This study analyzes the role and training of indian health agents as defined by the National Policy for Health Care of Indians Peoples on two Indian reservations in Santa Catarina, Brazil. The health agent's role in primary care is based on mediation between traditional health practices and biomedicine, subsumed in the concept of differentiated care. On both reservations, a large turnover of indigenous health agents and lack of adequate training were observed. The indigenous health agents expressed difficulty in understanding the reasons for their activities, role ambiguity vis-à-vis the community, and communications problems with other health professionals. Considering the national policy guidelines, this study indicates that the provision of differentiated care is precarious and that a dialogue is necessary, with actual participation by all stakeholders in the health services.
Os agentes indígenas de saúde (AIS), no Brasil, fazem parte de uma estratégia desenvolvida nas últimas duas décadas para a promoção de um modelo de atenção diferenciada à saúde indígena. Seu papel objetiva atender vários aspectos da política de atenção diferenciada, tais como o elo entre a equipe de saúde e a comunidade, e a mediação entre os saberes médico-científicos e os indígenas. Apesar do aumento significativo dos AIS nos últimos anos, falta ainda uma avaliação sobre suas competências e contribuições para a realização da atenção diferenciada. Este artigo, baseado em pesquisas realizadas pelas autoras e em uma revisão bibliográfica, analisa o papel do AIS por meio da sua incorporação, formação e participação nas equipes de saúde em diferentes contextos no país. Em que pese a importância dada ao papel do AIS, esta análise demonstra um conjunto de ambiguidades e contradições que dificulta o seu desempenho e uma contribuição maior para a atenção diferenciada.
A democratização das ações e serviços de saúde no Brasil, expressa no Sistema Único de Saúde (SUS) em 1990, tem como base novas relações entre estado e sociedade. Idealisticamente, os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde, forjados ainda no Movimento de Reforma Sanitária a partir de 1976, estabelecem o papel central do usuário e deslocam o eixo do poder das macroestruturas para os níveis locais e regionais, com a ampla participação de todos os setores que compõem o cenário da saúde. No caso indígena, o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no âmbito do SUS foi implementado em 1999, face às históricas desigualdades e iniqüidades vividas por esses povos no Brasil. Desde a implantação do Subsistema, há sete anos, são poucas as reflexões sobre os conceitos-chaves e sua práxis em contextos interculturais: atenção diferenciada, Agentes Indígenas de Saúde e participação e controle social. Esse artigo traz uma avaliação do modelo de atenção à saúde indígena com base nesses aspectos. A partir de pesquisas realizadas no sul do Brasil, especificamente no Estado de Santa Catarina e na experiência de participação em instâncias de controle social, buscamos contribuir para a avaliação, que é exígua até o momento.
This article discusses training and continuing medical education for indigenous health workers and health professionals in indigenous
O segundo semestre de 1999 foi caracterizado como um período transitório para a montagem do Distrito Sanitário Especial Indígena Interior Sul na Terra Indígena Xapecó, oeste do Estado de Santa Catarina. No Posto de Saúde da aldeia Sede prestavam atendimento um clínico geral/obstetra e um pediatra, um dentista, uma enfermeira, dois auxiliares de enfermagem e quatro atendentes de enfermagem. Aqui são apresentados os resultados preliminares de um estudo voltado para descrever, entre outros aspectos, a organização dos serviços de saúde, seu uso pela comunidade e o perfil saúde/doença dos Kaingáng, investigado pela análise de prontuários. No mês de setembro de 1999, foram atendidos 222 índios (crianças e adultos), sendo 50,5% residentes na aldeia Sede. Entre os índios de 0 a 14 anos, as doenças infecto-parasitárias foram as mais recorrentes, fortalecendo a idéia de que os Kaingáng vivem em condições precárias de saneamento e alimentação. A procura do serviço pelos adultos, por sua vez, reflete uma certa complexidade, já que das 116 pessoas atendidas, 27 eram gestantes, em um total de 86 mulheres. Além disso, foram emitidas prescrições para as crianças e para os adultos em 85% e 81,8% dos atendimentos, respectivamente.
