O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência de anemia e avaliar a associação de nível de hemoglobina (Hb) com indicadores do estado nutricional e uso de serviços de saúde em uma população idosa (≥ 60 anos). Dos 1.742 idosos participantes da linha de base da coorte de Bambuí, Minas Gerais, Brasil, foram incluídos 1.441 (82,7%). A variável dependente foi o nível de Hb e as independentes foram número de hospitalizações e visitas ao médico nos 12 meses precedentes à entrevista, índice de massa corporal (IMC) e albumina sérica. Foi realizada regressão linear multivariada estratificada por sexo e ajustada por fatores de confusão. A prevalência de anemia foi baixa na população (4,5%), sem diferenças entre sexos e significativamente maior em idosos mais velhos (10,2%). Baixos níveis de Hb foram associados ao maior número de consultas médicas e a menores valores de albumina sérica e IMC em ambos os sexos. O estudo sugere um ciclo complexo entre baixos níveis de Hb, desnutrição e atendimento médico, o que deve ser considerado na estruturação de programas de saúde para idosos.
O objetivo deste trabalho foi examinar a influência de baixos níveis de hemoglobina (Hb) e anemia na mortalidade entre idosos ao longo de dez anos de seguimento (1997 a 2007). Entre os 1.742 idosos participantes da linha de base da coorte de Bambuí, Minas Gerais, Brasil, 1.322 (82,3%) foram acompanhados pelo tempo médio de 8,9 anos. A probabilidade de sobrevida foi estimada pelo método de Kaplan-Meier e o modelo de riscos proporcionais de Cox foi utilizado, estimando-se os hazard ratios (HR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%), considerando-se os potenciais fatores de confusão. Idosos anêmicos e com baixos níveis de Hb (primeiro tercil) apresentaram maior risco de óbito (HR = 2,63; IC95%: 1,83-3,76 e HR = 1,38; IC95%: 1,07-1,79, respectivamente) comparados aos não anêmicos e aos de maior nível de Hb. Os resultados demonstram que a ocorrência de anemia e/ou baixos níveis de Hb (independente do diagnóstico de anemia) devem ser interpretados e tratados como determinante independente da mortalidade nessa população idosa.
Objective To investigate the association between the habit of reading food labels and health related factors in elderly individuals who are members of social groups in the city of Governador Valadares, in the state of Minas Gerais, Brazil. Methods This cross-sectional study interviewed 141 individuals, members of elderly social groups. The socioeconomic and health profile was defined based on sex, age, marital status, educational level, disease occurrence, use of medication, physical exercise and self-perception of health. The habit of reading the food labels was assessed through the question: “Do you read the food label before purchasing or consuming the product?”. In case of an affirmative answer, researchers asked which items from the labels were observed by the individual. Weekly food intake was assessed through a food frequency questionnaire and classified in scores. The anthropometric evaluation was based on the calculation and classification of the Body Mass Index. A multinomial logistic regression was used to determine factors associated with the habit of reading the labels, and it was considered significant when p<0.025. Results The habit of reading labels was reported by 72.3% of the participants, whom predominantly verified the product’s expiration date (90.2%), followed by the amount of fat (18.4%) and sodium (16.7%) in it. This behavior was independently associated with a lower mean consumption of medicines, a lower per capita household consumption of sugar and a higher weekly frequency of per capita whole grain consumption. Conclusion The habit of reading the food labels is associated with a better health condition and with a healthier eating behavior among elderly individuals and it should be considered as an important nutritional strategy in this age group.
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Os idosos frequentemente apresentam doenças que requerem a utilização de vários medicamentos. Assim, estes indivíduos têm maior probabilidade de apresentar problemas relacionados ao seu uso, incluindo reações adversas, automedicação e uso incorreto. O objetivo deste trabalho é relatar as atividades de educação em saúde, com enfoque no uso racional de medicamentos, desenvolvidas com um grupo de apoio à terceira idade conduzido pelo Serviço Social do Comércio (SESC) de Governador Valadares. As intervenções foram feitas através de ações individuais e coletivas conduzidas por professores e estudantes do Núcleo de Estudos da Pessoa Idosa (NEPI) da Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares. Individualmente, os idosos responderam a um questionário estruturado para caracterização do perfil socioeconômico, demográfico, de saúde e uso de medicamentos que contribuiu para direcionar o planejamento das ações coletivas. As atividades coletivas foram realizadas através de jogos de tabuleiro, feiras, oficinas e rodas de conversa que abordaram temas incluindo automedicação; armazenamento e descarte de medicamentos; adesão ao tratamento medicamentoso. A experiência relatada promoveu impacto positivo no conhecimento dos idosos sobre o uso racional de medicamentos que pode contribuir para melhorar a qualidade de vida dessa crescente parcela da população. Além disso, as atividades possibilitaram uma importante troca de saberes que colabora na formação dos estudantes e os tornam mais conscientes às questões relacionadas ao envelhecimento e a saúde dos idosos.
