A ausência de apoio social e outros fatores podem tornar gestantes mais suscetíveis à ocorrência de transtornos mentais como a depressão. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre apoio social percebido e prevalência de depressão em gestantes atendidas em uma unidade básica de saúde de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Participaram dele 100 gestantes, das quais foram verificadas as características sociodemográficas, condições médicas/obstétricas, eventos estressantes e apoio social. A depressão foi avaliada pela Composite International Diagnostic Interview. A prevalência da depressão na gravidez foi 18% (IC95% 12,2-23,8), sendo os fatores associados na análise final: estar solteira, desempregada, possuir história anterior de depressão e tabagismo. Houve relação entre a falta de apoio social e a depressão na análise inicial (p<0,05). A ausência de apoio de informação e interação durante o período pré-natal, e sua associação inicial com a depressão, evidencia a fragilidade do serviço de saúde no atendimento integral às gestantes. Nossos resultados demonstram que intervenções psicossociais e políticas sociais deveriam ser implementadas para esta população.
Resumo Introdução Existem poucos estudos acerca da avaliação das atitudes dos trabalhadores em saúde mental em relação aos indivíduos com transtornos mentais no Brasil, principalmente em cidades de médio e pequeno porte. Portanto, foi conduzido um estudo seccional para avaliar as atitudes dos profissionais de saúde mental que trabalham em uma pequena cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro. Método Foram avaliados 155 trabalhadores em saúde mental do município de Carmo, em novembro de 2015, utilizando a escala Community Attitudes Toward Mentally Ill (CAMI-BR). A CAMI tem quatro subescalas: Autoritarismo, Benevolência, Restrição Social e Ideologia de Saúde Mental Comunitária. Resultados Os trabalhadores, na sua maioria, apresentaram atitudes positivas para com os pacientes psiquiátricos. A subescala que teve pontuação mais alta foi Benevolência, seguida por Ideologia Comunitária, enquanto Restrição Social e Autoritarismo obtiveram as pontuações mais baixas. As variáveis que tiveram associação significativa com as atitudes positivas foram: faixa etária, categoria profissional e nível educacional. As pessoas mais jovens e com mais anos de estudo foram as que mostraram atitudes mais positivas. Os Cuidadores apresentaram atitudes mais negativas quando comparados às outras categorias. Conclusão Embora ainda persistam algumas atitudes autoritárias no cuidado dos pacientes psiquiátricos, os trabalhadores de Carmo têm atitudes positivas relacionadas às pessoas com transtorno mental e sua inclusão na comunidade, o que fortalece a implementação das reformas da assistência psiquiátrica no município.
Resumo Introdução Após a reforma da assistência psiquiátrica, a família passou a ser parte integrante do processo de avaliação dos serviços de saúde mental. Nesse contexto, uma das medidas mais utilizadas para a avaliação do serviço é a satisfação. O presente estudo teve como objetivo a avaliação de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) e sua relação com aspectos sociodemográficos e psicossociais entre familiares de pacientes desse serviço. Métodos Estudo epidemiológico seccional que utilizou: questionário sociodemográfico, escala de eventos de vida estressantes, de qualidade de vida, de sobrecarga, de apoio social e de estratégias de enfrentamento. Resultados Foram entrevistados 102 familiares, cuja média de satisfação global com o serviço foi de 3,9 (dp=0,6). Fatores relacionados à satisfação foram: resultados do tratamento, acolhida e competência do serviço, privacidade e confidencialidade do serviço, diagnóstico de autismo do paciente, ser familiar do sexo feminino, menor sobrecarga, melhor qualidade de vida nos aspectos físico, psicológico e ambiental, maior apoio material e maior utilização de estratégias de enfrentamento focalizadas no problema. Conclusão A identificação de fatores que influenciem a satisfação dos familiares com o serviço pode ser de grande auxílio para a construção de serviços mais adequados a essas famílias e pacientes.
INTRODUÇÃO: A gestação e o puerpério são os períodos de maior prevalência de depressão na vida da mulher. Complicações obstétricas, incluindo malformações congênitas, são importantes fatores de risco para depressão durante a gestação. Gestantes de fetos malformados vivenciam um Evento de Vida Estressante (EVE) grave. Esse fato pode ser agravado quando há ausência de apoio social. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo estimar a depressão em gestantes atendidas em um hospital materno-infantil público de referência para malformações fetais na cidade do Rio de Janeiro. MÉTODO:Foram realizadas entrevistas com 86 gestantes de fetos com malformações, das quais foram avaliadas as características sociodemográficas, condições clínicas/obstétricas, diagnóstico de depressão, apoio social e EVE. O período compreendido da pesquisa foi entre agosto de 2011 e julho de 2012. RESULTADOS: A prevalência de depressão durante a gestação foi 17.4% (IC95% 0,09-0,26), sendo associada à variável estar desempregada. As dimensões de ausências de apoio emocional e de informação apresentaram a maior frequência (57%). CONCLUSÃO: A depressão é um transtorno comum em gestantes de fetos com malformações e está associada a indicadores de privação socioeconômica. Portanto, são necessárias a implementação de políticas sociais e intervenções psicossociais adequadas para reduzir o sofrimento psíquico da depressão gestacional nessa população.
RESUMO Objetivo Realizar validação transcultural da versão em português (Brasil) da CONNECT – Uma medida de continuidade do cuidado em serviços de saúde mental, em uma amostra de 150 indivíduos com transtornos mentais graves. Métodos A validação de constructo foi realizada utilizando-se a Análise de Componentes Principais (ACP). A concordância foi determinada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC). Também foi realizada a análise de correlação entre os itens da escala, as subescalas e a escala geral. Resultados Os entrevistados tinham idade média de 48,91 anos, sendo maioria homens (60%), diagnosticados com esquizofrenia (70,7%). O ICC encontrado foi bom ou quase perfeito em 7 das 9 subescalas e a correlação entre as subescalas e a escala geral foi significativa em todas as subescalas testadas. A ACP explicou 66,29% da variância de toda a escala por meio de nove fatores. Conclusão A ACP confirmatória executada apresenta uma estrutura correspondente à estrutura original da escala. Até o momento a CONNECT é o único instrumento de avaliação da continuidade do cuidado desses pacientes que está adaptado ao contexto brasileiro. Os resultados obtidos neste estudo mostram que a versão Brasileira da Escala CONNECT pode ser utilizada com segurança.
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