Em meio às discussões sobre direitos humanos, cidadania e educação, o presente artigo procura contribuir para o entendimento de desafios e potencialidades do ensino de Ciências no contexto de uma formação para a cidadania plena. O objetivo do texto é articular cidadania, a educação das relações étnico-raciais e o ensino de Ciências, tirando dessa articulação considerações, temáticas e questões relativas a formas pelas quais o ensino de Ciências pode promover a educação das relações étnico-raciais, entendida enquanto direito humano fundamental. Partindo de referências teórico-metodológicas e de dados empíricos coletados em duas pesquisas, foram identificados cinco grupos de temáticas e questões que podem ser abordadas no ensino de Ciências a fim de promover relações étnico-raciais éticas entre estudantes. Esses grupos são: a) impacto das Ciências Naturais na vida social e racismo; b) superação de estereótipos, valorização da diversidade e Ciências Naturais; c) África e seus descendentes e o desenvolvimento científico mundial; d) Ciências, mídia e relações étnico-raciais, e) conhecimentos tradicionais de matriz africana e afro-brasileira e Ciências. Para além de proclamar direitos, ressalta-se a necessidade de viabilizar sua efetivação e promover processos de formação de professores comprometidos com a educação de cidadãos críticos e engajados em lutas por equidade social. Por meio da análise empreendida, esperamos contribuir para o fomento do debate e da pesquisa sobre o papel do ensino de Ciências na formação de cidadãos, tendo em vista a construção de relações sociais positivas e o engajamento em lutas por eliminação de quaisquer formas de desigualdade social e de discriminação.
Este texto busca identificar concepções e práticas de um grupo de docentes, participantes de um curso de formação continuada, relativas ao combate ao racismo por meio do ensino de Ciências. Dito de outra forma, buscou-se compreender o papel assumido pelas aulas de Ciências na educação de relações étnico-raciais justas entre os/as estudantes. A metodologia utilizada, inspirada na fenomenologia de Merleau-Ponty, contribuiu para identificar que os processos educativos são produzidos nas experiências e no pensar sobre o vivido, em espaços marcados pelas relações sociais: étnico-raciais, de gênero e de classe social. Ao percorrer o caminho trilhado para atingir o objetivo do estudo, foram reveladas formas – conteúdos, posturas, atividades – pelas quais o ensino de Ciências pode contribuir para uma educação mais ética.
Resumo: Este artigo descreve o projeto "Identidades, Pertencimentos e as Ciências Exatas e Tecnológicas", financiado pelo concurso "Negras e Negros na Ciência", da Fundação Carlos Chagas. Por meio de uma pesquisa-intervenção, foram reveladas trajetórias escolares e perspectiva profissional de estudantes negras e negros da Universidade Federal de São Carlos (matriculados em cursos do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas), assim como a construção de seu pertencimento étnico-racial e elementos que eles identificam como facilitadores para seu ingresso nos cursos. Ao mesmo tempo, descrevem-se barreiras enfrentadas até a chegada ao ensino superior (que persistem na vivência universitária) e estratégias/condições que podem contribuir para superar a realidade de desigualdades raciais que marca a formação profissional em nosso país. Palavras-chave:Identidade étnico-racial; Formação profissional; Escolha de carreiras; Ciência e tecnologia; Racismo institucional.
O presente texto traz uma reflexão pautada na literatura e na experiência de trabalho em Cursinhos Pré-Vestibulares Populares, cursos preparatórios orientados a pessoas das camadas empobrecidas de nossa população. Trata-se de um relato de experiência e, ao mesmo tempo, ensaio teórico/prático no qual argumento no sentido de ampliar a compreensão, sobre o que entendo por relativo sucesso dos Cursos Pré-Vestibulares Populares (CPVP) em duas questões: enquanto espaço educativo para jovens e adultos de camadas empobrecidas da população; e enquanto espaço de formação inicial de professores(as). Como pano de fundo, procuro olhar para o que temdado certo nos espaços educativos criados pelos cursinhos populares, a fim de compreender falhas e apontar caminhos para a melhoria da educação formal pública, de onde vêm os sujeitos que, na busca por implementar seus projetos de vida, chegam a esses espaços de educação popular.
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