RESUMONeste artigo de posicionamento teórico-estratégico, por meio de uma agência pós-estrutural e pós-colonial, desenvolvemos uma argumentação crítica às bases teóricas da educação científica, focalizando a significação da identidade das disciplinas escolares como Natureza da Ciência. Para tanto, valendo-nos de (in)formações e quadros referenciais dos diversos espaços-tempos formativos vividos na graduação, na pós-graduação e na docência no ensino superior, postos em suspensão e desterritorializados em sentido (auto)biográfico, transitamos por políticas de sentido criadas em diferentes comunidades de enunciação, com vistas a problematizar e reativar os consensos hegemônicos produzidos em torno da defesa de tal significante. Nesse trajeto, argumentamos pela defesa do espaço do incontrolável, daquilo que não se pode banir do currículo e da educação em ciências, reavivando o sentido da poética como estruturante do fazer curricular. Defendemos que este modo de agência permite criar a identidade da ciência no currículo escolar como um lugar híbrido, marcado pela ausência de um discurso-mestre que possa validar uma dentre as múltiplas identidades criadas para a educação científica em seu acontecimento cotidiano, aguçando, assim, a participação dos sujeitos na luta política pelo poder de significar o currículo.Palavras-chave: (Auto)biografias. Cotidiano. Currículo. Diferença. Educação em ciências.
Com a decisão de começar este artigo com as conhecidas palavras que iniciam o romance Por quem os sinos dobram? (ERNEST HEMINGWAY, 2013) fomos atrás de precisar essa referência, e encontramos mais que uma referência; encontramos uma "cascata de atualizações" (LEVY, 2003). O cético Hemingway achou por bem começar aquele que viria a ser um dos mais famosos livros da literatura ocidental com citação redigida em 1764 pelo católico John Donne, isso em 1940. Três anos depois, o livro virou filme ganhador de Oscar e a pergunta-título, repetida incansavelmente, se torna até nome de música com Raul Seixas nos anos 1970. (DIAS, 2016). E continuamos, pelo século XXI, a perguntar: Por quem os sinos dobram?, e a respirar fundo sempre que revisitamos a atual centenária escrita de John Donne: Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti. (DONNE, citado por HEMINGWAY, 2013, posição: 54). Se nenhum homem é uma ilha, por extensão nenhuma Escola também o é. Então, resta-nos perguntar quais os sinos que dobram, hoje, por ela? O MUNDO E A ESCOLA Em 09 de novembro de 1989 os sinos dobraram e o réquiem foi para o fim do socialismo, mais precisamente o fim da guerra fria. O dia em que milhares foram às ruas para derrubar o Muro de Berlim, construído 28 anos antes. E sem a guerra fria, vivemos a década de 1990, acreditando na
Quem conhece o "roteiro" desse romance -um belo conjunto de reflexões-sensíveis, com cunho principalmente filosófico, de duas mulheres: a concierge cinquentona de um prédio da elite parisiense e uma garota de 12 anos moradora do edifício -estará se perguntando qual a pertinência desta resenha em uma revista acadêmica de Educação.A explicação, como poderia ser o esperado, não está na confluência das ideias filosóficas do livro com as correntes pedagógicas mais recentes; mas, ao contrário, está justamente na "não confluência".Explico: por "cansada" com a atual hegemonia das correntes pedagógicas intencionalistas e finalistas, fui me entusiasmando com as ideias da não finalidade, do não-sentido da vida presentes de forma mordaz, irônica e enciclopédica nas escritas das duas personagens, o que me levou a pensar em como estas ricas/ interessantes ideias estão longe, acho mesmo que proibidas, no atual estado da arte da área do conhecimento da educação.Sendo assim, o meu convite à leitura deste livro, começa com a informação que é leitura que consegue unir profundidade teórica e prazer fluido, o tipo de livro que pode ser a leitura do descanso de final de semana com a sensação que se "estudou" muito; na verdade, quero mesmo é enfatizar, ou sugerir, que seja lido sempre em contraponto a algumas correntes pedagógicas.Um bom ponto de partida está na página 104:Nestes dias, em que soçobram no altar de nossa natureza profunda todas as crenças românticas, políticas, intelectuais, metafísicas e morais que os anos de instrução e educação tentaram imprimir em nós, a sociedade, campo territorial cruzado por grandes ondas hierárquicas, afunda no nada do sentido.Ideias que, talvez, com menor elegância estética -característica estilística que tem relação direta com a clareza teórica, -são recorrentes na atual literatura pedagógica -em especial, naquelas
Resumo: Neste ensaio teórico, investigam-se aproximações e tensionamentos entre o pensamento de Butler e o campo das Pesquisas (Auto)Biográficas em Educação. Focaliza-se, inicialmente, nos aspectos históricos e teórico-metodológicos das Pesquisas (Auto)Biográficas, sobretudo no cenário nacional, destacados em apresentações de dossiês temáticos, cartas de associações e artigos de revisão. Em seguida, discute-se acerca do desafio envolvido na aproximação entre os pressupostos teóricos das Pesquisas (Auto)Biográficas e os pressupostos filosóficos do movimento Pós-estrutural. Finalmente, argumenta-se em defesa da plausibilidade e da consistência teórica da aproximação entre pós-estruturalismo e Pesquisa (Auto)Biográfica tendo em vista a possibilidade de invenção de narrativas performáticas e pós-metafísicas de si. Palavras-chave: Pesquisa (Auto)Biográfica. Narrativas de si. Pós-estruturalismo. Abstract:In this theoretical essay, we investigated approaches and tensions between Butler"s thoughts and the field of (Auto)Biographical Educational Research. We focused initially on historical, theoretical and methodological aspects of (Auto)Biographical Research, especially on the national scenario, highlighted in presentations of thematic dossiers, association letters and review papers. Then, we discussed the challenge involved in the approximation between the theoretical assumptions of (Auto)Biographical Research and philosophical assumptions of the Post-structural movement. Finally, we argued in defense of plausibility and theoretical consistency of approach between post-structuralism and (Auto)Biographical Research considering the possibility of invention of performative and post-metaphysical narratives of oneself.
