Resumo Fragilidade é um estado de vulnerabilidade fisiológica multissistêmica relacionada à idade e a um risco aumentado de desfechos adversos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência e os fatores associados à fragilidade no estudo FIBRA em Minas Gerais, Brasil. Selecionou-se uma amostra aleatória, estratificada por unidade territorial, sexo e idade, de 461 indivíduos, com 65 anos ou mais. A fragilidade foi estabelecida pela presença de três ou mais de cinco itens: sensação de exaustão, baixa força de preensão manual, velocidade da marcha lenta, perda de peso e baixo gasto calórico. A média de idade foi de 74,4 anos (DP± 6,8), 69,6% eram mulheres e 71,9% brancos. A prevalência de fragilidade foi de 5,2%; 49,9% foram de indivíduos pré-frágeis. Idade avançada (OR: 6,4; IC 1,76-23,8), comprometimento das atividades básicas de vida diária (OR: 5,2; IC 1,1-23,1) e auto percepção de saúde ruim (OR: 0,13; IC 0,03-0,4), foram associados à fragilidade. No presente estudo, um número substancial de indivíduos apresentou-se frágil, enquanto que metade da amostra estava sob risco de progressão para esta condição, sugerindo que é urgente a adoção de medidas de saúde pública com objetivo de prevenção e redução de complicações.
Introdução: A avaliação positiva de bem-estar e satisfaçãocom a vida (SV) influencia os desfechos de saúde na velhice.O estudo da SV pode auxiliar na prevenção de perdas funcionaise da mortalidade. Objetivo: Investigar a associação entreSV (atual/global e comparada com pessoas de mesma idade)e dados sociodemográficos, saúde física e mental, suportesocial, capacidade funcional (desempenho em AtividadesBásicas e Instrumentais de Vida Diária – ABVDs e AIVDs) ecognição de idosos da comunidade. Materiais e métodos:Inquérito realizado no Estudo Fibra-JF, em Juiz de Fora (MG),com 427 idosos (≥65 anos). Utilizou-se entrevista semiestruturadae instrumentos validados para o Brasil. Resultados:Houve predomínio de mulheres (69,6%). As médias etária e deescolaridade foram de 74,44 (DP=6,87) e 5,42 (DP=4,16) anos,respectivamente. Identificou-se maioria com alta SV global/atual (p<0,001) e comparada (p<0,001). A SV atual associou-sesignificativamente com cognição (p<0,001) e sintomas depressivos(p<0,001) e a SV comparada, com escolaridade (p=0,041)e sintomas depressivos (p<0,001). A razão de prevalênciaentre SV hoje e sintomas depressivos e cognição foi de 0,949(IC=0,931-0,967) e 0,847 (IC=0,812-0,883), respectivamente.Alta SV comparada associou-se negativamente com sintomasdepressivos [RP=0,904 (IC=0,876-0,933)] e escolaridade, comprevalência de alta satisfação 1,38 vezes maior entre os analfabetosdo que entre aqueles com alta escolaridade. Conclusões:Perdas cognitivas e sintomas depressivos podem diminuir aSV em idosos. Compreender os fatores que modificam o cursonatural de SV pode auxiliar a intervenção clínica e psicológica,proporcionando mais chances de bem-estar aos idosos.Descritores: Satisfação pessoal; Qualidade de vida;Envelhecimento.
Introdução: Conhecer o perfil clínico-funcional e os fatoresassociados ao uso de serviços de saúde entre idosos pode auxiliarprofissionais no desenvolvimento de ações preventivas ede cuidado voltadas para esta população. Objetivo: Descrevero perfil clínico de idosos da comunidade, apresentando as prevalênciasdas doenças crônicas e agravos à saúde. Verificou-setambém a associação das condições patológicas com o usode serviços de saúde e com características sociodemográficas.Materiais e métodos: Inquérito realizado no Estudo FIBRA-JF,conduzido com 426 idosos (>65 anos) do município de Juizde Fora-MG. Os dados sociodemográficos, de diagnósticosdas doenças crônicas, de agravos e de uso de serviços de saúdeforam obtidos por autorrelato. Resultados: O perfil clínico daamostra apresentou idosos sem grandes prejuízos funcionais,sendo a hipertensão arterial a patologia mais prevalente(37,9%). Cardiopatias (p=0,072) e câncer (p=0,013) foram maisprevalentes entre os homens, e entre as mulheres, artritereumatoide (p=0,002), depressão (p=0,040), incontinênciaurinária (p=0,037) e osteoporose (p<0,001). A prevalência defraturas por quedas foi mais alta para o grupo com 85 anos oumais, comparado às demais faixas etárias (p=0,003). Foi alta afrequência de idosos com acesso a plano de saúde (60,2%), oque esteve associado a um maior número de consultas médicas(p=0,01). Conclusões: Os resultados foram compatíveis como que vem sendo relatado na literatura. O acesso a plano desaúde foi mais amplo, comparado à população idosa geral nopaís, o que pode explicar o uso mais frequente de serviços desaúde como consultas e internações hospitalares.Descritores: Perfil de saúde; Serviços de saúde; Envelhecimento.
Resumo Considerando o envelhecimento como período ligado às influências sócio-históricas e experiências ocorridas durante o desenvolvimento, torna-se importante investigar variáveis de outros períodos do curso da vida que possam estar implicadas na saúde dos idosos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre características do suporte social e estresse na infância/adolescência com sintomas depressivos na velhice. Utilizou-se a escala CES-D (Radloff, 1977) e a escala de suporte social e estresse na infância/adolescência do Davis Longitudinal Study on Aging (Aldwin, Sutton, Chiara, & Spiro, III, 1996). A amostra consistiu de 956 idosos com idade entre 60 e 103 anos (M= 72,4; DP= 8,2). Foram encontradas relações significativas entre estressores e disciplina recompensatória com sintomas depressivos, o que se atribui a características nãonormativas destas variáveis para esta coorte.
