Em fins de novembro de 1985, o Presidente do Brasil, José Sarney, e o Presidente da Argentina, Raúl Alfonsín, assinaram a Declaração do Iguaçu, que abriu uma nova página no singular relacionamento entre as duas nações.A aproximação brasileiro-argentina coincidiu com o relaxamento das tensões entre as Superpotências que levou ao fim da Guerra Fria. Surgiam igualmente duas tendências importantes no plano internacional: a crescente globalização da economia, fundada na utilização intensiva de tecnologias avançadas, redefinindo a divisão internacional do trabalho; e a consolidação de uma nova agenda internacional, inspirada pelos países industrializados. Destacavam-se, nesta agenda, as medidas para coibir o desenvolvimento, a produção e o armazenamento de armas de destruição em massa, bem como a proliferação nuclear, mormente através de barreiras à transferência de tecnologias sensíveis, isto é, que poderiam ser utilizadas tanto para fins pacíficos quanto com objetivos bélicos.Para o Brasil e a Argentina essa quadra histórica foi marcada pela restauração da democracia e por esforços para retomar o crescimento econômico, seriamente comprometido pela crise da dívida externa e pela instabilidade econômica associada com altas taxas de inflação. Os dois países vinham de uma rivalidade política de várias décadas. A análise dessa rivalidade e de seus contenciosos deu margem à convicção de que o ganho de um país correspondia necessariamente à percepção de perda por parte do outro, tanto em termos materiais, quanto de Rev. Bras. Polít. Int. 40 (1): 41-74 [1997]. * Diplomata. As opiniões externadas neste artigo são de caráter pessoal e não refletem necessariamente aquelas do Ministério das Relações Exteriores ou do Governo brasileiro. Uma versão preliminar deste trabalho beneficiou-se dos comentários da Professora Norma Breda dos Santos. Naturalmente o conteúdo e a forma finais são de exclusiva responsabilidade do autor.
Em um país com a riqueza natural do Brasil, a publicação de obras relacionadas à sua proteção e utilização deveria ser sempre cercada de interesse por parte da mídia, da comunidade acadêmica e das pessoas que têm responsabilidades na área de meio ambiente e desenvolvimento. Infelizmente ainda estamos longe dessa situação, mas a publicação do livro A água, a lei, a política...e o meio ambiente, do professor Christian Guy Caubet, da Universidade Federal de Santa Catarina, nos dá motivos para sermos otimistas sobre as reflexões a respeito da importância estratégica dos recursos naturais e da sua conservação e usos sustentável no Brasil. Aqui, a discussão sobre o meio ambiente tem historicamente ecoado preocupações e conceitos forâneos. A globalização e a velocidade do fluxo das informações com o advento da internet induzem a uma incorporação, às vezes acrítica, de idéias, valores e propostas que desconhecem a realidade e os desafios do Brasil.No caso dos recursos hídricos, estar atento ao que eles representam para o desenvolvimento brasileiro é muito importante. Segundo o Plano Nacional de Recursos Hídricos, "cerca de 13,7% do total mundial de água doce estão disponíveis no Brasil, tornando-o, em termos quantitativos, um dos mais ricos em água doce no mundo." 1
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