escolares e universitários vivenciados por licenciandos em Biologia, tem como objetivoanalisar as aparências do estar-junto no grupo através da formação científica universitária.O método, construído com base nas teorizações de Carvalho (2001), Erickson(1985) e Maffesoli (1996), culminou em episódios interpretativos como modo de apreensãodos fenômenos cotidianos, aliados a discussões teóricas. Revelam-se compreensõesconstruídas em referência aos valores e crenças compartilhadas pelo grupo que, ao ladoda possibilidade de identificá-lo esteticamente, permite a compreensão dos totens emtorno dos quais o grupo gira, formados nos espaços formativos vividos.
Las consideraciones de este artículo se construyen a partir de uno de los desafíos que enfrenta la sociedad colombiana: el trabajo que trae consigo el pos-acuerdo que resulta en Colombia después de la firma de la paz entre el Gobierno y las FARC–EP bajo la perspectiva que ofrece el estudio del Ciclo de Políticas de Stephen Ball. Para ello, la educación es considerada Institución clave para este proceso, vista como espacio de reconstrucción social, de diálogo y reconocimiento del otro (AYALA; SÁ, 2019) recibe en específico la política pública Ley 1732, llamada Cátedra de la paz, que desde nuestra lectura busca propiciar la reflexión, el conocimiento de la história colombiana, favorecer las prácticas de reconciliación y el perdón a partir del dialogo de saberes. Entender la política como texto - writerly -, discurso - readly - o explorar otras posibilidades a partir de los estudios del campo curricular, permitirá hacerle frente a las violencias en Colombia, que por años representa aceptar que la zozobra y el miedo se han instalado en pequeños y grandes contextos tanto urbanos y rurales.
Inventado com a intenção de problematizar as atualizações dos currículos naqueles atípicos geomomentos nos quais as leis da natureza se tornam menos universais e a intensidade das flutuações remete a uma potencialização da percepção dos comportamentos probabilísticos do evento, nesse caso, do evento curricular, o dossiê Fabulações curriculantes na escola e na universidade se concretiza em oito artigos fabulantes.
Este texto, com discurso que se aproxima ecleticamente dos estudos curriculares filosoficamente não-finalistas e não-totalizantes, narra o cenário engendrado tempo espacialmente no semiárido brasileiro do século XXI, de implantação da Política de Ciclo de Formação Humana no município de Irecê, Bahia. É uma narrativa que, valendo-se de um encadeamento discursivo atravessador das seguintes dimensões: a. teórica – o movimento não essencialista e não fundacional e, b. geo-histórica – a longa parceria entre uma universidade brasileira e a Secretaria de Educação municipal, inventa (no sentido semântico de “trazer à luz” o que já existe) um singular cenário educativo. Informa que a cidade ofereceu Licenciatura em Pedagogia, Especialização em Currículo Escolar e Mestrado Profissional em Educação aos professores do município que em seus estudos acadêmicos elaboraram o que foi a base da Proposta Curricular hoje implantada no município: Ciclo de Educação Humana – Educação Integral e Integrada. Anuncia ser um cenário curricular possibilitador de uma leitura radical das coisas do mundo para os educadores – com potente formação docente – para os estudantes – com ciência e arte, principalmente, a literatura – e para o entorno do município que recebe as ressonâncias, mais ou menos diretamente, de tudo o que é realizado. E, finalizando, pondera que a aceitação da contingência, do risco, da provisoriedade, enfim, a emergência acontecimental encarada como parte compulsória da vida e, não como condição a ser combatida em nome do sucesso curricular, como ocorre, hegemonicamente nas propostas curriculares centralizadas, torna este cenário potencial traidor da natureza da BNCC.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.