O presente artigo trata da crise ucraniana e suas implicações para as relações internacionais. Para tanto, são apresentados os acontecimentos que deram origem à crise e seus desdobramentos até a anexação da Criméia pela Rússia. Em um segundo momento, os argumentos ocidentais contra a anexação russa são contrastados com os argumentos russos, para que a lógica por trás das ações de Moscou fique mais clara. A seguir, os acontecimentos após a anexação da Criméia são analisados de modo a lançar luz sobre três possíveis cenários decorrentes e suas implicações para as relações internacionais. Na conclusão, a estratégia ocidental para lidar com a Ucrânia é criticada e faz-se um apelo para que a Rússia seja tratada na atualidade sem referências obsoletas do período soviético.
Com o fim da URSS, as ex-repúblicas socialistas adquirem o status de países independentes e dão início à construção de uma nova ordem no leste da Europa. A instabilidade é esperada, pois a falência da autoridade central soviética introduz os novos países no reino da anarquia. Nesse sentido, a emergência de Estados soberanos traz à tona uma série de conflitos de interesses que permaneceram latentes durante o regime comunista e nos quais a Rússia está envolvida por causa de sua extensão territorial, o tamanho de sua população e sua importância militar. Além disso, algumas disputas envolvem as aspirações de autonomia das antigas repúblicas, as quais passam a enxergar a Rússia como sucessora da União Soviética no papel de 223
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