RESUMO: Este artigo analisa as relações de poder-saber produtoras da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do MEC. A partir da perspectiva foucaultiana de análise arqueológica do discurso, constatamos que a produção discursiva sobre a deficiência é realizada de modo híbrido, pois, ao mesmo tempo em que se fundamenta em um discurso inclusivo, que afirma o direito de ser diferente, ataca essa individualidade, fazendo aparecer um sujeito universal, reduzido nas conceitualizações médicas da deficiência. O Portal, ao prescrever práticas pedagógicas que cumpram as metas educacionais propostas pelo Estado brasileiro, pode produzir um efeito contrário, pois muito do que é proposto está atrelado a uma concepção de educação patologizante, o que contraria os pressupostos da inclusão.
RESUMO: A formação continuada de professores na década de 1990 passou a ser considerada uma das estratégias fundamentais para o processo de construção de um novo perfil profissional do professor. Neste contexto, a concepção crítico-reflexiva foi defendida como a orientação mais adequada para a renovação dos sistemas de formação continuada de professores no Brasil. No entanto, ao longo de duas décadas, diferentes estudos indicam que esta orientação teórico-metodológica operou mudanças pouco significativas nas práticas formativas. A partir de uma revisão sobre a tendência denominada de Epistemologia da Prática, este ensaio propõe um deslocamento da formação continuada de professores do campo das políticas públicas para o campo da formação humana. Nesta direção, procuramos apontar qual a contribuição da teoria crítica da formação humana para os processos de formação continuada de professores na contemporaneidade.Palavras-chave: Formação continuada de professores. Epistemologia da prática. Formação crítica-reflexa. Formação humana.
RESUMO: na presente pesquisa, objetivamos investigar a representação cultural da deficiência nos discursos midiáticos do Portal do Professor do Ministério da Educação (MEC), buscando identificar os estereótipos e as possíveis essencializações existentes na produção dos sujeitos com deficiência. Nossa análise fundamentou-se na perspectiva foucaultiana de análise arqueológica do discurso, portanto, elegemos como arquivo um conjunto de documentos que vão desde aulas produzidas no Espaço da aula, passando por publicações no Jornal do professor, nos quais se encontram artigos ligados à deficiência, por discursos de profissionais da educação, veiculados nos vídeos institucionais, até músicas, artigos de revistas, histórias em quadrinhos (HQs), vídeos do youtube, textos da literatura infantil, dentre outros. Os achados da pesquisa revelam que, embora o discurso do Portal atraia os professores pelas possibilidades de intervenção, de transformação que oferece, apesar do conjunto heterogêneo de técnicas que utiliza, conquanto seja subsidiado pelo Ministério da Educação, continua persistindo na produção da deficiência de uma maneira pejorativa e estereotipada. Assim, o Portal do Professor do MEC, ao colocar ao dispor dos professores metodologias variadas, ao mostrar as condutas desejáveis, ao prescrever práticas pedagógicas que cumpram as metas educacionais propostas pelo Estado Brasileiro, para educação das pessoas com deficiência, numa perspectiva inclusiva, pode acabar produzindo um efeito contrário, tendo em vista que muito do que é proposto nesse espaço formativo está atrelado a uma concepção de educação normalizadora e patologizante, contrariando os pressupostos básicos de uma educação inclusiva.
Pela via da memória, este ensaio apresenta uma versão do 6º Congresso da Federação de Arte-Educadores do Brasil, ocorrido em Recife-PE, no ano de 1993. Para tanto, foi necessário construir o conceito de história protocolar, baseado no pensamento de Deleuze e Guattari, opondo-se a memória a partir de Bosi e Benjamim. Para fugir do risco de idealizar as memorias busquei uma coautoria. Recontar esse fato levou a reafirmação do campo da Arteducação como sendo predominante feminino no gênero.
