Resumo: O artigo aborda o tema da experiência estética em sua relação com a clínica psicanalítica. Será analisado o papel do estranhamento, a partir das considerações de Sigmund Freud, para apresentar alcances teóricos novos à experiência estética. As noções de estética, em Freud, estão em diálogo com o trabalho de Loureiro, ao centrar a discussão até o momento cujo pensamento do estranhamento aparece como ponto fundamental da Síndrome de Stendhal. A partir deste ponto, há um desdobramento a ser incorporado pela clínica contemporânea, através de conceito de saída de si, por Gagnebin, e o conceito de saisissement, por M'Uzan. O artigo chega, então, até as discussões do dramaturgo Antonin Artaud com sua experiência do teatro da crueldade, ao reinterpretar a noção da obra de arte anterior ao domínio da palavra. Palavras-chave: Estranho. Saisissement. Estética. Experiência. STRANGENESS AND SENSORIALITY IN THE PSYCHOANALYSIS' EXPERIENCEAbstract: The article addresses the theme of aesthetic experience in its relationship with psychoanalytic clinic. It will be analyzed the role of estrangement from the considerations of Sigmund Freud to present new theoretical approaches to the aesthetic experience. The aesthetics notions, in Freud, are in dialogue with the work of Loureiro, by focusing the discussion until the moment whose thought of estrangement appears as the fundamental point of the Stendhal Syndrome. From this point, there is an unfolding to be incorporated by the contemporary clinic through Gagnebin's concept of self-exiting, and the concept of saisissement, by M'Uzan. The article reaches then the discussions of the playwright Antonin Artaud with his experience of the theater of cruelty, while reinterpreting the notion of the work of art prior to the domain of the word.
Resumo O filósofo francês Michel Foucault discute a psicanálise através de seu método arqueológico da constituição dos saberes na modernidade. A análise foucaultiana revela uma reestruturação crítica dos saberes, que parte do estudo das estruturas sociais, atribuindo a estas um caráter arbitrário e cerceador. Neste ponto, o autor se detém no modo como a psicanálise freudiana pensa a dinâmica das relações sociais ao construir uma linguagem. Contudo, Foucault encontra nesta proposta um domínio da ideia de prazer, a partir da sexualidade, atribuindo saber à figura do psicanalista. Isto entra em contradição com a prática dos psicanalistas imbuídos do desejo de produção de saúde. A concepção tardia de Foucault, acerca da vida como obra de arte, acaba sendo um lugar preferencial para a ética da psicanálise e das formas de experimentação da realidade que não se reduzem ao social somente pela opressão de um saber psicológico detentor de poder dessimétrico.
Resumo O artigo trata dos elementos ligados à repetição como característica da intencionalidade estética nas obras de arte. Mostramos como a repetição, acompanhada da reflexão freudiana acerca do estranho (Unheimlich), é evidenciada na necessidade do artista de repetir um novo encontro com a obra, na intenção de produzir um novo encontro com o mais radical de si. Ilustramos esta ideia com os aportes trazidos pela teoria estética contemporânea de Jacques Derrida e Georges Didi-Huberman, que observam o fenômeno da desvalia (désaisissement), certa restrição de visibilidade que causa uma cegueira do objeto. Apresentamos uma breve resenha clínica sobre um caso atendido por nós em que a vivência de emoções é obstaculizada, favorecendo o aparecimento de uma fala repetida na dimensão da clínica.
A obra de Herman Melville, Moby Dick, é constituída como uma utopia dentro das circunstâncias condensadas nas personagens da Baleia e do capitão Ahab. A psicanálise, em sua compreensão semântica, cuja implicação envolve o sujeito psíquico, potencializa as singularidades e o coloca ao desafio que extrapola o tempo lógico quando há um encontro na criação utópica. O nominalismo do filósofo inglês Ockham problematiza a dinâmica do conhecimento ao formular um método que corta as explicações excessivas (a navalha) e indaga qual o caminho da apropriação humana no que diz respeito ao campo da discernibilidade dos saberes, trilha esta buscada na obra de Melville.
