Introduçãoalimentação é uma atividade que envolve muito mais que o ato de comer e a disponibilidade de alimentos. Há uma cadeia de produção, que se inicia no campo, ou antes, na preparação de sementes, mudas e insumos, passando por ciclos, do plantio à colheita, em que elementos da natureza têm um papel crucial, mas que vêm sendo, cada vez mais, envolvidos por questões tecnológicas, financeiras e sociais. Nas etapas produtivas, no campo, as inter-relações com a sustentabilidade parecem claras. De fato, o próprio termo sustentabilidade foi cunhado com forte influência da atividade agrária. No entanto, as etapas posteriores, até que o alimento chegue a nossas mesas e, posteriormente, seu descarte envolvem questões complexas, que não são abarcadas por uma única área de conhecimento, e que possuem uma dinâmica cotidiana crescentemente artificializada e acelerada. Em todo esse amplo, diverso e complexo trajeto do solo ao prato há inúmeras interfaces com a in/sustentabilidade que precisam ser continuamente apreendidas e entendidas. Assim, o tema da alimentação e sua relação com a sustentabilidade planetária é muito antigo e, ao mesmo tempo, muito atual, portanto de fronteira, no sentido temporal, de vanguarda. Ao exigir olhares, investigações e soluções multidisciplinares é, também, um tema de fronteira de conhecimentos, por conta de suas múltiplas interfaces.Este ensaio, de autoria interdisciplinar, tem como objetivo pincelar um panorama e apresentar uma reflexão sobre as complexas e intrincadas questões que envolvem a alimentação, sob uma perspectiva da sustentabilidade global. Produção de alimentosA discussão sobre alimentação e sustentabilidade se inicia com a questão se será possível a terra alimentar nove bilhões de habitantes, previstos para viver no planeta em 2050 (Conte; Boff, 2013) sem degradá-la de modo irreversível e com dieta alimentar que contribua para a sustentabilidade, ao mesmo tempo que garanta a saúde e o bem-estar das pessoas. Morin (2013, p.269) destaca que o "problema da agricultura é de âmbito planetário, indissociável do problema da água, da demografia, da urbanização, de ecologia (mudanças climáticas), bem como, sem dúvida, o da alimentação, eles mesmos problemas interdependentes uns dos outros".
Despite notable scientific and medical advances, broader political, socioeconomic and behavioural factors continue to undercut the response to the COVID-19 pandemic1,2. Here we convened, as part of this Delphi study, a diverse, multidisciplinary panel of 386 academic, health, non-governmental organization, government and other experts in COVID-19 response from 112 countries and territories to recommend specific actions to end this persistent global threat to public health. The panel developed a set of 41 consensus statements and 57 recommendations to governments, health systems, industry and other key stakeholders across six domains: communication; health systems; vaccination; prevention; treatment and care; and inequities. In the wake of nearly three years of fragmented global and national responses, it is instructive to note that three of the highest-ranked recommendations call for the adoption of whole-of-society and whole-of-government approaches1, while maintaining proven prevention measures using a vaccines-plus approach2 that employs a range of public health and financial support measures to complement vaccination. Other recommendations with at least 99% combined agreement advise governments and other stakeholders to improve communication, rebuild public trust and engage communities3 in the management of pandemic responses. The findings of the study, which have been further endorsed by 184 organizations globally, include points of unanimous agreement, as well as six recommendations with >5% disagreement, that provide health and social policy actions to address inadequacies in the pandemic response and help to bring this public health threat to an end.
O artigo propõe uma reflexão crítica sobre o crescimento da interface entre mobilidade humana e saúde global. Sustenta que a globalização econômica não propiciou a plena liberdade de circulação internacional das pessoas. Demonstra que a ampla maioria dos deslocados forçados dirige-se aos países em vias de desenvolvimento, que também têm acolhido cerca da metade do contingente de migrantes internacionais. Aponta que a resposta europeia ao aumento do fluxo de migrantes e refugiados ocorrido nos últimos anos e a recente epidemia de ebola na África Ocidental causaram o incremento da securitização da temática da mobilidade humana. Por fim, o artigo propõe a retomada da centralidade do Regulamento Sanitário Internacional como a melhor forma de garantir o direito de migrar durante as crises sanitárias de alcance global
A inclusão da saúde pública na ordem do dia dos movimentos sociais, em especial a resistência ao processo de globalização, coincide com um impasse na evolução da liberalização do comércio mundial, diante da inexistência de consenso entre os Estados sobre a questão agrícola. O princípio da precaução surge nessa complexa equação como obstáculo ao livre-comércio ou pode ser interpretado como forma de mascarar o protecionismo que caracteriza os Estados desenvolvidos.
By early-2016, the international community began to pressure Brazil for a stronger policy response to Zika. In contrast to what was seen in the past, however, these international pressures did not elicit such a response. In this article, we explore why this was the case, reviewing the government’s policy response and the broader political and economic context shaping this response. The authors used single case study analysis and qualitative sources, such as books, journal articles, and government policy reports to support their empirical claims. We found that despite increased international pressures from the WHO, domestic political factors and economic recession hampered the government’s ability to strengthen its health systems response to Zika. Consequently, those states most afflicted by Zika have seen policy initiatives that lack sufficient funding, administrative and human resource capacity. This study revealed that despite a government’s deep foreign policy history of positively responding to international pressures through a stronger policy response to health epidemics, a sudden change in government, rising political instability, and economic recession can motivate governments to abandon this foreign policy tradition and undermine its response to new public health threats.
O artigo mostra que crise e reforma são temas recorrentes nas últimas três décadas de funcionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Após breve apresentação da Organização, os principais elementos de sua crise são identificados, graças à revisão da literatura e à pesquisa documental. A seguir, o artigo arrola sinteticamente os resultados de pesquisa empírica sobre as temas relacionados à reforma, incluídos nas pautas da Assembleia Mundial da Saúde, de 1998 a 2014. Adiciona-se uma breve alusão às posições do Brasil e da União Sul-Americana de Nações (Unasul) sobre a crise e a reforma em tela. Na conclusão, questiona-se se tal reforma poderia tornar a OMS uma espécie de "enclave cosmopolítico" na complexa configuração da saúde global.
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