Access to medication emphasizes the availability of the product at the expense of providing a service. The goal of this paper is to propose a theoretical model for a drug dispensing service, beginning with a reflection on the current realities of the Unified Health System and drug dispensation in Brazil. A conceptual analytical research made by a methodological course called disciplined imagination was mainly the approach applied to develop the model. The drug dispensing service is part of the care process, which considers access as an attribute; reception, connection and accountability, management, and clinical pharmaceutical aspects as components; and the rational use of drugs as the purpose. The proposed model addresses access to the dispensing service and demands a reorientation of routines, instruments, and practices.Uniterms: Drugs/dispensing practice. Pharmaceutical service. Unified health system. Health services/ access.O acesso a medicamentos enfatiza a disponibilidade do produto em detrimento da provisão de um serviço. O objetivo deste trabalho é propor um modelo teórico para um serviço de dispensação de medicamentos, iniciando com uma reflexão sobre a realidade atual do Sistema Único de Saúde e a dispensação de medicamentos no Brasil. Uma pesquisa analítica conceitual realizada por meio de um percurso metodológico chamado de imaginação disciplinada constituiu a estratégia principal para o desenvolvimento do modelo. O serviço de dispensação é parte do processo de cuidado, o qual considera o acesso como um atributo; os aspectos acolhimento, vínculo e responsabilização, gestão e clínica farmacêutica como componentes e o uso racional de medicamentos como o propósito. O modelo proposto direciona o acesso para o serviço de dispensação e demanda a reorientação de rotinas, instrumentos e práticas.Unitermos: Medicamentos/prática de dispensação. Assistência farmacêutica. Sistema único de saúde. Serviços de saúde/acesso. INTRODUCTIONThe use of medications is steadily increasing (Lu et al., 2011) and is a complex socioeconomic phenomenon with respect to ensuring drug accessibility, rational use, and the ability to solve health problems (Wiedenmayer et al., 2006). Worldwide, drug access systems are characterized by excessive and careless use, the deviation of drugs from their intended purpose, overestimated benefits, and a high prevalence of drug-related problems (Wiedenmayer et al., 2006;Lu et al., 2011). The World Health Organization (WHO) has examined the role of pharmaceutical services and emphasized both their importance to health care and the difficulties involved in organizing such services in developing countries (World Health Organization, 1997;Wiedenmayer et al., 2006).In terms of using the analytical categories of the health service utilization model developed by Andersen and Davidson (2007), the organization of drug dispensation can be viewed as a factor that enables the use of the service and influences access and health outcomes. In Brazil, medication costs may be covered by public health L. Soares, ...
Este artigo analisa o consumo e as percepções de medicamentos entre índios Guaraní do litoral de Santa Catarina, Brasil. A pesquisa etnográfica envolveu observação participante, entrevistas abertas e semi-estruturadas e pesquisa domiciliar. Analisando seis meses (2008) de prescrições médicas, foram indicados 458 medicamentos em 236 consultas, sobressaindo-se as preparações para tosse e resfriado, os analgésicos e os anti-helmínticos, entre outros. Nas três pesquisas domiciliares, os analgésicos e as preparações para tosse e resfriado foram os mais encontrados em 2006 e 2007, e os antianêmicos em 2008. Os Guaraní utilizavam os serviços de atenção básica principalmente para gripe, tosse e diarréia, incluindo também em suas práticas a procura pelo pajé e a autoatenção com medicamentos e ervas, reconhecendo para os medicamentos sua eficácia e avaliando o tratamento de acordo com suas experiências e concepções do processo saúde-doença-atenção. O estudo indica a necessidade de diálogo entre profissionais e usuários, articulando os diferentes saberes em saúde.
Introduction: To train pharmacists working in the public health system, the Brazilian Ministry of Health developed a specialization course called Pharmaceutical Service and Access to Medicine Management (PSAMM) between 2010 and 2016. The course was free of charge and used e-learning as its main approach. In the end, 2,500 pharmacists were trained. The purpose of this study was to identify and analyze the strengths, weaknesses, opportunities, and threats of an in-service and e-learning course for pharmacists working in a public health system.Materials and Methods: Three workshops involving 67 participants were conducted at the conclusion of the course to analyze the perspective of the PSAMM course's faculty (tutors, regional coordinators, professors, and management committee) and students (pharmacists). Strengths, weaknesses, opportunities, and threats analysis and qualitative analysis methods were used.Results and Discussion: The strength dimension had the greatest number of items. The qualitative analysis resulted in six categories: the category “E-learning in continuing education” had the most cited items. Internal elements such as in-service hands-on activities directly related to the professionals' roles, course contents, faculty, and the methods to offer the course (the mixed methods and materials) were positively assessed. Nonetheless, external elements were considered critical for the course's outcomes such as investments in the infrastructure of pharmaceutical services, access to the internet, local managers' support for continuing education and innovation implementation, practice of interprofessional collaboration, and political stability. The continuing education course in the public health system was affected by internal elements such as its project and structure as well as external elements such as the sociopolitical scenario. Continuing education investment must be accompanied by infrastructure investment and coordination of services.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.