Este artigo busca fazer uma análise a respeito do esporte de alto rendimento a partir dos referenciais teóricos da Psicanálise e dos Estudos Utópicos, partindo do princípio de que a lógica do esporte de alto rendimento na contemporaneidade reverbera a lógica do laço social. A exigência da "alta performance" sempre é uma das características de nossa época que estão fortemente presentes no discurso do esporte de alto rendimento e que muitas vezes são fonte de padecimento para os sujeitos, atletas ou não. Apesar disso, o esporte ainda tem muito a contribuir na nossa sociedade, e a aposta deste trabalho é no que foi chamado utopia esportiva, que preconiza o acento na busca da superação mais do que o resultado final necessariamente no lugar mais alto do pódio.
Este ensaio considera as seguintes interrogações: O que é um autor? Em que condições uma autoria pode se legitimar? Em que medida a experiência do inconsciente pode reposicionar a clássica pergunta sobre a autoria? Considerando o ato de escrever que instaura no sujeito uma necessária condição de exílio percebe-se a pertinência da idéia de um apagamento do lugar/ sujeito para que o lugar/autor possa advir. Este autor se fundaria na medida em que cumpre a funç ão de instaurador de discursividade (Michel Foucault). Entre outros exemplos o presente artigo revisita o trabalho do poeta T.S. Eliot que trouxe muitas luzes a esta discussão.
Partindo da constatação da necessidade de alternativas ao sistema de Justiça atual, o presente artigo objetiva dar voz a uma das propostas que vem ganhando força no cenário jurídico mundial: a Justiça Restaurativa. Para tanto, este artigo explora essa proposta, promovendo uma análise crítica amparada em autores da psicanálise (freudo-lacaniana) e da Filosofia (com F. Ost e J. Derrida). Através da Justiça Restaurativa, é possível questionar a potência da circulação da palavra, característica que promove o tensionamento entre psicanálise e Direito. Além disso, a questão da Lei e das leis, da performatividade dos atos da fala, da posição do Juiz, da experiência do encontro restaurativo e da função das utopias são os principais vieses que compõem esta análise. Mais voltado para a possibilidade de anunciar questionamentos sobre essa proposta tão nova no contexto brasileiro do que de encontrar respostas satisfatórias, este artigo mantém em suspenso várias conclusões, embora assuma a constatação da importante função utópica da Justiça Restaurativa.
Este artigo pretende tensionar pontos de conexão e diluição de fronteiras entre as categorias público/privado, conversando com a literatura de Baudelaire e W. Benjamin, Fredric Jamenson e Marc Augé. Através da imagem do labirinto, símbolo da cidade antiga que se quis extinguir na cidade moderna, busca-se refletir sobre alguns caminhos e caminhantes considerados excedentes na cidade contemporânea. O cenário propulsor dessa reflexão é a experiência do jornal Boca de Rua, elaborado por moradores de rua na cidade de Porto Alegre.
Resumo Este trabalho surge com o intuito de problematizar a psicanálise como método de interrogação do sujeito, propondo uma reflexão sobre as formas como a própria psicanálise porta uma vocação utópica, enquanto ferramenta política, a partir de sua visão acerca do sujeito e da proposição de uma ética. Propomo-nos a analisar de que forma os regimes econômicos lapidaram as subjetividades. Movimentos de resistência a essas lógicas de silenciamento da vida têm surgido, abrindo novos espaços simbólicos para um pensamento de práticas utópicas e suas reverberações éticas para uma política de vida.
O artigo apresenta uma leitura do conto de Jack London "A sombra e o brilho" mostrando o funcionamento do princípio da mímesis no processo de identificação. Propõe-se a expressão monocromos psíquicos para esses espaços mentais de indiferenciação entre o eu e o Outro. Adota-se a tese de Caillois, que afirma que o eu é permeável ao espaço. Nessa perspectiva, o tema do duplo, amplamente desenvolvido por Freud, é fundamental. Partindo-se de notas sobre o trabalho do fotógrafo cego Bavcar, procura-se mostrar alguns traços da estrutura do olhar. O artigo finaliza mostrando as conexões possíveis dessas reflexões para a prática psicanalítica.
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