Neste momento solene, em que a egrégia Congregação da Faculdade de Direito da U S P se reúne, para receber, com protocolo muito especial, mais dois de seus professores, a imagem que se nos ocorre é tratar-se de u m a cerimônia inspirada na Idade Média, época e m que a Universidade iniciava sua existência, à sombra dos mosteiros. N a verdade, a posse num cargo universitário significava, à semelhança da investidura de u m cavaleiro, a passagem de u m estamento social a outro, mais elevado, com atributos inovados que a sociedade outorgava à alguém. Nas solenidades de entregar-se uma armadura a u m cavaleiro, de dar-lhe posse de novas atribuições, pressupunha-se u m período de formação e treinamento, com vistas às futuras lides que seriam travadas e m defesa desta mesma sociedade; atingido u m grau de perfeição, as armas, as insígnias e as novas responsabilidades eram solenemente conferidas ao cavaleiro.É, pois, este o cerimonial que hoje evocamos, neste momento, com todos os sinais de exterioridade, que marcam as atribuições do novo cavaleiro; no caso da Universidade: as vestes talares, a pompa e as condecorações, a presença dos professores luminares desta Casa, a erudição nos discursos de saudação, e tudo, acompanhado do testemunho de familiares, amigos e, e m especial, dos aprendizes, os estudantes.Esta cerimônia, como b e m desvendou o eminente professor Fábio Nusdeo, não hoje, mas há quatro anos, e m seu discurso de posse, proferido desta mesma tribuna, cujas palavras cito: "muito mais que coroação, trata-se de investidura. E investidura implica missão" Portanto, minhas Senhoras e meus Senhores, é este o momento e m que as circunstâncias exigem u m a promessa e u m a definição dos objetivos a que se propõe o novo professor, numa clara afirmação de sinceridade de propósitos, perante seus pares e perante expressivo setor da sociedade brasileira.A o apoiar-me nos conceitos inatacáveis do prof. Fábio Nusdeo, nada mais faço do que ser coerente c o m minha admiração por Sua Excelência.