Resumo: Este trabalho foca no uso de diferentes ocorrências de locuções adverbiais temporais em cartas oficiais do português do século XIX. A Linguística Funcional Centrada no Uso é usada como fundamentação teórica para explicar como determinados fatores podem motivar a ordenação de locuções adverbiais temporais na oração. Tal motivação resulta de uma perspectiva sintática -através da análise das possíveis ordens oracionais -e de uma perspectiva pragmático-discursiva -através da análise dos papéis discursivo-textuais assumidos por essas locuções adverbiais. Os resultados confirmaram integralmente algumas das nossas hipóteses, mas refutaram parcialmente outras. Ao compararmos os resultados com outras investigações, foram observadas diferentes tendências de uso em momentos históricos diferentes (cf. SOARES, 2012). Essa questão nos faz pensar na possibilidade de mudança na ordenação desses sintagmas. É necessário, no entanto, um estudo mais detalhado de outros gêneros textuais antes de concluirmos que houve mudança.Palavras-Chave: Locuções adverbiais de tempo. Ordenação de palavras. Cartas oficiais. Fatores discursivo-funcionais.
Entrevista realizada por Isabel Sebastião (Portugal – Universidade do Porto), Cristiane Lebler (Brasil – Universidade Federal de Santa Catarina) e Dennis Castanheira (Brasil – Universidade Federal Fluminense) com as professoras Leonor Werneck dos Santos (Brasil – Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Sónia Valente Rodrigues (Portugal – Universidade do Porto). A entrevista abordou as decisões curriculares em Portugal e no Brasil, ações para que o ensino de língua portuguesa amplie mais efetivamente a competência linguística dos estudantes, impactos da pesquisa em ensino da língua portuguesa no desenvolvimento profissional de professores; a perspectiva do ensino centrado em gêneros em livros didáticos de português; a visão instrumental do conhecimento gramatical no processo de ensino e de aprendizagem de língua materna, os maiores desafios da pesquisa linguística na formação de professores, o tratamento dos materiais didáticos em relação ao ensino de português como língua materna e não materna.
Este artigo visa a análise dos usos de adverbiais modalizadores como elementos subjetivos a partir de uma amostra composta por artigos de opinião dos jornais O Globo Online e O Dia Online. Como fundamentação teórica, recorremos aos pressupostos do Funcionalismo norte-americano, mais especificamente aos estudos sobre subjetividade, de Traugott e Dasher (2002) e Traugott (2010) e ao arcabouço da Linguística do Texto (VAN DIJK, 1997), considerando, sobretudo, as investigações sobre articulação textual, de Koch (2003) e Campos e Torquato (2013). Nossos resultados apontam para um continuum de subjetividade relacionado aos seus efeitos de sentido e para a estreita relação dos usos dos adverbiais modalizadores com o gênero textual estudado.
Apresentação do DOSSIÊ 26 -ENSINO DE PORTUGUÊS: DA LÍNGUA MATERNA À LÍNGUA NÃO MATERNA PORTUGUESE TEACHING: FROM MOTHER LANGUAGE TO NON-MOTHER LANGUAGE
Neste trabalho, discutimos as tendências de ordenação das locuções adverbiais de tempo em cartas escritas por jesuítas nos séculos XVI e XVII, bem como apresentamos algumas das motivações para seu posicionamento na oração por meio de uma análise estrutural e discursivo-pragmática. Seguimos os pressupostos teóricos do funcionalismo norte-americano, considerando relevante a relação entre forma e função no discurso. Buscamos (a) veri car padrões de posicionamento na oração, (b) analisar fatores que motivam as diferentes posições dessas locuções e (c) comparar os resultados com outras sincronias do português, avaliando em que medida eles podem apontar para indícios de mudança linguística.
Este artigo apresenta um estudo acerca dos usos de anáforas encapsuladoras na construção do gênero entrevista por meio de seus aspectos estilísticos e composicionais. Os encapsulamentos anafóricos são definidos como um recurso coesivo expresso por Sintagmas Nominais que funcionam como uma estratégia resumitiva de informações de tamanhos variados. A partir de uma amostra formada por 24 entrevistas publicadas nos anos de 2018 e 2019 nas revistas Exame e Veja, foram coletados e analisados os dados. Partiu-se dos postulados de Bakhtin (1997[1979], que defende que os gêneros podem ser caracterizados pelos planos temático, estilístico e composicional. O artigo relaciona tais planos a partir da construção do estilo e do conteúdo composicional por meio dos usos dos encapsulamentos anafóricos e das diferentes partes das entrevistas. Foram muito importantes para a pesquisa os trabalhos sobre gêneros textuais (MARCUSCHI, 2005; 2008; BEZERRA, 2017), e os estudos sobre referenciação (FRANCIS, 1994; CONTE, 1996; BORREGUERO, 2006; PECORARI, 2014; BASTOS, 2018). Dentre as principais contribuições da pesquisa, estão a caracterização de como se constrói o gênero entrevista com ênfase no caráter fórico e na multifuncionalidade dos encapsuladores.
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