quapá-SEL) e em outros trabalhos. Conclui-se que, ainda que os grandes parques tradicionais sejam a referência para os projetistas e a população, a maioria dos novos parques, criados principalmente a partir de demandas pela preservação ambiental, está inserida em contextos muito diferentes daqueles dos parques tradicionais e, por isso, apresenta outras demandas de uso. É conveniente, assim, rever e ampliar o conceito de parque urbano para abarcar essas novas figuras, mas é preciso, principalmente, reavaliar os critérios de desenho para os novos parques e incrementar a gestão de todo o conjunto.
This article characterizes spatial planning in Brazil from a normative point of view. Because of Brazil's vast geography and uneven development, it is not possible to describe how spatial planning is carried out in all quarters of the country. We explore key aspects of spatial planning in the country using policy goals, the legal and administrative structures where planning operates and the attributes of governance in the Brazilian planning system. The interplay between formal and informal urban development is a crucial aspect in Brazilian planning. Despite huge steps towards citizen engagement and inclusion in planning processes, planning remains largely technocratic.
Tendo como objeto de estudo três bairros de elite contemporâneos (o Morumbi e o Alphaville, em São Paulo, e a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro). Debate-se que a superação dos conflitos decorrentes da inadequação dos padrões urbanísticos institucionais ao suporte físico original depende da implantação de um sistema de espaços livres urbanos públicos. Defende-se que a implantação e a sobrevivência deste sistema de espaços livres depende da superação de padrões sociais, culturais e econômicos que vêm minando a possibilidade de convivência de classes sociais distintas. Aponta-se que o abandono e o desequilíbrio que a paisagem urbana brasileira-especialmente a paulistana-vem apresentando são conseqüências da omissão do Estado na condução do acordo social necessário para a superação do atual estágio de segregação recíproca das diferentes classes sociais.
Apresenta-se a experiência de desenvolver, em duas disciplinas articuladas-uma de graduação e outra de pós-graduação-um projeto de praça que foi solicitado pela subprefeitura de Aricanduva. A área, abandonada pelo poder público há anos, foi apropriada por dois clubes de futebol e por uma favela. Agora a subprefeitura pede um projeto para valorizar a entrada da avenida Aricanduva-atendendo aos interesses dos comerciantes da região. As dificuldades enfrentadas pelo projeto impediram que ele atendesse a todas as expectativas, mas tornaram a experiência didática mais interessante e proveitosa.
Apresenta-se Miranda Martinelli Magnolli como arquiteta consciente da importância da formação e das competências do arquiteto para o enfrentamento das questões do projeto da paisagem e do espaço livre. Sempre atenta ao papel fundamental do desenho no processo de criação, não descuida dos compromissos técnicos e formais do projeto. Por fim, salienta-se que a profissional e a professora guardam coerência e complementaridade, manifestadas nas ricas discussões que conduz e em sua inabalável postura ética.
Em 2002, o Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo instituiu o Programa de Recuperação dos Fundos de Vale com o objetivo de transformar os rios em eixos de estruturação urbana, paisagística e ambiental, por meio de ações de saneamento, recuperação hídrica e implantação dos parques lineares. Os parques lineares foram implantados entre 2008 e 2015, sendo incorporados ao cotidiano da população. Entretanto, diversos deles enfrentam problemas de vandalismo, falta de apropriação, sujeira e abandono, resultado de falhas nos processos de planejamento, projeto, obra e gestão. A análise será concentrada em três parques lineares implantados em zonas distintas de São Paulo: Canivete, Guaratiba e Itaim Paulista, pois tiveram formas de implantação distintas entre si, resultando em diferentes formas de apropriação. Esses parques lineares mostram que a apropriação está relacionada diretamente aos processos de planejamento, projeto e gestão, em que o Estado deve atuar no espaço público de acordo com as peculiaridades locais.
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