Qual a importância da sociabilidade em vizinhanças ou comunidades para explicar os níveis de violência diferenciados espacialmente hoje observados em várias cidades?
ResumoRecente pesquisa de vitimização no Rio de Janeiro, metrópole com altas taxas de homicídios e outros crimes violentos, revela que os moradores dos subúrbios cariocas apresentam os menores percentuais de desconfiança ou desconhecimento de vizinhos, abaixo de 20%. A boa convivência tem proporções maiores nas áreas em que vivem os pobres, sendo que a mais antiga, populosa e vinculada à história do movimento sindical e às manifestações culturais populares, corresponde aos subúrbios da cidade onde ficam as favelas mais violentas. Por que tal convivência sociável é maior nos subúrbios que apresentam as maiores proporções de vitimização, embora careçam hoje de áreas de lazer e de bons serviços públicos, especialmente os de segurança pública? Como explicar este paradoxo? À luz da discussão sobre capital social, eficácia coletiva e as três ordens sociais -privada, paroquial e pública -, novas interpretações sobre a alta taxa de criminalidade no Rio de Janeiro são lançadas.PaLaVraS-cHaVE: Capital social; eficácia coletiva; vizinhança; ordem social paroquial; segurança pública; controle social informal.
AbstRActRecent victimization survey in Rio de Janeiro, a metropolis with high rates of violent crimes, shows paradoxically that the suburban dwellers, mostly poor, present lower proportions of mistrusting or not knowing neighbors, less than 20%. In the city, good sociability shows higher percentages in those areas where the poor live. The one with higher population density and the most ancient, linked to the popular culture manifestations and former working class movement, corresponds to the city' s suburbs where are the most violent favelas. Why such positive sociability is greater in the suburbs that exhibit the higher proportions of victimization although they lack leisure spaces and good public services, especially of public security? How can one explain this paradox? Based on the debate about social capital, collective efficacy and the three social orders -private, parochial e public -, new interpretations on the high rate of criminality in Rio de Janeiro are suggested.
Abordamos o discurso médico sobre o uso dos esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), drogas sintéticas cujo abuso vem sendo caracterizado como problema de saúde pública, sendo operado na contraposição entre usos “médicos” e “não-médicos”. Com base em abordagem qualitativa, realizamos análise de enunciações presentes em 76 artigos da área biomédica entre 2002 e 2012. Nesse discurso, permanece o banimento, entre jovens, de usos de EAA não regulados pela medicina, ao passo em que as fronteiras do emprego clinicamente qualificado parecem se expandir para pessoas idosas, mesmo frente a contradições que tensionam o argumento de prevenção dos riscos à saúde. Percebem-se marcações biopolíticas moralizantes, seja via distinções de gênero, seja sob o signo da criminalização do uso de drogas.
Filmmaker and predecessor to Black Cinema in Brazil, Zózimo Bulbul not only builds archives, captures memories and unveils a city previously hidden, but also points out its potentialities and dilemmas. This article aims to analyze the stories told by Zózimo Bulbul about Rio de Janeiro and its African heritage, from his short films produced and directed for a period of twenty-five years and before creation of the Black Cinema Meeting Brazil, Africa, Caribbean and other diasporas, Brazil’s largest black film festival: Aniceto do Império – Em Dia de Alforria? (1981, 11’), Pequena África (2002, 14’), República Tiradentes (2005, 36’), Samba no Trem (2005, 18’) e Zona Carioca do Porto (2006, 28’)
O objetivo deste artigo é apresentar uma reflexão sobre a peça In_Trânsito, encenada pela Cia. Marginal, com direção de Isabel Penoni e Joana Levi. In_Trânsito configura-se como uma performance site-specific (encenada em espaços originalmente não dedicados a ela) desenvolvida durante viagens nos vagões do ramal Saracuruna, com início na Central do Brasil, estação ferroviária localizada no Rio de Janeiro. Por meio de um diálogo sobre circulação e direito à cidade e de um olhar para performances que tenham a cidade como palco ou personagem e que sejam localizadas em um território, procuramos entender, utilizando um relato etnográfico da peça, os dilemas pelos quais a cidade passa e como movimentos sociais e artísticos são perpassados pelo que acontece nesta mesma cidade.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.