Neste ensaio, exploramos possibilidades de uso do conceito de salutarismo (healthism), conforme abordado por Robert Crawford em 1980. Enfatizamos a dimensão individualizante explorada no desenvolvimento deste conceito e a situamos como um aspecto central no discurso médico, que opera na base das ações relacionadas à ideia dominante sobre promoção da saúde. Esta centralidade ocupa um lugar estratégico na atualidade, na medida em que enseja práticas de uma moralidade sanitária despolitizadora e autoritária, condizentes com a racionalidade neoliberal.
Quer-se investigar e discutir os processos e dinâmicas informacionais em torno da emergência global de saúde pública pela pandemia de COVID-19, com ênfase nas manifestações de desinformação ao redor da origem do vírus, da medida de isolamento social e dos tratamentos. Como alicerces teóricos discute os conceitos de desordem informacional, desinformação, assimetria de informações e validação discursiva. A pandemia de COVID-19 atualiza a discussão das estratégias de poder, em um contexto caracterizado pela difusão e uso intenso da informação em tempo real, o uso simples de tecnologias para a edição e publicação de imagens e textos e a emergência do negacionismo científico e a pós-verdade. Esta é uma das grandes novidades desta pandemia, que traz consigo questões críticas de sinceridade, veracidade e honestidade. A sinceridade diz respeito à dimensão subjetiva, a veracidade sobre a dimensão objetiva e a honestidade sobre a dimensão social. Ao mesmo tempo, as notícias na Internet retomam a discussão sobre fraudes que são, de certo modo, uma atualização da questão da "manipulação" nos meios de comunicação. A declaração de alerta sanitário pela Organização Mundial de Saúde dá uma dimensão global para controvérsias sobre objetividade na pandemia. A mudança do modo de comunicação de um para muitos, para uma comunicação de muitos com muitos, torna as questões da informação mais complexas. Na pandemia do COVID-19 são muitas as tensões, controvérsias e conflitos entre autoridades sanitárias, pesquisadores, profissionais de saúde, pensadores críticos e defensores de direitos humanos e sociais. Destaca a importância da validação discursiva da informação pois a disseminação da informação na sociedade enfrenta o filtro do uso público da razão, particularmente aguçado pelo horizonte da finitude humana.
Infection caused by Toxoplasma gondii, toxoplasmosis, is one of the most frequent zoonoses in the world; it normally affects both genders equally. Humans are one of several possible intermediate hosts, and the disease is oligosymptomatic in most cases. Vertical transmission is an important cause of fetal malformation and sequels in newborns. Approximately 10% of postnatal cases present multiple manifestations, ranging from low fever and mild lymphadenopathy to severe encephalitis. In moderate cases, lesions such as retinochoroiditis may emerge during acute infection or even years later. We analyzed 313 cases of toxoplasmosis from 1992 to 2004, including 261 acute cases. Most patients were women (68.1%), and 39% of these were pregnant. Among acute infection cases, 64.8% presented symptomatic disease; the most frequent manifestations were lymphadenomegaly (59.8%), fever (27.2%), headache (10.7%), asthenia (10%), weight loss (8.4%), myalgia (8%), retinochoroiditis (3.4%) and hepatosplenomegaly (1.5%). Although ocular lesions by T. gondii are well documented as a possible consequence of postnatal infection, two patients developed retinochoroiditis only two years after primary infection. This demonstrates the need for toxoplasmosis case surveillance, even long after acute manifestations.
Os riscos e a promoção do autocontrole na saúde alimentar: moralismo, biopolítica e crítica parresiastaThe risks and the promotion of self-control on nutritional health: morality, biopolitics and parrhesiastic critique
Abordamos o discurso médico sobre o uso dos esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), drogas sintéticas cujo abuso vem sendo caracterizado como problema de saúde pública, sendo operado na contraposição entre usos “médicos” e “não-médicos”. Com base em abordagem qualitativa, realizamos análise de enunciações presentes em 76 artigos da área biomédica entre 2002 e 2012. Nesse discurso, permanece o banimento, entre jovens, de usos de EAA não regulados pela medicina, ao passo em que as fronteiras do emprego clinicamente qualificado parecem se expandir para pessoas idosas, mesmo frente a contradições que tensionam o argumento de prevenção dos riscos à saúde. Percebem-se marcações biopolíticas moralizantes, seja via distinções de gênero, seja sob o signo da criminalização do uso de drogas.
Resumo Este ensaio pretende abordar o enfoque preemptivo no campo das práticas preventivas em saúde, espe cialmente quanto à ideia de ataque antecipatório no enfrentamento dos riscos que nos ameaçam. Há perspectivas que apontam para uma suposta imprecisão teórica do conceito "medicalização". Mesmo sendo este ponto de vista passível de dis cussões, propomos a expressão "terapeuticalização" para designar práticas relacionadas ao cuidado em saúde, com especial ênfase nas tecnologias de au tomonitoramento da saúde que coletam dados que permitem às pessoas um esquadrinhamento cons tante de funções biológicas como forma somática de produção de subjetividade. Parece haver uma abrangência que está se ampliando gradualmente para o uso de automonitoramento, que provavelmen te deve se expandir, na medida em que um crescente número de organizações e instâncias se dê conta do potencial dos dados produzidos a partir dessas práticas. O automonitoramento pode ser visto como uma estratégia biopolítica utilitarista que coloca o "si mesmo liberal" como um cidadão responsável, com vontade e capacidade de tomar cuidado de si, de sua felicidade, de seus autointeresses.
Quer-se investigar e discutir os processos e dinâmicas informacionais em torno da emergência global de saúde pública pela pandemia de Covid-19, com ênfase nas manifestações de desinformação ao redor da origem do vírus, da medida de isolamento social e dos tratamentos. Como alicerces teóricos discute os conceitos de desordem informacional, desinformação, assimetria de informações e validação discursiva. A pandemia de Covid-19 atualiza a discussão das estratégias de poder, em um contexto caracterizado pela difusão e uso intenso da informação em tempo real, o uso simples de tecnologias para a edição e publicação de imagens e textos e a emergência do negacionismo científico e a pós-verdade. Esta é uma das grandes novidades desta pandemia, que traz consigo questões críticas de sinceridade, veracidade e honestidade. A sinceridade diz respeito à dimensão subjetiva, a veracidade sobre a dimensão objetiva e a honestidade sobre a dimensão social. Ao mesmo tempo, as notícias na Internet retomam a discussão sobre fraudes que são, de certo modo, uma atualização da questão da "manipulação" nos meios de comunicação. A declaração de alerta sanitário pela Organização Mundial de Saúde dá uma dimensão global para controvérsias sobre objetividade na pandemia. A mudança do modo de comunicação de um para muitos, para uma comunicação de muitos com muitos, torna as questões da informação mais complexas. Na pandemia do Covid-19 são muitas as tensões, controvérsias e conflitos entre autoridades sanitárias, pesquisadores, profissionais de saúde, pensadores críticos e defensores de direitos humanos e sociais. Destaca a importância da validação discursiva da informação pois a disseminação da informação na sociedade enfrenta o filtro do uso público da razão, particularmente aguçado pelo horizonte da finitude humana.
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