ResumoOs jangadeiros são populações de pescadores artesanais das orlas marítimas que vivem no litoral nordeste brasileiro. O litoral sul da Bahia é uma das poucas regiões do litoral brasileiro onde a cultura viva da pesca com a jangada tradicional ainda persiste. O presente estudo teve como objetivo realizar o levantamento das espécies arbóreas utilizadas para a construção de jangadas tradicionais na região sul da Bahia, investigando as possíveis origens desse conhecimento mantido pelos pescadores artesanais. O levantamento foi realizado no distrito de Serra Grande, Uruçuca, Bahia, entre abril e maio de 2013, através de 13 entrevistas semi-estruturadas. Os resultados foram analisados de forma qualitativa. Um total de 13 espécies foram citadas. As espécies mais citadas foram Apeiba tibourbou (Malvaceae) e Albizia polycephala (Fabaceae). A continuidade do conhecimento acerca da pesca artesanal com jangadas vem sendo comprometida devido à dificuldade em extrair a matéria-prima. Foi detectada a introdução de um novo componente nas jangadas tradicionais, o motor, entre quatro a sete anos atrás. Os resultados obtidos nesse estudo demonstram a importância da relação da comunidade estudada com o meio em que vivem e das espécies utilizadas na confecção das jangadas, mantendo viva uma cultura que praticamente desapareceu em outras regiões. No entanto, são necessárias medidas urgentes para que essa cultura não desapareça em função de mudanças de hábitos e de dificuldades legais e logísticas para a obtenção de matéria-prima. Palavras-chave: Conservação da biodiversidade, etnobotânica, Mata Atlântica. AbstractThe "jangadeiros" are populations of artisanal fishermen of coastlines living in the northeastern Brazilian coast. Currently, it appears that only in some regions such as the southern coast of Bahia, the living culture of fishing with handmade rafts still persists. The present study aimed to survey tree species used for building handmade rafts in southern Bahia, investigating the possible sources of this knowledge kept by artisanal fishermen. The survey was conducted in the district of Serra Grande, Uruçuca, Bahia, between April and May 2013, through 13 semi-structured interviews. The results were analyzed qualitatively. A total of 13 species were cited. The most cited species are Apeiba tibourbou (Malvaceae) and Albizia polycephala (Fabaceae). The continuity of knowledge of artisanal fishing has been compromised due to the difficulty in extracting the raw material. A new component was introduced in traditional rafts, the engine, between four and seven years ago. The results of this study demonstrate the importance of the relationship of the community and the environment in which they live and the species used in the making of rafts, keeping alive a culture that disappeared in other regions. However, urgent actions are needed so that the culture does not disappear due to changes in habits and legal and logistical difficulties in obtaining raw materials.
As populações humanas que ocupam florestas tropicais convivem com grande diversidade biológica e de seu repertório cultural destacam-se as práticas relacionadas ao uso popular de plantas para fins medicinais. O objetivo deste trabalho foi traçar um panorama sobre o uso de plantas medicinais por populações tradicionais da Mata Atlântica no estado da Bahia, Nordeste do Brasil, buscando valorizar o potencial etnofarmacológico local e contribuir para novas pesquisas fitoterápicas. Para isso foi realizado um levantamento bibliográfico documental em repositórios virtuais sobre os estudos etnobotânicos já realizados, sobre o uso de plantas medicinais na cura e tratamento de doenças por comunidades tradicionais e campesinas desta região. Foram encontradas 21 referências sobre o uso de plantas medicinais por comunidades tradicionais e campesinas localizadas no estado da Bahia, das quais nove referem-se exclusivamente a Floresta Atlântica totalizando 276 espécies distribuídas em 77 famílias botânicas. A realização desse estudo permitiu a visão rápida e abrangente da produção científica envolvendo os conhecimentos tradicionais sobre o uso de plantas medicinais no atendimento primário a saúde e contribui para a valorização cultural associada ao desenvolvimento educacional e científico que envolve o conhecimento empírico de populações tradicionais.
This article presents an outline research that had as its main objective to discuss the collective organization of family production on associations in the municipality of Riacho de Santana - BA. To this end, we seek to highlight public programs and policies, such as the Food Acquisition Program (PAA) and the National School Feeding Program (PNAE), aimed at self-management of family farming within associations. The data were collected through questionnaires of open questions with presidents/representatives of the associations, whose analysis was based on the assumptions of Historical Dialectic Materialism - MHD. Upon analyzing the collected material, we concluded that the Riacho de Santana - BA associations were created to contribute to the permanence of workers in the field, the struggle for land and access to different public policies, and that these associations have been struggling to overcome the existing fragmentation in the social groups that make up family production in the researched context.
Neste artigo descrevemos as ações extensionistas, situação, sua origem e algumas experiências da equipe do Caminhão com Ciência da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), doravante denominado simplesmente “Caminhão”, ao longo dos últimos dezesseis anos. O Projeto Caminhão com Ciência tem a finalidade de popularizar a Ciência, a partir das exposições itinerantes realizadas com acontecimentos educativos os quais demandaram dos envolvidos um olhar interdisciplinar susceptível de favorecer o aprender tendo por base os fenômenos em suas múltiplas dimensões do conhecimento. Nosso objetivo com este artigo é socializar ações e trajetórias desenvolvidas a partir do “Caminhão” junto ao público da região de abrangência da UESC, principalmente aquelas do seu entorno e as distantes das grandes cidades. Diante de tudo que já realizamos é indiscutível a ocorrência da indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão no “Caminhão”. Vários foram os projetos de pesquisa que tiveram seu início em discussões nas e das exposições e que resultaram em trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses, com seus resultados sendo diretamente revertidos em benefícios, principalmente, aos professores da educação básica que porventura participaram das exposições. Esta relação do tripé fundamental (Ensino, Pesquisa e Extensão) de uma Universidade está intrínseca nas atividades do “Caminhão”. Assim, acreditamos cumprir com a função de divulgar e popularizar a Ciência de forma inclusiva e democrática, objetivando a melhoria da qualidade de vida das pessoas, procurando dar subsídios para o desenvolvimento de uma consciência crítica e independente para uma sociedade mais justa, moralmente ética, consciente e ambientalmente equilibrada.
As jornadas de agroecologia da Bahia: a sua relevância como espaços de educação não formal Bahia's agroecology days: their relevance as spaces of non-formal education
RESUMOO presente artigo aborda o embate da Via Campesina na luta pela Soberania Alimentar e pelos direitos dos pequenos agricultores, frente as políticas neoliberais orquestradas por organizações multilaterais como a Organização Mundial do Comércio-OMC e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura -FAO. A metodologia usada para escrita deste texto foi a qualitativa, através de uma revisão de literatura, focada em autores como Via Campesina (2015), Maluf e Menezes (2012) e Demarais (2013). Os resultados da pesquisa mostraram que a Via Campesina possui uma luta engajada em todo mundo pela soberania alimentar e pelo direito dos agricultores para estes poderem se inserir de forma mais justa na economia. Também notou-se que seu caráter de enfrentamento gerou frutos como seu credenciamento como representante oficial da voz camponesa frente à FAO, porém, ainda existem dificuldades nas relações com a OMC, devido ao seu caráter liberal e de comércio, que tende a dar menos atenção a grupos que pregam diminuição da atuação de tal organização em questões agrárias.
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