Doenças Cardiovasculares (DCV) são atualmente a causa mais frequente de mortalidade no mundo, produzindo um sério impacto funcional e emocional na vida de pacientes e familiares. Configuram-se, assim, como um problema complexo e um desafio para a saúde pública. Diante da importância desta questão, diversas áreas do conhecimento se mobilizam para buscar alternativas de prevenção e desenvolver estratégias de tratamento mais eficazes. O objetivo do artigo é apresentar dados epidemiológicos sobre DCV, indicar fatores de risco e de proteção, descrever a Psicocardiologia, área recente e interdisciplinar entre a Psicologia e a Medicina e, por fim, apontar possibilidades de atuação de terapeutas comportamentais nesse contexto clínicos comportamentais podem contribuir na identificação de classes de comportamentos associados às DCV, manipular as variáveis antecendentes à sua emissão e as consequencias que selecionam e mantêm essa condição. Neste contexto, o paciente deve aprender a discriminar os determinantes de seus comportamentos para alterá-los.
O Brasil é um dos países que mais se destaca na formação clínica de analistas do comportamento. No presente estudo é apresentado um breve histórico da terapia analítico-comportamental, com seu surgimento e evolução da área no Brasil, incluindo as terapias de modificação do comportamento, com base filosófica no Behaviorismo Metodológico, até as Terapias de Terceira Onda, fundamentadas no Behaviorismo Radical. Ressalta-se a importância de habilidades do terapeuta ao atendimento clínico, com a discussão de questões relacionadas ao desenvolvimento de vínculo genuíno e positivo com o cliente, observação, identificação, descrição de como operacionalizar e analisar funcionalmente os comportamentos problema. São apresentadas considerações sobre a relação supervisor-supervisionando e sobre o papel do supervisor na aquisição de repertórios básicos na formação do clínico iniciante. Por fim, são descritos recursos que podem ser utilizados pelo supervisor para facilitar o desenvolvimento de habilidades em seus supervisionandos, como o ponto de escuta eletrônico, a observação direta a partir de salas com espelho unidirecional e as gravações de áudio e vídeo. Espera-se que esse artigo seja útil para práticos da clínica analítico-comportamental e sirva também como recurso didático para professores das disciplinas de Análise do Comportamento na graduação de universidades brasileiras.
Diante dos impactos negativos da pandemia de COVID-19 na saúde mental da população, tornou-se relevante a pesquisa científica que avalie a eficácia dos serviços de apoio psicológico. Este estudo avaliou o efeito de uma terapia breve on-line em participantes assistidos pelo projeto de extensão “Apoio Psicológico – COVID19”. O procedimento consistiu em oferecer de uma a quatro sessões de terapia breve on-line a participantes de ambos os sexos, com idade entre 20 e 70 anos. Participaram profissionais da saúde, infectados ou familiares de infectados e profissionais de outras áreas, como policiais e professores. O Outcome Questionnaire (OQ-45) e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale - HADS) foram aplicados em três etapas: pré-intervenção, pós-intervenção e follow-up (2 meses em média após a pós-intervenção). Os participantes relataram redução da ansiedade (HADS) e do “desconforto subjetivo” (OQ45), mas o efeito sobre a depressão (HADS), as “relações interpessoais” e o “desempenho de papéis sociais” (OQ45) não foram significativos. Concluiu-se que o apoio psicológico oferecido pelo Projeto reduziu a ansiedade e o desconforto subjetivo. Além disso, conclui-se que serviços gratuitos e acessíveis à população são necessários em momentos de crise, pois os efeitos psicológicos decorrentes da pandemia do COVID-19 afetaram os profissionais de saúde e a população em geral.
A pandemia da Covid-19 trouxe implicações para a saúde física e mental da população, com impacto acentuado para os profissionais da saúde. A relevância do suporte psicológico para o enfrentamento das consequências da pandemia evidenciou a necessidade de disponibilizar modelos de intervenção que possibilitem a compreensão das contingências em vigor e o desenvolvimento de repertórios comportamentais apropriados para o contexto da crise. O presente artigo descreve uma rede de apoio psicológico para promover a saúde mental de pessoas afetadas pela Covid-19. O projeto contou com aproximadamente 100 colaboradores(as) distribuídos(as) em seis frentes de trabalho. Cada frente de trabalho contava com docentes da universidade, discentes de graduação e pós-graduação, bem como colaboradores voluntários. Foram atendidas 146 pessoas, como profissionais de saúde; pacientes diagnosticados com Covid-19, seus familiares e amigos; bombeiros; policiais e alunos de graduação. Antes e depois da intervenção, os clientes responderam a dois instrumentos: o Outcome Questionnaire e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Os resultados apontam que houve redução dos escores de todos os fatores/domínios avaliados, mas as diferenças foram pequenas, principalmente em relação àqueles em que os escores iniciais eram levemente superiores ao ponto de corte entre valores clínicos e não clínicos. O projeto produziu diversos recursos psicoeducativos compartilhados com os clientes e divulgados nas redes sociais. Além da rede de apoio psicológico à população em geral, o projeto permitiu a criação de uma rede de apoio entre profissionais que atuavam na área de saúde mental e os capacitou para atuação num contexto de crise.
