ResumoA reflexão histórica sobre o corpo-doente apresentase como tema central na consideração da subjetividade do sujeito frente ao adoecimento e à hospitalização nos dias atuais. O entrelaçamento entre corpo, cultura, história e sociedade é relevante na produção de sentidos sobre o sofrer, demandando, por sua vez, uma releitura do desamparo e do mal-estar frente ao adoecimento. A psicanálise, cada vez mais, tem sido chamada a responder demandas institucionais de sujeitos em sofrimento. Consequentemente, o objetivo do artigo é articular o corpo-doente, o hospital na atualidade e a escuta psicanalítica afim de contribuir com o fazer, o saber e o pensar psicanalíticos no hospital. O corpo é analisado aqui pelo seu vértice pulsional, encadeando-o com as representações do corpo adoecido e hospitalizado. A interpretação, como método operador, possibilitou essa releitura pela via do desejo. A escuta do sujeito do desejo revelou o adoecimento como sendo um enunciador da condição intrínseca do ser humano, da condição psíquica de incompletude e essencialmente faltante, campo frutífero à imersão do sujeito em condição de análise.
RESUMOEste estudo descritivo objetivo relatar a experiência de ensino-pesquisa-extensão do Agrupamento Multidisciplinar de Acolhimento -AMA no cuidado à família que enfrenta a morte-morrer hospitalar. O projeto,iniciado em outubro de 2013, persiste em andamento, envolvendo os cursos de enfermagem e psicologia da Universidade Federal da Bahia no cenário de um hospital público, onde busca desvelar o cuidado transpessoal-sistêmico no processo de acolhimento a famílias com pessoas em risco de morte, utilizando: prontuário familiar, acompanhamento de visitas, grupos e dinâmicas interacionais. Os resultados envolvem: ensino -capacitação de estudantes para ações de Cuidado Transpessoal-Sistêmico; pesquisa -desenvolvidas junto às famílias e profissionais-alvos; extensão -acolhimento e cuidado à família da pessoa hospitalizada em risco de morte e interação e mobilização multiprofissional hospitalar. Concluímos que as ações implementadas são relevantes para contribuírem com um cuidado mais integral
Objective: to uncover the resilience of the family system that faces the hospitalization of a member at risk of death in the hospital environment. Method: qualitative, descriptive-exploratory study, carried out in a public hospital with eight families facing the risk of death. The collection involved the technique of theme-drawingtext and semi-structured interview, with data analyzed using the technique of Discourse of the Collective Subject. Results: evidenced five axes regarding feelings and factors of resilience evidenced: family crisis; personal approval in caring; family support; spiritual support and physical support. Conclusion: the process of resilience ensures the functional strengthening of the family system, modulating the consequences of the death-dying process for the reconstruction of new ways of overcoming. Descriptors: Resilience; Family; Death; Care. RESUMOObjetivo: desvelar a resiliência do sistema familiar que enfrenta a hospitalização de um membro em risco de morte no ambiente hospitalar. Método: estudo qualitativo, descritivo-exploratório, realizado num hospital público com oito famílias em enfrentamento do risco de morte. A coleta envolveu a técnica do tema-desenhotexto e entrevista semiestruturada, com dados analisados a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: evidenciaram cinco eixos referentes aos sentimentos e fatores de resiliência: crise familiar; aprovação pessoal em cuidar; apoio familiar; apoio espiritual e apoio físico. Conclusão: o processo da resiliência assegura o fortalecimento funcional do sistema familiar, modulando as consequências advindas do processo de morte-morrer para a reconstrução de novos caminhos geradores de superação. Descritores: Resiliência; Família; Morte; Cuidado. RESUMEN Objetivo: desvelar la resiliencia del sistema familiar que enfrenta la hospitalización de un miembro en riesgo de muerte en el ambiente hospitalario. Método: estudio cualitativo, descriptivo-exploratorio, realizado en un hospital público con ocho familias en enfrentamiento del riesgo de muerte. La recolección envolvió la técnica del tema-dibujo-texto y entrevista semiestructurada, con datos analizados a partir de la técnica del Discurso del Sujeto Colectivo. Resultados: evidenciaron cinco ejes referentes a los sentimientos y factores de resiliencia evidenciados: crisis familiar; aprobación personal en el cuidado; apoyo familiar; apoyo espiritual y apoyo físico. Conclusión: el proceso de la resiliencia asegura el fortalecimiento funcional del sistema familiar, modulando las consecuencias provenientes del proceso de muerte-morir para la reconstrucción de nuevos caminos generadores de superación. Descriptores: Resiliencia; Familia; Muerte; Cuidado.
