A crescente urbanização desordenada que vem ocorrendo no Brasil, tem provocado um aumento na pressão sobre os recursos hídricos, além de produzir alterações no ciclo hidrológico. Nesse contexto, perante às diversas pressões exercidas em uma bacia hidrográfica, torna-se necessário a avaliação de sua vulnerabilidade natural o que permite o planejamento ambiental na área. A sub-bacia do rio Piracicaba-MG, afluente da margem esquerda do rio Doce, apresenta alto grau de antropização e concentra atividades econômicas importantes, com destaque para atividades minerárias. Desta forma, este trabalho tem por objetivo elaborar um mapa de vulnerabilidade natural para a sub-bacia do rio Piracicaba-MG, considerando as variáveis geologia, pedologia, declividade e cobertura vegetal. Para elaboração do mapa de vulnerabilidade da sub-bacia do rio Piracicaba-MG foi utilizado o Sistema de Informações Geográficas (SIG), como ferramenta de análise dos fatores que definem a vulnerabilidade da bacia. A metodologia utilizada foi a análise multicritério, por meio da álgebra de mapas, empregando pesos para cada classe obtida nos elementos considerados (geologia, pedologia, declividade e cobertura vegetal), que variam de 1 a 5, considerando o grau de vulnerabilidade à erosão. Os resultados encontrados apontaram que a área com maior vulnerabilidade natural está situada no alto curso do rio Piracicaba, indicando que esta área deve ser prioritária para conservação.
A avaliação da fragilidade ambiental das bacias hidrográficas vem se tornando cada vez mais importante no cenário ambiental, devido ao desenvolvimento gradativo da sociedade e a expansão tecnológica e econômica ao longo dos anos. Uma estratégia adotada para amenizar a degradação e restabelecer o equilíbrio, é a formação de corredores ecológicos (CEs), que auxilia na ligação entre remanescentes naturais. A bacia do rio Piracicaba passa por um longo histórico de degradação e de fragmentação florestal, principalmente próximo às cidades devido ao desmatamento de matas ciliares. Em vista disso, este trabalho analisou e comparou a aplicação de dois diferentes modelos de fragilidade ambiental, aplicada a esta bacia e, a partir de seus produtos identificou a melhor metodologia base para a proposição de corredores ecológicos na região. Com os resultados obtidos, foi possível inferir que, além de grande parte da bacia apresentar grau de fragilidade entre fraco e médio, as áreas mais vulneráveis são aquelas mais próximas à cabeceira da bacia. O estabelecimento dos corredores ecológicos abrangeu, prioritariamente, as áreas de maior fragilidade entre a conexão dos fragmentos de vegetação e as Áreas de Preservação Permanentes (APPs), assim, verificou-se que é necessário o reflorestamento de cerca de 342,24 km² das APPs da bacia para que seja possível a conexão entre as remanescentes e 2,0 km² de áreas de ligação. Comparative analysis of the environmental fragility of the Piracicaba river basin using two methodological models: support for the application and proposition of Biological Corridors A B S T R A C TThe assessment of a river basin’s environmental fragility has become even more important on the environmental scenery due to society’s gradual development and technological and economic expansion over the years. An adopted strategy to ease the degradation and restore the ecological balance is the establishment of biological corridors that can assist the connection between natural forest patches. The Piracicaba river basin has been going through a long history of degradation and forest fragmentation, especially near the cities because of the deforestation of riparian forests. Therefore, this paper analyzed and compared the application of two adapted environmental fragility models in this river basin and identified from their products the best base methodology for the proposition of ecological corridors. From the results, it was possible to infer that, in addition to a big part of the basin present poor and average fragility level, the most vulnerable areas are the ones close to the source of the main rivers. The biological corridors establishment covered, primarily, the most vulnerable areas between the fragments of remaining forests and the Permanent Preservation Areas (PPAs) and, from this, it was possible to verify that the reforestation of around 132,14 mi² of PPAs is necessary for the connection of patches of remaining forests and 0,77 mi² of connections areas.Keywords: environmental vulnerability, geoprocessing, environmental management.
