Cultura quilombola e saúde da família
O coronavírus faz parte de um grande grupo de vírus causadores de infecções respiratórias que tem causado impactos importantes na saúde dos profissionais de saúde. Objetivo: descrever o perfil do atendimento aos profissionais da saúde suspeitos de covid-19 no município de Macaé nos dois primeiros meses de implementação do Centro de Triagem do Coronavírus. Método: constitui um estudo qualitativo com a análise do banco de dados do Centro de Triagem do Coronavírus de Macaé, criado pela vigilância epidemiológica municipal para monitoramento dos casos suspeitos de covid-19 em profissionais de saúde do município. Resultado: foram contabilizados 1065 atendimentos a profissionais ligados à saúde para covid-19, sendo 21% dos casos confirmados. As categorias mais notificadas foram os auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, seguido dos médicos e outros profissionais. A maior parte das notificações foram provenientes da rede pública, com ausência de informação acerca de fatores protetivos conta a doença. Conclusão: O estudo contribuiu para a compreensão do cenário da covid-19 nos profissionais de saúde na pandemia para o redirecionamento do trabalho através da identificação das fragilidades do serviço.
Objetivo: descrever as práticas em saúde mental dos enfermeiros com base no território e as facilidades e dificuldades encontradas nesse processo. Método: pesquisa realizada de maio a dezembro de 2020, com coleta de dados entre 15 agosto a 20 setembro de 2020. Utilizou o método de narrativa de vida com 10 enfermeiros que atuam em Centros de Atenção Psicossocial. Os resultados foram analisados sob os referenciais de necropolítica de Achille Mbembe. Resultados: As ações em saúde foram orientadas para a restrição de atendimento presencial nos serviços pela pandemia, produziram necropolitização e desvinculação dos usuários de saúde mental e precarização do cuidado da enfermagem. Ainda assim, houve elaboração de estratégias para recondução da comunicação e vínculo com os usuários. Conclusão: foram desenvolvidas re-existências e re-configurações do cuidado de enfermagem, com desenvolvimento de estratégias de comunicação, junto a rede de apoio psicossocial, enquanto aprimoramento de competências de habilidades de produção de viver.
Introdução: A sífilis é um antigo problema de saúde pública, conhecido há mais de 500 anos, apesar das medidas de prevenção e das opções de tratamento acessíveis e eficazes. A disseminação hematogênica do micro-organismo na gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária, origina a sífilis congênita. Essa transmissão pode ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna. Entre os principais fatores que determinam a probabilidade de transmissão da doença estão o estágio da sífilis na mãe e a duração da exposição do feto no útero. Ocorrem aborto espontâneo, natimorto ou morte perinatal em aproximadamente 40% das crianças infectadas por mães não tratadas. Grande parte dessas crianças infectadas é assintomática ao nascimento, com o surgimento dos primeiros sintomas, geralmente, nos primeiros três meses de vida. Por esse motivo, é muito importante a triagem sorológica da mãe na maternidade. Objetivo: Identificar a evolução temporal dos casos de sífilis gestacional e sua consequente transmissão congênita ocorridas no município de Macaé, Rio de Janeiro (RJ), Brasil, no período de 2010‒2018. Métodos: Estudo descritivo, transversal, quantitativo, desenvolvido com base em dados fornecidos pela vigilância epidemiológica do município, por meio de informações contidas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Durante o período analisado as notificações de sífilis gestacional foram crescentes. O maior número de notificações da doença foi observado no ano de 2018 (47,33). Esse número representa aumento de quase 10% em relação ao ano anterior. Quando considerada a transmissão vertical da doença, durante esse mesmo período, o maior número de casos também foi observado no ano de 2018 (32,89). No entanto, esse número representa aumento maior que 60% de transmissão transplacentária da sífilis em relação ao ano de 2017. Nesse sentido, quando investigados minuciosamente os óbitos decorrentes da forma congênita da doença no ano de 2018, pode-se observar que somente um óbito relatado era decorrente de uma mãe cujo bairro de residência não possuía a Estratégia Saúde da Família (ESF). Conclusão: Com base nesses dados, iniciou-se a capacitação das equipes de saúde da família para enfrentamento dessa questão. Hoje há a garantia do acesso à detecção da sífilis na gestante, com a disponibilização dos testes rápidos para sífilis nas unidades básicas de saúde para facilitar o diagnóstico, assim como o fornecimento da penicilina benzatina. Além disso, os parceiros com sífilis das gestantes foram orientados a aderir imediatamente ao tratamento, em concomitância com o tratamento das mulheres. Com base nessas ações, a tendência é que haja redução do número de sífilis congênita em Macaé.