Resumo.A Psicologia tem oferecido contribuições para aprimorar a intervenção clínica destinada às pessoas com Transtorno Bipolar (TB). O objetivo deste artigo consistiu em realizar uma revisão da literatura acerca de intervenções em grupo realizadas no Brasil voltadas às pessoas com esse diagnóstico. Realizou-se uma busca nas bases de dados Scielo, Banco de Teses e Dissertações, PsycNet e Pubmed. Os descritores selecionados foram: Transtorno Bipolar e Intervenção; Transtorno Bipolar e Grupo; Transtorno Bipolar e Psicoeducação. Nas bases internacionais, adicionou-se o termo "Brasil" nas combinações mencionadas. Foram recuperados 8 estudos, e o principal tema abordado foi a psicoeducação (PE). A partir da análise dos estudos, identificaram-se informações pertinentes relacionadas a dois aspectos: sessões (quantidade, duração, temática abordada, profissionais responsáveis pela condução do grupo, periodicidade das sessões e do follow-up, a abordagem psicológica de referência e quais tipos de registro foram utilizados), participantes (quantidade total, o sexo e a faixa etária dos mesmos, critérios de inclusão e de exclusão e os instrumentos aplicados). Tal levantamento evidenciou a necessidade de o psicólogo identificar as demandas da população atendida e estabelecer planos de intervenção de acordo com as mesmas, auxiliando pacientes no desenvolvimento de comportamentos que permitam a atuação de modo mais eficaz frente às adversidades relacionadas ao quadro clínico em questão. Palavras-chave:Transtorno Bipolar, Intervenção psicológica, Psicoeducação.Abstract. Psychology has offered some contribution to improve clinical intervention for people with Bipolar Disorder (BD). The objective of this article was to do an integrative bibliographical revision about group interventions done in Brazil for people with such diagnosis. There was data search on Scielo, Thesis and Dissertation Data, PsycNet and Pubmed. The following descriptors were selected: Bipolar Disorder and Intervention; Bipolar Disorder and Group; Bipolar Disorder and Psychoeducation. The word "Brazil" was added on the international data search for the combinations mentioned above. There were 8 studies recovered and the main topic addressed was Psychoeducation. From the analysis of the studies it was possible to iden-
Desde a inclusão da anorexia nervosa (AN) na terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), os critérios diagnósticos do transtorno têm sido atualizados. O objetivo deste trabalho foi apresentar a evolução destes critérios e discutir sobre suas principais alterações. Trata-se de um estudo teórico. Foram consultadas as versões III, IV, IV-TR e V do DSM e realizada pesquisa nas bases de dados PubMed, Scielo e Scopus, com as seguintes palavras-chave em combinação: "anorexia", "DSM" e "diagnostic criteria". Verificaram-se alterações nos critérios relacionados à necessidade de amenorreia, de índice de massa corporal mínimo e foram acrescentadas informações sobre o nível de gravidade e de remissão do transtorno, além de mais detalhes sobre subtipos de AN. Revisões periódicas do DSM, a partir de contribuições de clínicos e de pesquisadores garantem avaliações mais precisas e o delineamento de intervenções mais efetivas no tratamento e na prevenção de transtornos alimentares. Palavras-chave: distúrbios do ato de comer; anorexia nervosa; diagnóstico. ABSTRACT-Analysis of the evolution of the diagnostic criteria for anorexia nervosa Since the inclusion of anorexia nervosa (AN) in the third edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), the diagnostic criteria of the disorder have been updated. The aim of this study was to present the evolution of these criteria and discuss the major changes. This is a theoretical study. The III, IV, IV-TR and V versions of DSM were consulted. The authors also consulted PubMed, SciELO and Scopus databases, using the following keywords in combination: anorexia, DSM, and diagnostic criteria. There have been changes in the criteria related to the need for amenorrea and minimum body mass index, and information was added on the level of severity and remission of the disorder, as well as subtype details. Periodic reviews of the DSM, based on clinical researcher's contributions, provide more accurate assessments and the design of more effective interventions in the treatment and prevention of eating disorders.
O estudo da interação terapêutica permite a descrição de como terapeuta e cliente se comportam e se influenciam durante as sessões. O presente estudo buscou analisar como clientes respondiam às intervenções dos terapeutas categorizadas como Recomendações (REC) e Solicitação de Reflexões (SRF) e outras variáveis relacionadas a essas categorias. Participaram cinco clientes (diagnosticados com Transtorno Bipolar) e dois terapeutas. Os dados foram obtidos por filmagens de três sessões e categorizados a partir do SiMCCIT. A análise dos trechos selecionados foi realizada de acordo com a presença das categorias REC ou SRF. Verificou-se quais categorias as antecediam e seguiam, direcionamento individual ou ao grupo e as respostas emitidas pelos clientes. Os resultados indicaram que, mesmo na modalidade de terapia de grupo, a maioria dos comportamentos das categorias REC e SRF foram individualmente direcionadas. Constatou-se que a diferença entre a frequência apresentada de SRF e REC foi pouco significativa. Percebeu-se a preocupação dos terapeutas em favorecer aos clientes o estabelecimento de relações entre eventos e desenvolvimento de maior autonomia. Observou-se alta receptividade das intervenções diretivas por parte dos clientes. Sugere-se o desenvolvimento de pesquisas que investiguem a interação entre categorias que podem tornar os processos psicoterapêuticos mais efetivos.
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