1 Influência da expansão urbana aliada às características morfométricas nas ocorrências de inundações: estudo de caso no município de João Monlevade-MG Influence of urban expansion allocated to morphometric characteristics in flood occurrences: case study in João Monlevade-MG Influencia de la expansión urbana aliada a las características morfométricas em las ocurrencias de inundaciones: estudio de caso en la ciudad de João Monlevade-MG Resumo O presente estudo teve como objetivo analisar a influência da expansão urbana aliada às características morfométricas nas ocorrências de inundações, no município de João Monlevade-MG. Para a mensuração e classificação das características morfométricas e a obtenção do mapa de uso e ocupação dentro da bacia foram utilizadas uma base de dados disponível no site da Agência Nacional de Águas (ANA) e imagens do satélite Alos Palsar. O uso e ocupação do solo foi dividido em 6 classes. A área de vegetação foi a queapresentoumaior porcentagem na bacia. Para a caracterização morfométrica da bacia, Research, Society and Development, v. 9, n. 2, e136922101, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i2.2101 2 utilizando o software ArcGis 10.3, foi necessário a quantificação da área, perímetros, comprimento do canal principal da bacia e seu comprimento vetorial . De posse destes dados, calculou-se o coeficiente de compacidade (Kc), fator de forma (Kf), índice de circularidade (Ic), índices de declividade, índice de sinuosidade (Is), amplitude altimétrica (Hm), densidade de drenagem (Dd), hierarquia dos canais, número total de canais d'água na bacia e relação relevo (Rr). Diante dos resultados obtidos foi possível constatar que a bacia hidrográfica do córrego Carneirinhos possui uma suscetibilidade natural média ao desenvolvimento de inundações. Contudo, por meio da análise do uso e ocupação do solo foi constatado que os usos antrópicos prevaleceram e um aumento da expansão urbana foi observado, fato que tende a intensificar os processos de inundação na área. Palavras-chave: Uso e ocupação; Morfometria; SIG; Bacia hidrográfica do CórregoCarneirinhos. AbstractThe present study aimed to analyze the influence of urban expansion combined with morphometric characteristics in flood occurrences, in the municipality of João Monlevade-MG. To measure and classify the morphometric characteristics and obtain a map of use and occupation within the basin, a database available on the Water National Agency (ANA) website and the Alos Palsar satellite images were used. Land use and occupation was divided into 6 classes. The vegetation area presented the highest percentage of the basin. For the basin morphometric characterization, using the ArcGis 10.3 software, it was necessary to quantify the area, perimeters, length of the basin main channel and its vector lengths. With these data, the compactness coefficient (Kc), form factor (Kf), circularity index (Ic), slope indexes, Sinuosity index (Is), Altimetric amplitude (Hm), drainage density (Dd), channel hierarchy, total number ...
O uso intensivo dos recursos naturais provoca impactos cada vez maiores ao meio ambiente. A água é um dos recursos mais afetados, pois dela dependem as diversas atividades humanas, o que tem colocado em risco sua disponibilidade em quantidade e qualidade. A partir da constatação da possibilidade de escassez, houve a necessidade de reconhecer a água como um recurso natural limitado e, portanto, dotado de valor econômico. Esse princípio é o que baseia o instrumento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, regulamentado pela Lei Federal n° 9.433/1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. O presente trabalho teve como escopo o estudo desse instrumento, particularmente em águas de domínio da União na bacia hidrográfica do Rio Doce. O trabalho pautou-se na coleta, sistematização e interpretação de informações por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Os resultados apresentaram que apesar dos avanços obtidos com a cobrança, ainda existem limitações a serem sanadas, como a inadimplência na bacia em estudo, insuficiência dos valores arrecadados para realização de ações na bacia hidrográfica e baixa eficiência dos recursos desembolsados. Assim, deve-se criar um ambiente de constante consolidação e melhoria do instrumento, para de fato induzir e estimular a conservação, o manejo integrado e a recuperação dos recursos hídricos.