Introdução: A adolescência corresponde à fase da vida que decorre entre os 10 e os 19 anos de idade. É um período de transição entre a infância e a idade adulta. Nos últimos anos, o aumento dos casos de gestação na adolescência despertou o interesse da saúde pública em todo o mundo. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, é crescente a proporção da participação de meninas com idade entre 15 e 19 anos nos índices de fecundidade. No entanto, a gravidez nesse grupo populacional pode acarretar complicações obstétricas, com repercussões para a mãe e a criança, além de problemas psicossociais e econômicos, principalmente em decorrência das redefinições na posição social da mulher. Acredita-se, também, que há maior incidência de anemia materna, doença hipertensiva específica da gravidez, desproporção céfalo-pélvica, infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, baixo peso ao nascer, sofrimento fetal agudo intraparto, complicações no parto e puerpério. No entanto, a gravidez pode ser bem tolerada pelas adolescentes, desde que recebam assistência pré-natal adequada. Objetivo: Identificar os casos de gravidez na adolescência ocorridos no município de Macaé, Rio de Janeiro (RJ), Brasil, no período de 2013 a 2018. Métodos: Estudo descritivo, transversal, quantitativo, realizado com base em dados fornecidos pela vigilância epidemiológica municipal, por meio de informações contidas nas declarações incluídas no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Resultados: Durante o período analisado, observa-se tendência decrescente dos registros de gestação na adolescência no município. Na análise histórica do período de 2013 a 2018, houve redução de mais de 30% nesse indicador. No entanto, quando analisada a proporção de óbitos fetais e infantis, no ano de 2018, segundo a idade da mãe, a faixa etária que corresponde à adolescência materna respondeu com maior mortalidade (28,57%). Conclusão: Concluímos que a gravidez na adolescência, o parto e o óbito materno devem ser mais estudados, trazendo mais subsídios para a rede de atenção à saúde em Macaé, com o intuito de qualificá-la para o atendimento a essa faixa etária. Na atualidade, a gravidez na adolescência é fenômeno de grande importância e relevância social. Há grande questionamento sobre suas causas, seus riscos, suas consequências, vivências e possível problemática. Muitos a consideram como problema por ser precoce e indesejada, no entanto, ela pode ser desejada e motivo de status social na comunidade. Sabe-se que o número de partos na adolescência seria reduzido se tivéssemos políticas públicas mais eficientes destinadas às necessidades das adolescentes e de suas famílias.
Introdução: Anualmente, estima-se que mais de 500 mil mulheres morram de complicações gestacionais e do parto em todo o mundo. Entre as principais causas dessa mortalidade em países em desenvolvimento estão a hemorragia pós-parto, os transtornos hipertensivos, sepse, partos obstruídos e complicações relacionadas a abortos clandestinos. Na atualidade, a morte materna é definida como a morte de uma mulher durante a gravidez ou nos 42 dias seguintes ao seu termo , independentemente da duração e do local da gestação, e decorrente de qualquer causa relacionada ou agravada por ela ou seu tratamento, mas não de causas acidentais. Esses óbitos são classificados em direto, quando estão relacionados a complicações obstétricas na gravidez, no parto e no puerpério, ou em indireto, quando resulta de doenças existentes antes da gravidez, mas que foram agravadas por seus efeitos fisiológicos. Vale ressaltar que a razão de mortalidade materna é excelente indicador para avaliar não só a saúde da mulher, como indiretamente o nível de saúde da população em geral. Objetivo: Identificar os óbitos maternos ocorridos no município de Macaé, Rio de Janeiro (RJ), Brasil, no ano de 2018, bem como sua causa básica. Métodos: Estudo descritivo, transversal, quantitativo, realizado com base em dados fornecidos pela vigilância epidemiológica municipal, por meio de informações contidas nas declarações de óbito incluídas no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Resultados: Durante o período analisado, registraram-se 5 óbitos maternos. Nessa perspectiva, a razão de mortalidade materna no município foi de 130,5. Esse número representa aumento de quase 500% quando comparado ao do ano anterior (26,24). Quando analisadas as causas básicas para a fatalidade, 2 casos decorreram de causas indiretas: meningite e arma de fogo, enquanto os outros 3 óbitos tiveram como principal causa síndrome hemorrágica, gravidez tubária e abortamento retido, as duas últimas ainda sob investigação. Conclusão: O Comitê de Prevenção e Combate à Morte Materna, Infantil e Fetal de Macaé analisa os casos de óbitos maternos e aponta medidas de intervenção para a redução desses eventos. É excelente ferramenta para a avaliação das políticas públicas e das ações de assistência à saúde materna, infantil e fetal. O objetivo é verificar as causas e, dessa forma, realizar medidas de prevenção. Após a confirmação da gravidez, o início do pré-natal deve se dar de imediato, por meio de atendimento em equipe multidisciplinar, o que em Macaé se realiza na rede de atenção à saúde. Portanto, o treinamento das equipes de Estratégia Saúde da Família e a supervisão são fundamentais para a qualificação do atendimento. Além disso, entendemos que o planejamento familiar também é tema que as equipes devem abordar, como o uso de métodos contraceptivos e a gravidez planejada, possibilitando um acompanhamento e riscos reduzidos de mortalidade materna.
Este trabalho tem por objetivo descrever o perfil epidemiológico da Chikungunya no município de Macaé, norte fluminense. Trata-se de um estudo transversal, com coleta de dados feita no período de janeiro de 2015 a abril de 2019 por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. No ano de 2019, foi registrado aumento da incidência do agravo de 3,6 por 239.471 habitantes. Sobre o perfil epidemiológico, as mulheres foram mais acometidas, a idade variando entre 40 e 49 anos. Os principais sinais clínicos foram febre, artralgia e mialgia. Conclui-se que o aumento da incidência da Chikungunya em Macaé exigiu da gestão pública intervenção imediata, que incluiu, entre outras providências, a contratação de profissionais para os atendimentos necessários, capacitação da rede acerca do manejo do agravo, criação de mecanismos de compartilhamento da informação com os serviços de saúde e acompanhamento dos casos desde a notificação até o encerramento.
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