Resumo A divisão sexual do trabalho ocasiona iniquidade entre gêneros, bem como situações de violência direcionadas às mulheres no ambiente laboral. Na área farmacêutica, a maioria feminina e a inserção em múltiplos cenários, que envolvem contato com público e parcerias profissionais diferenciadas, potencializam a exposição à violência. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar situações de violência vivenciadas por farmacêuticas no ambiente laboral. Para tal, utilizou-se método qualitativo, com análise de conteúdo, realizada no software NVivo®, de uma survey on line, respondida por farmacêuticas (n=381) registradas no Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais, Brasil. Como resultado, identificou-se quatro categorias: ‘Convivendo com o desrespeito, ameaças e vulnerabilidade’, ‘O sexismo e o machismo estrutural que cala, diminui e atordoa’, ‘A discriminação contra a mulher como obstáculo à equidade’ e ‘Assédio sexual e objetificação da mulher’. Emergiram diversas expressões de violências no ambiente laboral provenientes de múltiplos agressores. Farmacêuticas reconheceram prejuízo profissional e pouco reconhecimento pela capacidade técnica. Conclui-se que os relatos expuseram a falta de proteção da integridade farmacêutica no ambiente de trabalho. Espera-se que esses resultados tragam à luz a desigualdade de gênero no trabalho farmacêutico, com destaque para situações de violência, ampliando a discussão e proporcionando evolução dessa profissão majoritariamente feminina.
Studies that addressed the profile of pharmaceutical activities and behaviors in community pharmacies in the last decades pointed to a gap between community pharmacy practice and the precepts of the profession. Facing the need to analyze whether the new legislation has impacted this scenario, the objective of this study was to describe the general profile and academic profile of community pharmacists, and the profile of the activities they develop, as well as to know their place of work. This is a descriptive study, to which all pharmacists in charge of community pharmacies in the metropolitan area of Belo Horizonte-MG (n = 1624) were invited. Data collection was performed through a questionnaire validated online, from October to December 2017, via Google Docs ® . Responses were obtained from 109 pharmacists, most of them female, aged 31-40 years, being general graduates, and in private institutions. Pharmacotherapeutic follow-up, an activity linked to clinical management, is performed by only 37.60% of pharmacists, evidencing that there is still a lag in relation to the provision of clinical services by community pharmacists. Thus, we emphasize the importance of implementing the precepts established by Brazilian curricular guidelines for undergraduate pharmacy courses which focus on the development of clinical skills, since the insertion of the pharmacist into the health team and the provision of clinical services to the community can add new value to the use of medications, and contribute effectively to their rational use in Brazil.
Introdução: O farmacêutico é o responsável pela indicação farmacêutica como ato profissional em que se responsabiliza pela seleção de um medicamento isento de prescrição. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi conhecer a atitude dos farmacêuticos comunitários em relação à prática da indicação farmacêutica. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e transversal para o qual foram convidados todos os farmacêuticos de farmácias comunitárias da região metropolitana de Belo Horizonte/MG, (n=1.624) via e-mail. Para a coleta de dados (período de outubro a dezembro de 2017), foi utilizado um questionário disponibilizado na plataforma Google Docs®, contendo uma questão de múltipla escolha relacionada à conduta de indicação de medicamentos. Resultados: Foram recebidas respostas de 108 farmacêuticos, dos quais 88,0% declararam realizar indicação farmacêutica, 7,4% autodeclararam nunca os indicar, e 4,6% preferiram não responder. Dentre os farmacêuticos que os indicam, 28,4% descreveram condutas inadequadas na indicação de medicamentos como sugerir o uso daqueles que não eram isentos de prescrição e/ou indicar medicamentos para tratamento de problemas de saúde que não eram autolimitados, representado condutas farmacêuticas que podem ter implicações legais e resultados clínicos negativos. Conclusão: Para mudança desse cenário, além de ser imprescindível que o farmacêutico comunitário conheça e cumpra as legislações sanitárias e de exercício da profissão, também é importante o desenvolvimento de competências relacionadas à prática clínica baseada em evidências e aos serviços clínicos.
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