A efetividade e a qualidade educacional no Brasil têm evidenciado a necessidade de intervenções profundas no modelo adotado e em suas formas de ensino, sobretudo nas Ciências da Natureza e Matemática (CNM). Nesse sentido, a Universidade de Brasília (UnB) disponibilizou-se a colaborar com a reflexão, a crítica e a transformação desse cenário, planejando e ofertando o curso de especialização lato sensu no ensino de Ciências: o Ciência é Dez! ou C10. Essa iniciativa deu-se no Programa Ciência na Escola, com o apoio do MEC, do MCTIC, do CNPq e da Capes, centrando-se num modelo pedagógico desenvolvido nacionalmente para a oferta colaborativa em uma de instituições públicas de ensino superior (IPES). O curso é fundamentado teórica e metodologicamente em práticas investigativas, em caráter interdisciplinar e com mediação de tecnologias digitais, atendo-se aos saberes da área de CNM e ao contexto e aos desafios da Educação Básica (EB) brasileira. Em 2020, foi iniciada a oferta para três polos Brasília/DF, Planaltina/DF e Goiânia/GO – com 124 estudantes/ professores-cursistas. O planejamento pedagógico previa ações investigativas associadas à transposição didática presencial; entretanto, com a ocorrência da Pandemia de Covid-19, foi adaptado na flexibilização do perfil do ingressante e na aplicação das Atividades Investigativas (AIs) de modo remoto. Este estudo reporta, na perspectiva de um relato de experiências, as interconexões entre o projeto e as expectativas do curso com a sua efetiva execução, apontando alguns dos resultados obtidos. Com isso, pretende-se fomentar a área de estudos da CNM e da formação continuada, como um todo.
Este artigo apresenta uma jornada formativa, mediada por tecnologias digitais, ambientada na disciplina de Metodologia do Ensino integrante da formação inicial do professor de Física, pela modalidade EaD, na Universidade de Brasília. Teve como intuito ressignificar a oferta de uma experiência de aprendizagem híbrida, metodologicamente estruturada a partir de noções de jornadas formativas em ciclos e arcos de aprendizagem. A abordagem escolhida foi aquela de um relato de experiência de integrantes da equipe docente e outros profissionais que contribuíram com o desenvolvimento e a avaliação do modelo, realizada a partir de uma (re)análise das gravações dos encontros síncronos, do escrutínio dos resultados de aplicação e reaplicação do questionário de sondagem de perfil, das experiências e aprendizagens e dos resultados de desempenho dos estudantes. A despeito dos efeitos deletérios da Pandemia de Covid-19, foi possível detectar, claramente, indícios de aprendizagem significativa, concretizada nos trabalhos apresentados ao seu final. Esse resultado, por si só, justifica o modelo desenvolvido, induz a (re)aplicação em contextos diversos e anima a adoção de reflexões críticas e disruptivas acerca dos modos de ensinar e aprender na educação superior e, em particular, na área de Física.
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