RESUMOEste estudo objetivou compreender a dinâmica adaptativa do sistema familiar vulnerável à morte e ao morrer. Trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa, desenvolvida em um hospital público, com nove famílias, delimitadas pela saturação dos dados. A coleta de dados ocorreu no período de abril a maio de 2015 por meio de entrevista semiestruturada e desenvolvimento de Genograma e Ecomapa familiar, analisados mediante Discurso do Sujeito Coletivo. Utilizamos como fundamento teórico o Pensamento Sistêmico. Os resultados envolveram 05 eixos: modulação sistêmica para superação da crise, equipe de saúde como parceira no processo de enfrentamento saudável, rede social como elemento protetor, espiritualidade como fonte de apoio, e recursos financeiros como sustento necessário. Concluímos que a família expressa interações sistêmicas adaptativas e resilientes frente ao processo de hospitalização, a partir de recursos próprios, da equipe de saúde e da rede de apoio socioeconômica e espiritual. Assim, inferimos que os profissionais de saúde devem aperfeiçoar seu saber-fazer e o cuidado junto à família, sugerindo-se a abordagem Sistêmica como metodologia inovadora a uma práxis de cuidados integrais à família vulnerável à morte e ao morrer no contexto hospitalar.Palavras-chave: Morte. Família. Cuidado. INTRODUÇÃOA família é o alicerce social de cada indivíduo, representando a instituição relacional primária da pessoa humana. Desse modo, emerge como uma unidade interdependente, na qual os relacionamentos do círculo familiar influenciam uns aos outros, de modo que toda mudança ocasionada nesse contexto irá exercer influência em cada indivíduo, separadamente e no sistema como um todo (1) . A família que enfrenta o adoecimento experimenta sentimentos negativos, como tensão e medo, devendo também ser acolhida no processo de cuidar. É de suma importância que os profissionais de saúde voltem sua atenção para estas pessoas na compreensão de sua difícil posição ao lado de um ente querido em estado grave (2) . Assim, emerge a importância da disponibilidade do profissional para interação e vínculo com familiares, fazendo com que estes fiquem atentos para a escuta, partilha de informações e reconhecimento de suas tentativas de prover o bem ao ente. Neste sentido, a interação levará em conta o contexto e os anseios familiares, incluindo-lhes nos processos decisórios e influenciando-os à acareação da situação negativa a qual estão submetidos (3) . Deste modo, compreende-se que a família é considerada como um todo, no qual cada membro desse sistema é uma parte inseparável e expressiva, necessitando, assim, de um cuidado com olhar mais sensível e integral para as necessidades espirituais e biopsicossociais frente à hospitalização e ao risco de morte (4)
INTRODUÇÃO: Com elevada incidência clínica, a amputação é um processo complexo de retirada total ou parcial de um órgão situado numa extremidade. Além das repercussões orgânicas e sociais, a amputação também mobiliza representações, ideias e afetos que interferem nas ações, pensamentos e sentimentos, demandando ressignificação das perdas. OBJETIVO: Analisar os aspectos simbólicos presentes no processo de amputação e os complexos associados para além da literalidade corporal. MÉTODO: Pesquisa qualitativa e exploratória, do tipo estudo de caso, realizada num hospital público do interior da Bahia. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e coletados dados de prontuário, ambos analisados através da análise de conteúdo à luz da Psicologia Analítica (Junguiana). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados evidenciaram três categorias narrativas, sendo o impacto dos participantes frente à notícia da amputação; os aspectos emocionais e percepções frente ao pós operatório e as construções simbólicas frente à amputação. A discussão mostrou que a amputação é encarada como uma perda associada principalmente à ativação dos complexos da vida e da morte, do inválido e do guerreiro. CONCLUSÃO: Concluiu-se que o processamento simbólico é dinâmico e individualizado, podendo o psicólogo atuar na simbolização da experiência ainda no internamento hospitalar, potencializando estratégias de cuidado dos aspectos subjetivos.
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