IntroduçãoInicialmente, julgamos necessário explicitar o estranho lugar de onde falamos. Nossa familiaridade com a temática se dá na medida em que somos partícipes de um sistema de pós-graduação e de pesquisa em seus múltiplos espaços, e não estudiosas do tema. Nesse momento, essa participação envolve a posição de representantes da área junto à Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, portanto, a tarefa de conduzir o processo de avaliação dos programas no triênio 2007-2009. Se é discutível a possibilidade mesma da representação -já que o ato de representar envolve a incorporação do representado à esfera política com uma identidade criada pela interpelação do representante àqueles que ele representa (Laclau, 1993) -, seu exercício em uma exposição como esta é ainda mais inusitado. No âmbito de nossa ação prática, podemos buscar agir como representantes, certas da incompletude do ato de representar, que é simultaneamente sua condição de possibilidade e impossibilidade.Num espaço teórico como este, estamos num terreno movediço. Por sua natureza acadêmica, nossa exposição não pode prescindir de análise, o que não pode ser feito desse lugar de representantes. Ao mesmo tempo, seria naive acreditar que podemos fazê-lo de outro lugar, desde que explicitemos essa desvinculação. É, portanto, nesse espaço ambíguo que construímos este texto em que pretendemos discutir aspectos da política de pós-graduação (em educação), entendendo-a como diretamente relacionada à política de pesquisa. Em áreas como a educação, praticamente toda pesquisa é desenvolvida nos programas de pós-graduação ou por sujeitos formados para a pesquisa nesses programas.Dito isso, assumimos nossa rejeição à ideia de que existiria um modelo ideal de política para a pósgraduação, postura que, a nosso ver, viabiliza visões nostálgicas. Autores como Cameron e Gatewood (1994) têm tratado a nostalgia como uma adaptação psicológica às frenéticas mudanças que experimentamos no campo da cultura, de modo que ela pode ser sentida até por aqueles entre nós que não vivemos aquilo que recordamos. Trata-se de algo que se processa tanto no âmbito individual quanto coletivo, refletindo o que se quer lembrar, mas também aquilo que se busca esquecer. Se a nostalgia pode ser reflexiva (Boym, 2001), 166 Revista Brasileira de Educação v. 15 n. 43 jan./abr. 2010
RESUMOPretendi neste trabalho analisar os limites e possibilidades da escola integrar alunos com atraso de escolaridade em processos de educação regular, que receberam apoio de programas de aceleração da aprendizagem. Baseada nas avaliações realizadas desses programas por professores do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia da Educação da PUCSP e por pesquisadores do Núcleo de Avaliação Educacional da Fundação Carlos Chagas, discuto os resultados efetivamente alcançados considerando duas categorias de análise. Na primeira categoria, analiso os efeitos da estratégia pedagógica promovida pelos programas, nas aprendizagens e progressos dos alunos participantes. Na segunda categoria, procuro analisar as possibilidades de integração/inclusão desses alunos no processo de educação regular. Finalmente, à guisa de conclusão, procuro fazer algumas considerações teórico-metodológicas. Distinguindo integração de inclusão, discuto os limites e possibilidades que as ações dos programas têm de realmente promoverem o desenvolvimento de uma escola sem exclusão. PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO APRENDIZA-GEM AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ABSTRACT THE LIMITS AND POSSIBILITIES OF INCLUDING STUDENTS FROM REMEDIAL LEARNING PROGRAMS IN REGULAR SCHOOLING.This article analyzes the limits and possibilities for schools to include students with schooling deficits who receive support from the accelerated learning programs, in their regular education processes. Based on evaluations of these programs done by professors from the Post Graduate Program in Educational Psychology of the Pontifical Catholic University of São Paulo and by researchers from the Nucleus for Educational Evaluation of the Carlos Chagas Foundation, the results will be discussed in two analytical categories. In the first category, I analyze the effects of the teaching strategies promoted by the programs on the learning and progress of the participating students. In the second category, I seek to analyze the possibilities for integration/inclusion of these students in the regular educational process. Finally by way of conclusion, I try to make some theoretical-methodological considerations. Distinguishing between integration and inclusion I discuss the limits and possibilities of the actions that the programs would have to undertake to really promote the development of a school without exclusion.
