Este artigo propõe observar elementos gerais referentes à construção da cultura jovem na Cidade de Goiás na década de 1960. Em contexto de crise, alguns jovens de Goiás, por não encontrarem canais pol íticos de expressão e não concordarem com os objetivos e métodos de violência simbólica impostos pelo regime, desenvolveram mecanismos de resistência e contestação. Nesse sentido, acredita-se que o episódio da destruição da Pedra Goiana é exemplar para a visualização de alguns aspectos da cultura jovem da "Geração AI-5" e das orientações coletivas que configuraram sua visão de mundo.
Resumo O artigo analisa a constituição do campo museal no Maranhão no século XIX e início do século XX, tendo como referências os impactos do Gabinete de História Natural da Província do Maranhão (1844) e do Museu do Instituto de História e Geografia do Maranhão (1925). Essas experiências demonstram a existência de outros passados museológicos no Brasil e consistem em exemplos de coleções nômades que se desmembraram para formar museus e instituíram uma cultura do patrimônio no Maranhão. As fontes mobilizadas mediante pesquisa bibliográfica e documental consistiram em indícios importantes que rompem com a zona de silêncio existente na história dos museus e contribuem para enriquecer as narrativas sobre o panorama museológico brasileiro.
RESUMO Este artigo analisa como o Museu Histórico de Belo Horizonte consistiu em uma das primeiras manifestações da imaginação museal de Juscelino Kubitschek (1902-1976) e as singularidades desse projeto no contexto museológico brasileiro. Embora existam diversos estudos sobre a trajetória do ex-presidente do Brasil, o seu pensamento sobre museus e patrimônios ainda carece de análises aprofundadas. Desse modo, por meio de análise documental e revisão bibliográfica foram reconstruídos momentos decisivos da concepção do museu, inaugurado em 1943, as estratégias de fabricação de legados e algumas articulações do então prefeito da capital mineira em prol de consolidar seu pensamento museológico, a exemplo da relação com o jornalista Abílio Barreto, organizador da Seção de História do Arquivo Municipal de Belo Horizonte, e com o advogado Rodrigo Melo Franco de Andrade, diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Conclui-se que a criação do Museu Histórico de Belo Horizonte traduz a configuração de uma imaginação museal singular. Nesse aspecto, apesar de não romper com os discursos da maioria dos museus brasileiros de sua época, traduz uma opção pela inserção da história recente que reconhece o museu como um dos espaços na disputa por projetos de futuro.
Resumo Este artigo analisa a trajetória do colecionador sergipano José Augusto Garcez (1918-1992) e seus trânsitos na reinvenção do folclore, por meio de exposições museológicas, com destaque para a criação do Museu Sergipano de Arte e Tradição (1948), em Aracaju, Sergipe. O interesse é compreender as transformações do folclore, especialmente em Sergipe, por meio da análise da constituição de um campo de produção simbólico, dos trânsitos intelectuais e das estratégias dos agentes responsáveis pela mobilização da crença em determinadas invenções do ‘popular’, traduzidas em exposições museológicas. Sustentado no referencial teórico-metodológico de Pierre Bourdieu e na análise de um conjunto de fontes inéditas, o artigo contribui para a visualização das táticas utilizadas para a criação de museus dedicados ao folclore no Nordeste do país, no início do século XX, e do modo como esses espaços auxiliaram na mobilização e na consolidação de determinados projetos intelectuais.
O trabalho investiga a musealização de despojos mortais docangaço a partir da trajetória das cabeças de Maria Bonita eLampião. Analisa a coleção de cabeças sob o ponto de vista do“consumo do trágico”, sublinhando como contribuíram paraa efetivação de um antimuseu e para os debates sobre questõeséticas em torno da necrofilia nos museus. Visualiza como amusealização das cabeças dos cangaceiros contribui para areconstrução das interfaces entre Antropologia, Museologiae museus, evidenciando as transformações nesses artefatos: osdespojos humanos como provas de crime; troféus de guerra;objetos científicos; e coleções museológicas. As análisesdestacam estratégias de arquivamento, fabricação e consagraçãode legados nas tramas de uma economia de símbolos sobre ocangaço e os usos sobre os despojos humanos (tidos comoobjetos sensíveis) nos museus.
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