Resumo: Os fertilizantes minerais estão entre insumos de maior contribuição para o aumento da produtividade agrícola no Brasil. No entanto, a dependência de recursos naturais escassos e do uso extensivo de energia para a sua síntese faz com que a produção agrícola seja sensível aos choques de oferta e demanda deste insumo. Diante disso, analisou-se a dinâmica entre a quantidade consumida de fertilizantes minerais, o seu preço e o poder de compra ponderado pela produtividade de produtores do Centro-Oeste – região que apresenta o maior consumo de fertilizantes minerais e que concentra a maior produção agrícola do país. Empregou-se o modelo autorregressivo vetorial estrutural (SVAR) para os fertilizantes nitrogenados, fosfatados e potássicos, isoladamente. Os resultados indicam que a quantidade consumida é a variável mais endógena, e o preço, a mais exógena. As estimativas das funções impulso-resposta mostraram que o grupo dos fertilizantes potássicos apresentou maior sensibilidade da quantidade consumida e o poder de compra face a um choque nos preços. Por outro lado, os fertilizantes nitrogenados apresentaram a maior sensibilidade na quantidade consumida em resposta a um choque no poder de compra ponderado pela produtividade.
Desde 1990, o Brasil vem aumentando significativamente o consumo de agrotóxicos, já ultrapassando em 2009 o consumo absoluto da União Europeia por esses produtos e desde 2008 o consumo por hectare de lavoura nos EUA. Na segunda década do século XXI, há evidência gráfica de que o consumo de agrotóxicos por hectare de lavoura está se estabilizando, ainda que em patamares distintos, nessas três regiões. Adicionalmente, observa-se, em termos gráficos, simultaneidade do crescimento do uso de agrotóxicos no Brasil e o crescimento da produtividade das lavouras neste país. Diante deste contexto, o objetivo do estudo foi analisar, em termos econométricos, o comportamento do consumo de agrotóxicos nestas três regiões e, especificamente para o Brasil, a relação entre o consumo de agrotóxicos e a produtividade agrícola brasileira, considerando os anos de 1990 a 2016. As análises de cointegração de Johansen indicam ocorrer relações de longo prazo entre os consumos de agrotóxicos por hectare de lavouras entre o Brasil, EUA e União Europeia, bem como entre esse consumo de agrotóxicos e a produtividade das lavouras no Brasil. Quanto a essa última relação, as estimativas do modelo SVEC mostram, de modo geral, uma relação direta entre essas duas variáveis no caso brasileiro.
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