<span style="font: 13px/normal verdana, arial; color: #000000; text-transform: none; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; word-spacing: 0px; float: none; display: inline !important; white-space: normal; background-color: #ffffff;">A autora, a partir de sua vivência com os problemas da educação, esclarece nesse artigo as múltiplas dimensões da avaliação educacional em função do espaço pedagógico, dos propósitos e estratégias dos programas e projetos educativos, da análise dos objetivos e conteúdos curriculares e, finalmente, enfoca a dimensão da avaliação de sistemas, com vista a definir políticas públicas em educação. </span>
<span style="font: 13px/normal verdana, arial; color: #000000; text-transform: none; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; word-spacing: 0px; float: none; display: inline !important; white-space: normal; background-color: #ffffff;">A auto-avaliação institucional de uma universidade, tal como foi proposta pela Lei n. 10 861, de 14 de abril de 2004, que cria o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - Sinaes -, é, sem dúvida, uma atividade extremamente significativa e permite à instituição não somente ter um diagnóstico de sua trajetória como também reafirmar sua identidade social. As diretrizes estabelecidas no documento<span class="Apple-converted-space"> </span></span><em style="color: #000000; text-transform: none; line-height: normal; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; font-family: verdana, arial; font-size: 13px; font-variant: normal; font-weight: normal; word-spacing: 0px; white-space: normal; background-color: #ffffff;">Bases para uma nova proposta de avaliação da educação superior</em><span style="font: 13px/normal verdana, arial; color: #000000; text-transform: none; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; word-spacing: 0px; float: none; display: inline !important; white-space: normal; background-color: #ffffff;">,</span><em style="color: #000000; text-transform: none; line-height: normal; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; font-family: verdana, arial; font-size: 13px; font-variant: normal; font-weight: normal; word-spacing: 0px; white-space: normal; background-color: #ffffff;"> <span class="Apple-converted-space"> </span></em><span style="font: 13px/normal verdana, arial; color: #000000; text-transform: none; text-indent: 0px; letter-spacing: normal; word-spacing: 0px; float: none; display: inline !important; white-space: normal; background-color: #ffffff;">elaborado pelo Ministério da Educação, procura abranger diferentes e complexas dimensões de análise. Este texto procura discutir diretrizes metodológicas que poderiam ser consideradas em um plano de implantação da auto-avaliação, a ser proposto pelo Coordenação Nacional de Avaliação do Ensino Superior do Ministério da Educação.</span>
Entendendo que a formação do professor deve ser analisada também de uma perspectiva psicossocial, procura-se, neste texto, analisar como a construção da profissionalidade se articula em um cenário de presentismo – foco exagerado no presente – que se observa na sociedade atual. Como professores em formação, que escolheram uma profissão que tem por característica formar a geração futura, representam o futuro? Quais os valores que orientam as escolhas desses professores? Os programas de formação subsidiam a construção de projetos de futuro baseados em valores como liberdade, direito, justiça social? A subjetividade do professor/aluno é considerada durante o processo de formação? Considerando que a profissão do professor se define no compromisso com a formação do futuro do aluno e da sociedade, negar a possibilidade de preparar para o futuro é negar sua profissão.
Resumo: Em uma realidade mundial caracterizada pelo fenômeno da violência, do não reconhecimento dos direitos fundamentais, das exclusões sociais e de outras tantas mazelas que constituem a Cultura Belicista e comprometem o desenvolvimento da Paz, conforme organismos internacionais e investigadores, torna-se imprescindível o desenvolvimento de uma Cultura da Paz por intermédio da educação. Nessa linha, no ano de 2018, o Estado brasileiro celebrou, por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n º 9.394/96), o compromisso de o sistema de ensino nacional promover a Cultura da Paz. Em face de tal conjuntura, o presente artigo objetivou refletir sobre as condições culturais brasileiras para o desenvolvimento de uma Educação para a Paz no Brasil. Assim, foram analisadas três problemáticas sociais contemporâneas que compõem o ethos guerreiro da cultura brasileira e, paralelamente, indicados fundamentos teóricos para elaboração de uma Educação para a Paz no Brasil pautada em uma ética intersubjetiva, que reconheça o Outro e as realidades sociais como elementos dialógicos da constituição do ser e de transformação social dos coletivos. Palavras-chave: Educação para a Paz. Cultura. Brasil. Ethos Guerreiro. Paz.
Este artigo constitui-se em síntese de uma pesquisa mais ampla e tem o propósito de investigar se a ideia do Portfólio, implantada em uma instituição, vem modificando a forma de pensar a avaliação, no âmbito da formação de educadores. O referencial teórico foi alicerçado em autores do campo da avaliação educacional e nos fundamentos da Teoria das Representações Sociais. As trilhas metodológicas percorridas possibilitaram-nos a coleta e o processamento de um conjunto diversificado de informações. Utilizando os programas EVOC e ALCESTE, foi possível realizar análises específicas dos dados. Os resultados permitiram identificar três grupos de alunos: os que aprovam a avaliação realizada por Portfólio; os que desaprovam; e os que aprovam, mas com ressalvas. Tais resultados nos levam a considerar a necessidade de aprofundar argumentos no sentido de favorecer os processos de ancoragem que irão facilitar não somente a aceitação do Portfólio, mas também sua possível utilização quando esses alunos desenvolverem sua prática como professores. Palavras-chave: representação social, avaliação da educação, formação de professores, ensino superior. RESUMENEste artículo es la síntesis de una investigación más amplia y tiene el propósito de indagar si la idea del Portfolio, implementada en una institución, está cambiando la forma de pensar la evaluación en el ámbito de la formación de los educadores. El marco teórico se basa en autores * Professora titular da Universidade de Uberaba (vaniacamila@uol.com.br). ** Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e pesquisadora sênior da Fundação Carlos Chagas (clarilza.prado@uol.com.br). 236• Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 20, n. 43, maio/ago. 2009 del campo de la evaluación educativa y en los fundamentos de la Teoría de las Representaciones Sociales. Los caminos metodológicos recorridos nos han posibilitado la recolección y el procesamiento de un conjunto diversificado de informaciones. Utilizando los programas EVOC y ALCESTE se pudo realizar un análisis específico de los datos. Los resultados permitieron identificar tres grupos de alumnos: los que aprueban la evaluación realizada por Portfolio, los que desaprueban; y los que aprueban, pero con restricciones. Tales resultados nos llevan a considerar la necesidad de profundizar los argumentos para favorecer los procesos de fundamentación que facilitarán no sólo la aceptación del Portfolio, sino también su posible utilización cuando estos alumnos desarrollen sus prácticas como profesores. Palabras clave: representación social, evaluación de la educación, formación de profesores, enseñanza superior. ABSTRACTThis article is a part of a broader study aimed at investigating if the use of a Portfolio as a means of assessment in an educational environment has been changing the way of thinking about assessment in the field of teacher training. The study is based on authors involved in educational assessment and also on the Theory of Social Representations. The methodology used made possible the processing of a varied set ...
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