A existência do nativo deficiente é necessária para a próxima mentira, e a próxima, e a próxima. (BHABHA, 2013, p. 226) INTRODUÇÃOPor meio de um cotejamento eclético de dispositivos teóricos pós-estruturais e pós- 3 Numa postura pós-fundacional, admite-se que a política repousa sobre fundamentos que, na ausência de um centro capaz de estancar as disputas pelos sentidos, implicam a aceitação do contingente, tornando-a um ato de fundação sempre incompleta, incapaz de fixar em definitivo a significação (MARCHART, 2014;LOPES, 2015a).
ResumoNeste texto, problematizamos o movimento de hegemonização do discurso da qualidade da educação científica e a noção de crise a ele associado em um enfoque discursivo. Focalizamos as demandas reivindicadas por comunidades epistêmicas de Ensino de Ciências mediante os nomes Natureza da Ciência, Qualidade e Crise da educação científica, buscando compreender como o esvaziamento desses significantes participa na disputa pela significação do que seja uma experiência escolar relevante em ciências. Argumentamos que as demandas estão articuladas em torno da tentativa de definição de uma identidade essencial para a educação em ciências, antagonizando-se a políticas não prescritivas de currículo. Defendemos a impossibilidade última de controle da significação do currículo, do ensino de ciências e do espaço social, mantendo a educação em ciências aberta ao risco e a alteridade irredutível, desvinculando-a de fundamentos educacionais universais. AbstractIn this text, we problematize the movement of hegemonization of the quality discourse of the scientific education and the crisis notion associated with it in a discursive approach. We focus on the demands claimed by epistemic communities of Science Teaching through the names Nature of Science, Quality and Crisis of scientific education, seeking to understand how the emptying of these signifiers participates in the dispute for the meaning of what is a relevant school experience in science. We argue that the demands are articulated around the attempt of definition of a essential identity for science education, antagonizing nonprescriptive curricular policies. We defend the ultimate impossibility of controlling the significance of curriculum, science teaching and social space, keeping science education opens to the risk and the irreducible otherness, dissociating it from universal educational foundations.
Resumo: Neste ensaio teórico, investigam-se aproximações e tensionamentos entre o pensamento de Butler e o campo das Pesquisas (Auto)Biográficas em Educação. Focaliza-se, inicialmente, nos aspectos históricos e teórico-metodológicos das Pesquisas (Auto)Biográficas, sobretudo no cenário nacional, destacados em apresentações de dossiês temáticos, cartas de associações e artigos de revisão. Em seguida, discute-se acerca do desafio envolvido na aproximação entre os pressupostos teóricos das Pesquisas (Auto)Biográficas e os pressupostos filosóficos do movimento Pós-estrutural. Finalmente, argumenta-se em defesa da plausibilidade e da consistência teórica da aproximação entre pós-estruturalismo e Pesquisa (Auto)Biográfica tendo em vista a possibilidade de invenção de narrativas performáticas e pós-metafísicas de si. Palavras-chave: Pesquisa (Auto)Biográfica. Narrativas de si. Pós-estruturalismo. Abstract:In this theoretical essay, we investigated approaches and tensions between Butler"s thoughts and the field of (Auto)Biographical Educational Research. We focused initially on historical, theoretical and methodological aspects of (Auto)Biographical Research, especially on the national scenario, highlighted in presentations of thematic dossiers, association letters and review papers. Then, we discussed the challenge involved in the approximation between the theoretical assumptions of (Auto)Biographical Research and philosophical assumptions of the Post-structural movement. Finally, we argued in defense of plausibility and theoretical consistency of approach between post-structuralism and (Auto)Biographical Research considering the possibility of invention of performative and post-metaphysical narratives of oneself.
From a more significant incorporation of post-structural theories into the curriculum field in recent years, this theoretical essay aims to contribute to the debate around the relationship between subject/scientific knowledge in science-education curriculum policies. It seeks to explore its resonance in the meaning of what came to be considered a “scientifically educated” subject. Which pedagogical and curricular frameworks have been producing the identity of the subject “educated in science” in policies? What can be the contributions of the post-structuralist movement to the debate on the relationship between subject/scientific knowledge when defining what it means to be scientifically educated? To discuss this objective and questions, I decided to go through different curricular records in the Science Education area, without the intention of exhaustion, bringing to this essay some aspects that characterize the scenario of training policies in the field. I mainly focus on those related to scientific knowledge’s role in forming the subject’s identity. Dialoguing with Judith Butler (2015), Gert Biesta (2013), Stuart Hall (2006), Lopes and Macedo (2011), Laclau and Mouffe (2015), among others, the essay is a theoretical defense of narratives open to difference and disagreement on the Science Education curriculum policies.
