Este artigo analisa os modos de organização de uma atividade laboral, especificamente a de vendedor ambulante, situada na economia informal em uma praia urbana do nordeste do Brasil. São analisados resultados de pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa, oriundos de questionário e observações de campo, realizados com grupo de sessenta vendedores ambulantes na praia de Ponta Negra (Natal, RN). As informações oriundas dos questionários passaram por análises estatísticas descritivas e inferenciais e foram integradas à análise clínico-interpretativa. Evidenciou-se a construção de um contexto específico para o exercício de sua atividade, caracterizado por necessidade constante de superação de obstáculos, estabelecimento de relações de submissão e diferenciação em coletivos de trabalho e mobilização de diversas competências e habilidades apoiadas em conhecimentos práticos. Conclui-se que a informalidade, para além da precariedade, abarca aspectos comuns ao trabalho formal, o que a sitia como atividade laboral legítima, do ponto de vista psicossocial, permitindo ultrapassar a perspectiva de antinomia entre essas duas modalidades de atividade.
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