Introdução: A introdução da alimentação complementar de forma adequada e a formação de hábitos alimentares saudáveis são grandes desafios no Brasil, onde muitos alimentos importantes para o desenvolvimento das crianças não lhe são ofertados devido a crenças, tabus e culturas regionais, bem como acesso e disponibilidade. Alguns desses alimentos atuam diretamente na prevenção da anemia ferropriva, como carnes e vísceras, folhas verdes em geral, feijões e gema de ovo. Objetivo: Avaliar a frequência de consumo de alimentos fonte de ferro entre crianças de 6 a 59 meses cadastradas na Estratégia de Saúde da Família. Material e Métodos: Trata-se de estudo transversal realizado com 256 crianças de 6 a 59 meses cadastradas na Estratégia de Saúde da Família de um município no interior do estado de Minas Gerais. Aplicou-se questionário estruturado sobre condições de vida e saúde e frequência alimentar e avaliaram-se dados antropométricos. Utilizaram-se testes de Mann-Whitney e qui-quadrado de Pearson na comparação dos resultados segundo faixa etária da criança, adotando-se p<0,05. Resultados: Os alimentos fonte de ferro mais consumidos foram feijões (79,7%), produtos de padaria (78,9%) e farinhas infantis (29,9%), sendo o consumo dos outros nove alimentos avaliados classificados como raro. Crianças mais velhas apresentaram maior frequência de consumo para vegetais folhosos, carnes vermelhas, aves e ovos, sendo que nas crianças com menos de 24 meses as fórmulas lácteas apresentaram maior frequência, demonstrando introdução tardia dos alimentos fonte de ferro. Conclusão: Foi identificada baixa frequência de consumo dos alimentos fonte de ferro pelas crianças, oportunizando a carência nutricional de ferro, reforçando a importância da orientação da família quanto à diversificação da alimentação da criança de forma a contribuir para a promoção de saúde e prevenção de deficiências como a de ferro.
Objetivo: Caracterizar as condições funcionais de grupos operativos de alimentação saudável e perda de peso e identificar a percepção dos nutricionistas sobre essa ação. Métodos: Realizou-se observação dos grupos quanto às características do ambiente, recursos didáticos e equipamentos antropométricos; e entrevista com nutricionistas quanto à percepção sobre os grupos. Resultados: Os 15 grupos observados, aconteciam em locais com problemas de luminosidade, ventilação, número de cadeiras, privacidade e insuficiência de materiais educativos; a maioria contava com balanças e estadiômetros. Para os 7 nutricionistas respondentes as principais inadequações/insuficiência são: falta de privacidade, barulhos/ruídos, ventilação, materiais educativos e quantidade ou condições dos equipamentos antropométricos. Para a maioria o grupo é eficaz na promoção de melhorias na alimentação, mas não para a perda de peso, sendo a baixa adesão pelos usuários a principal barreira. Conclusão: Tem-se a necessidade de melhorias nas condições funcionais dos grupos, favorecendo o aumento da adesão e sua eficácia.
Introdução: A proposta de rotulagem nutricional de alerta em triângulos tem sido apontada atualmente por diversos pesquisadores e entes governamentais, como a que possibilita melhor compreensão do rótulo pelos consumidores. A referida proposta descreve que informações como excesso de ingredientes ou nutrientes com baixo valor nutricional sejam destacadas nos rótulos por cores e símbolos (triângulo) que chamem a atenção do consumidor. Objetivo: Analisar a compreensão de consumidores sobre o modelo de rotulagem nutricional de alerta em triângulos em comparação com o rótulo atualmente utilizado no Brasil. Método: Estudo transversal, realizado com 108 adultos, abordados aleatoriamente por conveniência, enquanto participavam de duas feiras de saúde, ocorridas em um município mineiro, nos meses de abril e maio de 2019. Os participantes foram entrevistados com base em um questionário que, além de caracterizá-los, buscou investigar seus comportamentos quanto à rotulagem e sua compreensão sobre o modelo de rotulagem nutricional de alerta em triângulo. Foram apresentados dois rótulos de alimentos (biscoito salgado e óleo de soja) elaborados a partir da proposta de triângulos. Os resultados foram analisados por distribuição de frequência e associações entre compreensão do rótulo e características dos participantes (teste qui-quadrado de Pearson). Resultados: Entre os participantes, a maioria era de mulheres, com graduação ou ensino médio. Verifcou-se que 81,00% dos entrevistados compreenderam que o alerta frontal em triângulo indicava os componentes em excesso no alimento e 68,00% que o destaque em amarelo na tabela nutricional indicava excesso de ingrediente. Quando comparados o rótulo usado atualmente e a proposta de rotulagem em triângulo, 88,00% dos entrevistados preferiram a nova proposta. Conclusões: Houve maior aceitação da proposta de rotulagem nutricional de alerta em triângulos em relação ao atual rótulo adotado no Brasil, especifcamente em função da facilidade de leitura e de compreensão do rótulo e do alerta para a quantidade e a qualidade nutricional dos alimentos.
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