O objetivo do artigo é discutir o papel da narrativa em Medicina. Após realização de pesquisa bibliográfica explanatória e cuidadosa leitura analítica de conteúdo dos materiais publicados, concluiu-se que as narrativas em Medicina são um tópico de grande interesse para os profissionais de saúde e acadêmicos preocupados com a educação médica no futuro imediato. Para englobar toda a gama de artigos e livros sobre o assunto, o presente artigo foi divido em três partes com a finalidade de apresentar as formas de discussão mais comumente encontradas sobre o tema. A primeira articula-se a uma classificação das narrativas médicas. A segunda sublinha as inter-relações entre Medicina e Literatura, que vem sendo considerada como uma ferramenta fundamental para garantir a competência narrativa tão necessária ao soerguimento das hipóteses diagnósticas a partir da história da doença contada pelo paciente. Finalmente, são discutidas as posições atuais dos especialistas no que tange ao papel da narrativa na ética médica. Também é apontado como uma epistemologia narrativa sempre esteve contida no ensino e na prática da Medicina.
O uso de marcas corporais tem se tornado cada vez mais frequente, sobretudo entre adolescentes. Através de abordagem qualitativa, este estudo pretende avaliar se o uso de piercings e tatuagens afeta o cuidado prestado por auxiliares de enfermagem a adolescentes internados e identificar influências na formação dos significados atribuídos às marcas. Foram entrevistados auxiliares que trabalham em enfermaria específica para o atendimento de adolescentes. Após análise das entrevistas, foram formuladas categorias para melhor apreensão do sentido atribuído pelos auxiliares ao uso de marcas. Algumas categorias foram recorrentes, destacando-se a associação das marcas a: comportamentos de desvio; apelo erótico e consumismo; gesto de coragem; riscos de adoecimento e doença mental. Religião e valores familiares predominaram sobre a formação profissional em relação aos significados atribuídos ao objeto de estudo. Conclui-se que a visão negativa em relação às marcas relaciona-se diretamente ao cuidado. A quantidade de marcas, a localização, o tipo, a idade do adolescente e o caráter definitivo/transitório interferem na interpretação dos profissionais. Contudo, marcas corporais são ferramentas semiológicas importantes, devendo ser incluídas no roteiro de avaliação dos adolescentes.
Reflexões sobre os objetos e os ambientes físicos de ensino e pesquisa em saúdeReflections about health and educational objects and physical environments
Este artigo objetiva analisar as concepções incluídas nos documentos de atenção à saúde do adolescente, veiculados por órgãos gestores nacionais e internacionais, notadamente,Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde e Organização Panamericana da Saúde, a respeito das definições de adolescência, de atenção à saúde do adolescente e do perfil do médico que presta assistência a esse grupo. Estes documentos foram analisados tematicamente correlacionando os tópicos acima apontados às concepções que os embasaram. A análise demonstrou que a adolescência está definida por três critérios: o cronológico ligado às transformações somáticas, o da construção de um padrão típico de adolescente e o da hegemonia do biológico numa proposta explicitada como interdisciplinar; que a atenção à saúde do adolescenteexprime-se com base em uma concepção Luminista, teleológica e normativa de adolescência e, finalmente, que o papel do médico está postulado como o de dizimador de conflitos funcionando como uma espécie de pater-mater extraparental.
Discute a relação entre os objetos e os ambientes físicos destinados à pesquisa e à promoção da saúde. Analisa o ambiente físico dos laboratórios de pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) à luz de princípios da promoção da saúde como ampliação do conceito de saúde, e também a participação dos atores no processo decisório relativo aos espaços de saúde e envolvimento de diferentes disciplinas no planejamento desses ambientes. Encontra a estreita relação entre design, arquitetura e promoção da saúde ao longo da história da Fiocruz e apresenta depoimentos colhidos na oficina de trabalho denominada Espaço, Criação e Alegria, instrumento de sensibilização, participação e escuta dos usuários de ambientes laboratoriais, desenvolvido e aperfeiçoado no IOC/Fiocruz.
Os autores apresentam e discutem uma atividade do projeto de extensão Prescrevendo Histórias: desenvolvimento de competência narrativa em estudantes de Medicina, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. O foco do artigo é a descrição da metodologia desenvolvida: distribuição de pílulas literárias na sala de espera de um ambulatório e produção de narrativas por meio da experiência, bem como sua análise. O artigo está dividido em seções. Inicialmente são apresentados a dinâmica de desenvolvimento da atividade e o procedimento metodológico engendrado para a análise do material produzido por encontros virtuais do grupo. A seguir, é abordada a análise das 25 narrativas, com destaque para as temáticas, os recursos linguísticos e as vozes presentes. Os autores concluem que o recurso didático-pedagógico apresentado possibilitou a incorporação de valores humanísticos à formação dos estudantes de Medicina.
O artigo apresenta resultados de estudos sobre o relacionamento entre as pessoas e os ambientes voltados para a saúde. Expõe o que se fala sobre os aspectos psicofisiológicos ou psicofísicos relativos a esses ambientes, pesquisando as vozes dos dirigentes e legisladores, por meio das leis e portarias ligadas ao tema na esfera federal, estadual e municipal e, por outro lado, escutando as vozes dos usuários por meio de uma oficina de trabalho intitulada "Espaço, Criação e Alegria", aplicada em laboratórios de pesquisa da Fiocruz. Os resultados são os dados provenientes da percepção dos participantes das oficinas sobre seus ambientes de trabalho, colhidos por meio de depoimentos e desenhos. Tais resultados demonstram que a oficina pode ser um instrumento de escuta sensível para designers e arquitetos envolvidos em projetos de obras e reformas de espaços destinados à saúde.
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