RESUMO A partir da incorporação mais expressiva das teorias pós-estruturais ao campo do currículo nos últimos anos, o objetivo deste ensaio teórico é apresentar contribuições ao debate em torno da relação sujeito/conhecimento científico nas políticas de currículo da Educação em Ciências, buscando explorar suas ressonâncias na significação do que venha a ser considerado um sujeito “cientificamente educado”. Por meio de quais enquadramentos pedagógicos e curriculares a identidade do sujeito “educado em ciências” vem sendo produzida nas políticas? Quais podem ser as contribuições do movimento de pensamento pós-estruturalista ao debate em torno da relação sujeito/conhecimento científico na definição do que significa ser educado em ciências? Para discorrer sobre esse objetivo e essas questões, decidi transitar por diferentes registros curriculares da área da Educação em Ciências, sem pretensões de exaustão, trazendo ao ensaio aspectos que caracterizam o cenário das políticas formativas no campo, focalizando especificamente aqueles relativos ao papel do conhecimento científico na formação da identidade do sujeito. Em diálogo com autores como Judith Butler (2015), Gert Biesta (2013), Stuart Hall (2006), Lopes e Macedo (2011), Laclau e Mouffe (2015), entre outros, o ensaio é um investimento teórico implicado na defesa de narrativas abertas à diferença e ao diferir do sujeito nas políticas de currículo da Educação em Ciências.
O trabalho tem como objetivo desenvolver uma análise qualitativa e interpretativa das implicações da participação de estudantes residentes em um subprojeto interdisciplinar de biologia e matemática, do Programa Residência Pedagógica, na constituição de suas profissionalidades e identidades docentes. Partindo dos relatos das perspectivas dos(as) estudantes, a metodologia do trabalho baseou-se na abordagem qualitativa, com análise interpretativa de conteúdo dos relatos, e categorização das falas dos(as) residentes. Os relatos foram organizados em dois momentos, no que diz respeito à participação dos(as) estudantes no programa: o período prévio e o período simultâneo à sua participação no subprojeto interdisciplinar de biologia e matemática. As análises dos relatos discentes revelam que o programa suscitou entre eles(as) e demais envolvidos(as) a compreensão da docência como exercício complexo, contextual, forjado nas práticas educativas dos/nos espaços-tempos escolares, entendidas como unidades de produção de conhecimento e saberes da/na/sobre profissão docente.
O texto aborda as competências das Ciências da Natureza na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio a partir de uma perspectiva discursiva pós-estrutural, visando a realização de uma leitura desconstrutiva dos seus fundamentos pedagógicos, políticos e epistemológicos. A partir da teoria do discurso de Laclau e Mouffe (2015), problematiza-se a instituição de soluções fortemente pragmáticas para o currículo, supostamente baseadas em fundamentos sólidos de como a educação e a identidade do outro devem ser para se alcançar finalidades de resolução de demandas do mundo social e do trabalho, baseadas no registro epistemológico da ciência. Defende-se que a significação utilitária do currículo e das aprendizagens produz uma economização da experiência escolar à ideia de conhecimento como um troço útil que deve servir para os estudantes se virarem como cidadãos no mundo do trabalho e da vida cotidiana, mundo esse jamais plenamente antecipável e artificialmente reproduzível no currículo.
Os mapas conceituais foram desenvolvidos para promover a aprendizagem significativa (AUSUBEL et. al, 1989) e podem ser considerados recursos esquemáticos para representar um conjunto de significados e conceitos incluídos em uma estrutura de proposições para elaboração de uma teia relacional (ANASTASIOU; ALVES, 2007). Tendo os mapas conceituais como estratégia alternativa de ensino de biologia no contexto da genética o objetivo deste trabalho é apresentar as experiências vivenciadas pelo Programa de Residência Pedagógica da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) no Módulo de Genética no núcleo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia (IFBA) com a turma 721 do 2º ano do Curso Técnico Integrado em Informática. As atividades foram realizadas por meio de grupos de trabalhos colaborativos e individualmente, a fim de promover a integração social e a aprendizagem ativa centrada no estudante (MICHAEL, 2006; MASCOLO, 2009). Utilizamos também ferramentas tecnológicas de aprendizagem e metodologias alternativas para o ensino de genética e obtivemos dos estudantes resultados extremamente satisfatórios em termos de comprometimento, cumplicidade e interdisciplinaridade do saber fazer pedagógico.
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