Resumo O artigo procura desvelar a cosmovisão (weltanschauung) dos principais formadores de opinião dos manifestantes de direita brasileiros, que foram às ruas ao longo do ano de 2015. O trabalho pautou-se em pesquisa multimétodos, construída a partir do levantamento das postagens emitidas por esses atores sociais em suas páginas no Facebook, durante o ano em foco, além de matérias de suas autorias publicadas em blogs, jornais e revistas, como também vídeos de suas entrevistas e hangouts. Organizaram-se, ainda, dois grupos focais compostos por francos apoiadores e participantes dos referidos protestos, no intuito de compreender de que maneira a cosmovisão desses formadores de opinião foi efetivamente compartilhada pelos manifestantes de direita em 2015. Na análise dos dados coletados, optou-se pela sistematização de determinados campos semânticos, constituídos por certas ideias-força que se apresentam de forma regular e repetitiva no discurso desses agentes sociais. Funcionam, assim, como “chaves de leitura” para as interpretações da conjuntura política nacional e orientadores de suas ações. São eles: o antipetismo, o conservadorismo moral e os princípios neoliberais.
O artigo discute alguns aspectos das abordagens culturalistas para o entendimento da política nas sociedades contemporâneas, além de apresentar os resultados de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida sobre a interface entre cultura política e as práticas e representações da elite parlamentar brasileira entre 1989 e 2004. Insistindo na importância das abordagens culturalistas, a pesquisa revela que identidades regionais diferenciadas demarcam comportamentos e estilos diversos de fazer política, o que está enunciado em práticas e representações específicas de cada grupo no Congresso Nacional brasileiro.
Resumo: O presente artigo analisa o perfil dos parlamentares que fizeram parte da elite parlamentar brasileira ao longo dos anos de 1989 a 2004, procurando não só identificar os atores e suas práticas políticas, mas compreender de que maneira diferentes matizes socioculturais interferem no fazer e pensar a política no Brasil.Palavras-chave: elite parlamentar, dimensão sociocultural, Congresso Nacional.No ano de 2002 foi lançado pela editora Brasiliense livro de minha autoria intitulado A elite parlamentar do pós-Constituinte: atores e práticas. Trata-se de uma obra que procurou desvendar quem eram, como atuaram politicamente e o que pensavam os atores sociais que fizeram parte da elite parlamentar, após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em outubro de 1988.De modo específico, foi enfocado o período de 1989 a 1994, momento extremamente rico e crucial da história política brasileira, marcado pela revitalização do Parlamento após 21 anos de ditadura militar e que abrange três governos diferentes (José Sarney, Fernando Collor de Mello e Itamar Franco) e duas legislaturas (a 48ª e a 49ª).
Neste artigo, escrito para apresentar o dossiê “Crise, discursos políticos e projetos de mudança” social, os organizadores procuram construir os marcos teórico-metodológicos dentro dos quais os demais artigos devem ser lidos. O trabalho começa fazendo a diferenciação entre Análise de Discurso – a perspectiva teórico-metodológica adotada no projeto – e Análise de Conteúdo, e a consequente distinção discurso e texto. Em seguida, busca desconstruir o discurso segundo o qual há uma relação direta e não mediada entre as palavras e as coisas, desnudando, portanto, a impossibilidade de uma análise objetiva. Ato contínuo, procurar mostrar a centralidade do discurso nas relações de poder, na formação de hegemonias e na resistência a elas. Por último, ainda que reconheça, portanto, o caráter eminentemente político de todo e qualquer discurso e sua consequente e necessária vinculação a diferentes projetos sociais, o artigo procura definir e caracterizar diversos gêneros discursivos: o político, o jurídico e o midiático.
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