O objetivo deste artigo é identificar e analisar alguns aspectos dos contextos de influência nacional e internacional da Política de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral (PFEMTI) que emerge na reforma atual do Ensino Médio no Brasil, a partir de 2016. A expressão “contexto de influência” é entendida como uma das cinco dimensões de análise da trajetória de uma política pública que integra a abordagem conhecida como Ciclo de Políticas, desenvolvida por Ball, Bowe e Gold (1992). Metodologicamente, o artigo resulta de pesquisa documental e qualitativa sobre o tema. Em relação ao contexto de influência internacional, privilegiamos dois documentos da UNESCO: “Reforma da Educação Secundária: rumo à convergência entre aquisição de conhecimento e o desenvolvimento de habilidade” (2008) e “Protótipos curriculares do Ensino Médio e Ensino Médio Integrado: resumo executivo” (2011). Também analisamos documentos relativos ao modelo curricular Escola da Escolha, difundido pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE) através de parcerias público-privadas. Considera-se que a PFEMTI se insere em um contexto de influência internacional, marcado por intervenções de Organismos Internacionais e em um contexto nacional, caracterizado por reformas do Estado e pela emergência de novos marcos regulatórios que ampliaram as condições de influência do Terceiro Setor na educação pública através das parcerias público-privadas. Apresenta-se como exemplo dos aspectos do contexto de influência nacional alguns elementos da atuação do ICE e dos princípios que sustentam o Escola da Escolha, modelo curricular de Ensino Médio de Tempo Integral que se expande no país através deste Instituto nos últimos anos.
O artigo que segue objetiva apresentar aspectos significativos da trajetória política inicial de Alberto Pasqualini entre 1928 e 1937. Trata-se do período em que ocorreram diversos realinhamentos entre as forças políticas nos níveis estadual e nacional que acompanharam a projeção da figura política de Getúlio Vargas, sua alçada à presidência da República em 1930 e o reforço de seu poder a partir de 1937. Além disso, foi nesse mesmo período que Alberto Pasqualini sedimentou as bases da construção de sua figura pública, através da qual ficaria conhecido enquanto “homem de pensamento”, imagem construída a partir dos recursos simbólicos obtidos pelo acesso junto à Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre como aluno laureado e professor, um background estrategicamente manejado nos diferentes cenários que se apresentaram no período 1928-1937.
O presente artigo tem como propósito central apontar algumas potencialidades de investigação no campo de estudos da História da Educação a partir de um levantamento de fontes documentais do arquivo da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, instituição localizada no município de Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul/Brasil. Além de apontar algumas potencialidades de investigação deste arquivo escolar, apresentam-se as reflexões sobre o percurso trilhado até o momento, que incluiu desde o contato com a direção/funcionários/as da escola até a visita ao referido arquivo. O percurso de averiguação, levantamento e prospecção foi denominado de sondagem. Sondando, refletiu-se sobre o papel das fontes documentais oriundas de arquivos escolares, as relações entre história e memória, bem como a preservação e salvaguarda de documentos, pontos centrais para a produção de conhecimento histórico-educacional.
O presente artigo tem como objetivo principal apresentar um inventário de ferramentas úteis ao/à pesquisador/a iniciante no que diz respeito à produção, transcrição e análise do material produzido por meio de fontes orais, sem deixar de considerar o caráter mais marcante dessa tipologia de fonte: a subjetividade. Considerada no estabelecimento das dimensões teórico-conceituais da História Oral, a subjetividade se apresenta como um desafio imposto ao/à jovem pesquisador/a que eventualmente se interessar em pesquisar com fontes orais. Procura-se, além de apresentar o inventário de ferramentas relacionado aos usos dessas fontes, refletir sobre o percurso de sua constituição, tendo em vista que a confecção do inventário também se mostrou como uma alternativa frente aos desafios impostos pela investigação científica. A intenção é que as considerações elencadas no artigo possam servir especificamente ao/à pesquisador iniciante em relação às fontes orais e, de maneira mais geral, ao/à jovem pesquisador/a que vive suas primeiras incursões no mundo da pesquisa acadêmica.
O presente texto apresenta parte dos resultados de uma pesquisa sobre as experiências de professoras que integraram grupos clandestinos de resistência à ditadura militar brasileira (1964-1985). A partir da análise dos relatos/depoimentos dessas professoras, presentes no Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e entendidos como narrativas autobiográficas de memória e experiência, concluímos que as acusações de “subversão” a elas imputadas evocaram a sua condição como mulheres “desviantes” por transgredirem o comportamento social que era delas esperado e relacionado à submissão feminina. Se a História da Educação permite não só a análise do passado que se projeta nas fontes, mas também uma reflexão sobre a(s) realidade(s) educacional(is) do presente, as experiências dessas mulheres, ocorridas em um contexto repressivo e articuladas sob a questão de gênero e a sua atuação profissional, irrompe no presente com o recrudescimento de práticas que eram comuns na ditadura militar brasileira e que, nos últimos anos, têm sido frequentes com ataques e perseguição política no meio educacional.
RESUMO O presente artigo busca refletir aspectos significativos de ordem teórico-conceitual sobre Educação Clandestina e as possíveis relações entre educação e clandestinidade. Partindo das contribuições associadas a um projeto de pesquisa desenvolvido no Brasil, o objetivo central é propor um conceito para Educação Clandestina, considerando as possibilidades de aplicação e os seus usos que emergiram dos diferentes enfoques e abordagens mobilizados em produções recentes sobre a temática. A partir de uma pesquisa de cunho qualitativo realizada sobre a educação de comunistas na clandestinidade, explora-se as potencialidades da denominação Educação Clandestina como um conceito/categoria operacional.
O presente artigo refere-se a um mapeamento preliminar de trabalhos de pesquisa que trataram dos arquivos escolares como objeto central de reflexão. Busca-se compreender o que dizem os trabalhos de pesquisa sobre organizar, sistematizar, preservar e inventariar fontes de arquivos escolares para a História da Educação. Para desenvolver a compreensão, utilizou-se da pesquisa bibliográfica inspirada por trabalhos sobre “estado do conhecimento” ou “estado da arte”. Os trabalhos de pesquisa que tiveram arquivos escolares como objeto de reflexão central sugerem formas diversas de abordagem, organização, sistematização, preservação e construção de inventários que contribuem para a preservação da memória educativa e para a escrita da História da Educação no Brasil. Compreende-se, além disso, que trabalhos de pesquisa que fazem uso de arquivos escolares em seus percursos investigativos devem, ainda que não criem inventários completos, investir na descrição de potencialidades das fontes de pesquisa utilizadas.
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