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR Outros Temas Discursos sobre a surdez no Portal do Professor do MEC: desnaturalizando estereótipos e essencializações Discourses about deafness on the Teacher Portal of the MEC: deconstructing stereotypes and essentializations Los discursos sobre la sordera en el Portal del Maestro MEC: desnaturalizado estereotipos y essentializations Resumo O artigo analisa a representação cultural da surdez nos discursos midiáticos do Portal do Professor do Ministério da Educação (MEC). Este estudo busca, então, identificar os estereótipos e as possíveis essencializações existentes na produção dos docentes. Com base na perspectiva foucaultiana de análise arqueológica do discurso, foram selecionados como arquivo documentos produzidos no "Jornal do Professor", nos "Vídeos Institucionais" e no "Espaço da aula". Os resultados revelam que, apesar da heterogeneidade de técnicas subsidiadas pelo Portal, os discursos produzem a surdez de maneira pejorativa e estereotipada, através de terminologias como "falta/limitação", "mudez/silêncio", "deficiência auditiva"; enfatizam também o uso da Libras como condição para inclusão. Podemos inferir, portanto, que a representação da surdez nesses discursos continua presa à concepção clínica da deficiência, o que reforça os mitos comuns sobre os surdos. Desse modo, os professores em formação parecem representá-los como sujeitos que possuem identidade fixa, estável, estática e permanente. Palavras-chave: Surdez. Representação Cultural. Estereótipo. AbstractThis article analyzes the cultural representation of deafness in mediatic discourses of the Teacher Portal of the Ministry of Education (MEC), seeking to identify the stereotypes and the possible essentializations which happen through the production of teachers. Our analysis is based on Foucault's perspective of archaeological discourse analysis. As the file a set of documents were available in the Teacher's Journal, in Institutional videos and in the Classroom. The results show that, despite the heterogeneity of techniques subsidized by the Portal, persists a production of deafness in a pejorative and stereotyped way, through terminologies such as lack/limitation, muteness/ silence, hearing deficiency; they also emphasize the use of Libras as a condition for inclusion. We can infer that the representation of deafness in these discourses is still imprisoned by the clinical conception of deficiency, which reinforces common myths about the deaf. Teachers in the process of their own learning seem to represent them as subjects who possess a fixed, stable, static and permanent identity.
ResumoEste artigo analisa um artefato cultural midiático que produz narrativas sobre a pessoa com deficiência e sua sexualidade, como observado na reportagem Mamãe é Down, produzida pela revista Época. Com base na perspectiva pós-estruturalista dos Estudos Culturais e nos estudos foucaultianos, o objetivo é analisar a representação cultural da deficiência e identificar os estereótipos e as essencializações existentes no discurso sobre esses sujeitos. Os resultados indicam que as narrativas sobre a deficiência se articulam com um aparato conceitual, advindo de um saber médico, constituindo uma ideia de deficiência intimamente relacionada à questão biológica. Assim, apresentamse as causas, o diagnóstico e os possíveis tratamentos oferecidos a esses sujeitos. Nesse jogo de forças, se por um lado os discursos produzem a ideia de uma sexualidade atrelada aos aspectos biológicos, por outro, produzem também a representação cultural de que as pessoas com deficiência podem usufruir de sua sexualidade, de uma vida a dois e da experiência da maternidade.
We start in this text, an understanding of the Triangular Approach as a theory of interpretation of the universe of arts and cultures visual affiliated to post-colonial theory. The text is organized in four articulated topics. In the first topic, we introduce the Triangular Approach as an open theory, non-linear, which invites the art/educator into the gesture of redesigning. The second topic, we argue about the affiliation of the Triangular Approach to the post-colonial theory, emphasizing that the aesthetic dimension interconnects to the cultural dimension and that both are political. In the third topic, we deal with a version of the history of the Triangular Approach, highlighting the changes driven by such a theory in the field of national art/education. Finally, in the fourth topic, by way of conclusion, we argue that the Triangular Approach caused a more specific twist in the arts and visual cultures and, in the broader field of national art/education, defending the decolonization, proposing the democratization of art, its teaching and its history as a right for everyone. KEY WORDS
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