Nos últimos anos, o estado de Minas Gerais sofreu com repetidas rupturas de barragens que recebem rejeitos de mineração. Esses eventos causaram imensos danos humanos, sociais, econômicos e ambientais. Além disso, a recorrência desses desastres sugere que o gerenciamento desses reservatórios é defeituoso, impreciso e, provavelmente, baseado em premissas técnicas insuficientes ou até falsas. O planejamento e a construção de reservatórios que podem conter dezenas de milhões de metros cúbicos de rejeitos obviamente devem levar em consideração uma série de fatores, ambientais ou relacionados aos diferentes usos do solo pelos seres humanos. Entre esses usos, a urbanização deve ser tratada de uma maneira muito especial. No estado de Minas Gerais, existem cerca de 400 barragens que recebem rejeitos de mineração. Dados oficiais mostram que um número significativo dessas estruturas apresenta problemas relacionados à segurança de barragens. O objetivo do atlas é apresentar de maneira clara e objetiva e utilizando uma linguagem acessível a toda a população uma tipologia dessas barragens, dando uma atenção especial alguns muncípios considerados críticos e tratados como “casos de estudo”. As barragens serão agrupadas em diferentes categorias, segundo a sua localização, material acumulado, empreendedor, morfometria e em função de parâmetros ligados à segurança de barragens reconhecidos pelo governo. Em vez agrupar as barragens em função de suas características técnicas ou operacionais, o atlas classificou essas barragens em função da sua proximidade das populações urbanas que estariam expostas a uma possível ruptura.
O rompimento da barragem de Fundão em Mariana/MG, foi um dos desastres ambientais mais impactante da história do Brasil até então. Milhões de rejeitos de mineração foram lançados no Rio Doce, ocasionando a mortandade da biodiversidade aquática e da fauna terrestre, além de causar a perda de várias pessoas, a destruição do município de Bento Rodrigues e de desabrigar muitas famílias. Tal evento não é um caso isolado e a detecção e monitoramento do deslocamento destes rejeitos é extremamente importante visto que em muitos casos são necessárias ações preventivas para resguardar a integridade de populações e atividades econômicas que depende da água captada nos rios, contudo este é oneroso em função do deslocamento de equipes que coletam amostras (ou realizam análises In Locu) para a detecção da presença dos rejeitos. Assim, este trabalho se propõe ao desenvolvimento de uma metodologia para o monitoramento de desastres advindos do rompimento de barragens de rejeitos de mineração ao longo dos cursos d’água, por meio de sensoriamento remoto. Foram empregados os dados de Turbidez dos pontos de monitoramento existentes ao longo do Rio Doce, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), e do Instituto Estatual do Meio Ambiente do Espirito Santo (IEMA), e cenas do satélite LandSat 8, Sensor OLI. Foi realizada a correção atmosférica das imagens selecionadas. Dos trinta e um pontos avaliados, todos que apresentaram maiores teores de turbidez apresentaram valores de refletância inferiores a 1, o que levou a concluir que quanto maior o valor da turbidez, menor será a Reflectância da água analisada após a adição de rejeitos, da mineração de ferro, em grandes volumes contrariando o esperado.
No estado de Minas Gerais, captações inferiores a 1,0 L/s não precisam ser outorgadas, mas necessitam de um cadastro de uso insignificante. A hipótese deste trabalho é de que esses cadastros para captação de água emitidos em série ao longo de pequenos trechos de um curso de água podem alterar de forma substancial a disponibilidade hídrica do mesmo, e consequentemente, provocar impactos ambientais, bem como propiciar conflitos pelo uso da água. Nesse sentido, o objetivo foi analisar a Política Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, no que se refere aos usos insignificantes, contribuindo para o conhecimento das interferências destes usos na disponibilidade hídrica superficial da bacia hidrográfica do rio Suaçuí - MG. Para isso, foi obtida junto ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas a relação dos usuários de captação de água superficial do local de estudo. Calculou-se a disponibilidade hídrica da bacia por trechos de cursos d’água, analisando as interferências dos usos insignificantes. Analisando todos os trechos nos quais os usos insignificantes estão presentes, foram constatados que 555 usuários se encontram em situação de indisponibilidade, sendo a maioria destes trechos de pequena extensão, localizados em regiões de cabeceira da área de estudo, e também trechos onde existem duas ou mais captações consideradas insignificantes, ou em trechos consecutivos. Este resultado sugere que a forma como são concedidos os cadastros de usos insignificantes deve ser revista, tomando como base a disponibilidade hídrica do trecho a ser demandado, e não apenas limitado por uma vazão máxima.
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