Although a normative process, changes in cognitive functioning vary among older adults. The differential diagnosis between normal and pathological aging must be made early using psychometrically adequate measures.ObjectivesTo assess the evidence of criterion validity of a Short Form (SF) of the Wechsler-III Scale containing eight subtests (SF8) by determining its sensitivity, specificity, positive and negative predictive values and cut-off points for Brazilian elderly from different age groups.Methods168 individuals, aged 60 years or above, living in the community or in an institution, were assigned to case and control groups, and investigated according to age range. Measures included a sociodemographic questionnaire, the Mini-Mental State Examination (MMSE), Verbal Fluency Test, Clock-Drawing Test and the SF8.ResultsMore than two thirds of the sample was women (73.8%), mean age was 74.5 years (SD=8.9), mean education was 6.2 years (SD=4.8) and 40.5% were widows/widowers. In the total sample, the best cut-off point for the SF8 was 142 while cut offs among individuals aged 60 to 69 years, 70 to 79 years, and more than 80 years were 160, 129 and 129, respectively.ConclusionsThe results demonstrated the importance of different cut-off points for different age ranges. Sensitivity and specificity values of the SF8 were sufficiently high to warrant the use of the SF8 as an instrument to identify cognitive impairment in the elderly.
Senior people usually express high levels of satisfaction and quality of life, even though they may be facing comorbidities and disabilities. This is an evidence of how unreliable quantitative measures, taken alone, can be when trying to understand the health levels of this population. Health self-awareness has been widely used in order to assess the health of old people. The present study describes how a sample of Brazilian senior citizens assesses their general health and verifies the relationship between negative health self-awareness and social-demographic factors as well as physical, emotional and cognitive impairment in this population. There were 427 senior subjects in the sample aged 65 or more from both genders. The primary outcome was assessed by the question: "on the whole, how do you assess your health?". This variable was divided into 2 groups: positive perception (options very good and good) and negative perceptions (options fair, bad and very bad). The independent variables were: social demographic; physical aspects of health; emotional and humour aspects; and cognitive aspects. In our studies, 42.4% of seniors had negative health self-awareness. The logistic regression analyses showed that the social demographic factor could explain negative health self-awareness in 62.4% of the subjects. However, only the association with education was statistically significant (p < 0.001). Diabetes, self-referred depression and instrumental activities were statistically related to the worse health self-awareness (p = 0.01; 0.05; 0.02 and 0.05, respectively). The emotional aspect was responsible for 64.9% of the negative E. F. C. Banhato et al. 847 health self-awareness (p < 0.001), while the cognitive aspect (p = 0.052) had a predictive value of 57.6%. From the findings in the present study, it is possible to conclude functional loss and the presence of chronic diseases is not enough to explain negative health self-awareness in old people. It is important to take into account education and the presence of depressive symptoms.
ResumoÉ comum no envelhecimento a presença de hipertensão arterial. Embora esta pareça exercer impacto negativo na cognição, resultados de estudos que as relacionam não são consensuais. Dentre as escalas cognitivas, a Escala Wechsler de Inteligência para Adultos-III e suas formas abreviadas constituem-se como padrão-ouro. Objetivou-se descrever e comparar a cognição de hipertensos e não hipertensos, discriminados pela escolaridade, utilizando a forma abreviada 8 e resultados obtidos com o Miniexame do Estado Mental. O envelhecimento populacional é fenômeno observado tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento (Chaimowicz, 2007).Dentre os principais fatores que contribuíram para tanto estão a redução da mortalidade, a diminuição das taxas de fecundidade, o aumento das taxas de sobrevida, a
Using psychometrical instruments adequate for the elderly cognitive evaluation is crucial. The Short Form (SF8) of the WAIS-III has been recommended for such purpose. This study aimed at characterizing cognition in the elderly using the SF8. A hundred ninety two individuals, aged 60 or older, were divided into case and control groups (G1 and G2). Women were the majority (75%). The mean age was 75.9 years (SD=9.1) and their educational level 6.40 years (SD=4.8). There were significant differences in the groups' cognition according to the age, with better performance on verbal than executive skills. Schooling influenced the cognitive performance. The SF8 seemed to be advantageous in evaluating the elderly. It is important to investigate the behavior of individuals with different diagnoses in the SF8. Keywords: Cognition, aging, Wechsler scale. ResumoUtilizar instrumentos psicométricos e adequados à avaliação cognitiva de idosos é fundamental. A Forma Abreviada (FA8) da WAIS-III vem sendo indicada nessa tarefa. Este estudo objetivou caracterizar a cognição de idosos, utilizando a FA8. Cento e noventa e dois indivíduos, de 60 ou mais anos, foram divididos em grupos caso e controle (G1 e G2). As mulheres foram maioria (75%). A média etária foi de 75,9 anos (DP=9,1) e a de escolaridade de 6,4 anos (DP=4,8). Houve diferença significativa na cognição dos grupos segundo a faixa etária, com melhor rendimento em habilidades verbais que executivas. A escolaridade influenciou o desempenho cognitivo. A FA8 mostrou-se vantajosa na avaliação de idosos. Faz-se importante investigar o comportamento de indivíduos com diferentes diagnósticos na FA8. Palavras-chave: Cognição, envelhecimento, escala Wechsler.
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