Cries in the deepness: utopical allegories in Moby Dick and the nominalism in the William of Ockham's work. The Herman Melville's work, Moby Dick, is a constituted utopia inside condensed circumstances in the whale and in captain Ahab figures. The psychoanalysis in its semantic understanding, in which implication involves the psychological subject, potentiates the singularity and puts it to a challenge that oversteps the logic time when there is a meeting on the utopian creation. The nominalism from the Brittan philosophy Ockham problematizes the knowledge dynamic to formulate a method that cuts the excessive explanations (the razor) and inquires what the pathway to the human ownership making sense of discern field of knowledge, this trail is being searched in the Melville's work
O ensaio cria uma narrativa entre o teórico da literatura Roland Barthes e o psicanalista Jacques Lacan em um encontro ficcional na praça Saint Michel, em Paris, primavera de 1974. São introduzidos os problemas teóricos da escola estruturalista para em seguida se chegar ao maio de 1968 e o lugar dos intelectuais na cultura francesa, formando assim uma atitude política que está internamente associada à construção de uma revolução afetiva. Durante a conversa os dois intelectuais começam explanações livres sobre suas influências e no que suas teorias articulam conhecimentos advindos da psicanálise, do marxismo e da teoria literária recriadas em seus tempos. A política se aproxima como um objeto estranho que aos poucos ganha uma cumplicidade na vida dos autores.
O artigo busca compreender a apreensão da memória coletiva entre os moradores da Travessa Venezianos em Porto Alegre pelo referencial da antropologia urbana. Assim, a trajetória de vida de seus moradores, as transformações da Travessa e as histórias por eles contadas aparecem como elementos fundamentais para compreendermos a noção de patrimônio e este recebimento por aqueles que a habitam. Os desafios colocados pelo campo etnográfico problematizam a subjetividade dos observadores no entendimento dos objetivos do trabalho, bem como da percepção de uma noção mais complexa de intervenção sobre o urbano.
Resumo: O artigo representa os diferentes contextos que envolveram o suicídio de Mário de Sá-Carneiro em 1916 pela correspondência do autor com Fernando Pessoa. Neste ponto em que o fazer literário esbarra na teoria do absurdo existencial, encontra na morte uma realização e da espetacularização do espírito da belle époque francesa, repleta de possibilidades no campo literário. O tom confessional da literatura de Mário de Sá-Carneiro parece por vezes envolver um eu da narração e um eu próprio da psicologia de modo a que essa convergência expresse uma miríade de deslocamentos simbólicos.Palavras-chave: literatura; espetáculo; absurdo; belle époque; cartas. Abstract:The article represents different contexts that involved Mário de Sá-Carneiro's suicide in 1916 through the mailing with Fernando Pessoa. In this place, where literary production bumps into existential nonsense theory, finds in death an achievement and the spectacle form the French belle époque spirit, full of possibilities in the literary field. The confessional tone from Mario de Sá-Carneiro's literature seems by many times involve a narrative self and a psychology inner self in a way for this convergence to express a myriad of symbolic displacements. Keywords
O presente ensaio questiona a teoria poética de Henri Meschonnic diante do seu trabalho tradutório, unindo assim a lingüística e a ética. Ao partir de um ponto incontornável diante da tradução da primeira estrofe do livro Gênesis/Bereshit. A linguagem encontrada desencadeia de opções textuais com forte base poética, fato este que o leva a examinar mais detidamente processos internos de assimilação da poesia na vida de seus int érpretes. O ritmo aparece como um elemento criativo inaudito diante da pretensa verdade da almejada pela ciência e a subjetividade que é partilhada pela revelação de elementos vocálicos como os te’amim presentes na língua hebraica.
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