No mesmo compasso em que transformações ocorrem na organização do trabalho, estudantes e educadores buscam, além daquelas obtidas dentro da sala de aula, experiências que possam facilitar a aprendizagem. Uma dessas experiências é a participação na Empresa Júnior, um conceito que surgiu com a promessa de ser um laboratório para os estudantes universitários. É nesse contexto que estabelecemos para esta pesquisa o objetivo de identificar e analisar competências desenvolvidas pelos egressos de uma Empresa Júnior sediada em uma instituição federal em Minas Gerais, bem como verificar se as competências constituídas por esses egressos contribuíram para o desenvolvimento de sua carreira profissional. Nossa abordagem é de natureza qualitativa e utilizamos o estudo de caso como estratégia de pesquisa. Para coleta dos dados, entrevistamos egressos de uma empresa júnior do curso de Administração de uma instituição federal, realizamos observação direta nessa empresa júnior e analisamos documentos. Utilizamos a técnica de análise de conteúdo para análise de todo o material coletado. Os resultados apontam que a empresa júnior analisada constitui-se de um espaço para construção de competências, bem como contribui para o desenvolvimento da carreira profissional de seus egressos.
ResumoO objetivo deste artigo é incorporar a perspectiva pós-colonial para compreender a dinâmica dos crimes corporativos. Para tanto, analisamos um crime corporativo cometido por uma corporação transnacional no Brasil, cujas consequências foram, entre outras, a morte de trabalhadores e moradores. Adotamos a abordagem qualitativa para conduzir a pesquisa e realizamos uma pesquisa documental para reunir documentos oficiais sobre os casos analisados e arquivos jornalísticos, o que permitiu a identificação de pessoas para a realização de entrevistas narrativas. Quanto à análise, fizemos uma aproximação da abordagem da grounded theory construtivista, analisando o material empírico a partir da categoria integradora: "Produzindo a morte nas corporações", que foi suportada por três códi-gos caracterizadores: (a) as manobras da corporação; (b) as armas utilizadas; (c) o poder, o consentimento e a resistência. Como principais resultados, desenvolvemos os conceitos de necrocorporação e crimes corporativos contra a vida, apontando para a necessidade de mudança no modo de pensar quanto às relações entre governos, sociedade e corporações. Palavras-chave:Crime corporativo. Necrocorporação. Transnacionais. Pós--colonialismo. Lado sombrio.OrganizatiOns kill: a reflectiOn abOut cOrpOrate crimes Abstract T he aim of this study is to incorporate the post-colonial perspective to understand the dynamics of corporate crime. To do so, we analyze a crime committed by a corporate transnational corporation in Brazil, whose consequences were, among others, the death of workers and residents. We adopted a qualitative approach to conduct research and carry out a documentary research to gather official documents on the analyzed cases and journalistic files, which allowed the identification of people to carry out narrative interviews. We do an approximation of the constructivist grounded theory approach, analyzing the empirical material from the integrated category: "Producing death in corporations", which was supported by three characterizing codes: (a) the corporation's maneuvers; (b) the weapons used; (c) the power, consent and resistance. As main results, we develop the concepts of necrocorporation and corporate crimes against life, pointing to the need for change in thinking about the relationships between governments, corporations and society.
Resumo Nesta pesquisa, conduzimos uma análise retórica com o objetivo de explorar os mecanismos de desengajamento moral utilizados pela Samarco no caso do crime ocorrido com a quebra de uma barragem sob sua administração, em novembro de 2015, em Minas Gerais. O corpus de pesquisa submetido à análise retórica constitui-se de publicações contendo declarações da empresa e de seus representantes sobre o caso em questão. Como resultados, mostramos que a Samarco utiliza-se de três mitos na sua retórica: (a) Nós estamos fazendo o que deve ser feito; (b) Nós não colocamos a sociedade e o meio ambiente em risco; e (c) A culpa não é nossa. Esses três mitos são recursos representativos do desengajamento moral (Bandura, 1999) da empresa para cometer um crime corporativo. Nossa análise identificou três mecanismos: deslocamento de culpa; minimização e distorção das consequências; e rotulagem eufemística.
Nesse artigo, nosso objetivo é explorar a construção e o delineamento de escândalos de corrupção pela mídia no caso da Operação Lava Jato, que tornaram a Petrobrás protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil. Nossa análise foi feita na cobertura dada, na versão online, de duas publicações brasileiras (Folha de S.Paulo e Revista Veja) em uma grounded theory na vertente construtivista. Como resultados, analisamos o caso estudado em quatro elementos da teoria dos escândalos, e identificamos dois mecanismos discursivos utilizados pela mídia analisada. O primeiro desses mecanismos atua na dimensão do evento, colocando inicialmente a Petrobrás no centro do escândalo, e o outro configura a natureza política do mesmo. Propõe-se que a mídia articula discursos de modo a construir sentidos.
ResumoNeste artigo, abordamos a questão de gênero tendo por base o feminismo pós-colonial. Nosso objetivo é analisar as configurações de gênero em uma lavanderia comunitária localizada no interior de Minas Gerais, na qual trabalham apenas mulheres sob a liderança de uma mulher negra e pobre. Recorremos ao pensamento pós-colonial, especificamente às reflexões sobre a subalternidade feminina em Mohanty (1984), Spivak (1988) e Suleri (1992. O esforço dessas autoras para compreender a dinâmica de gênero traz à tona questões pouco observadas pelas teorias tradicionais, principalmente as de caráter dual que abordam gênero como uma simples relação entre sexos. Por sua vez, o pensamento pós-colonial apoia-se nos conceitos de subalternidade, não lugar e outros para refletir sobre os sujeitos pós-coloniais que falam por meio de representantes cuja legitimidade se dá pelo lugar, e não pela fala em si. Como método, utilizamos a técnica shadowing para acompanhar o cotidiano de trabalho da gestora dessa lavanderia e identificar a dinâmica de gênero que emerge das suas interações cotidianas. Como resultados, apresentamos as configurações das relações de gêneros, as quais consistem em nossas interpretações, que são, portanto, subjetivas, das práticas discursivas que emergiram durante o cotidiano de Cida, a gestora shadowed na lavanderia. Palavras-chave:Subalternidade. Feminismo pós-colonial. Shadowing. AbstractIn this paper, we approach the gender issue from a postcolonial feminist perspective. Our aim is to analyze gender setups in a launderette located in the countryside of Minas Gerais, where only women work under the leadership of a poor black woman. We relied on the postcolonial thought, specifically on reflections about the inferiority of women in Mohanty (1984), Spivak (1988), andSuleri (1992). The efforts of these authors to understand the gender dynamics brings up issues which are rarely observed by traditional theories, especially those with a dual nature addressing gender as a simple relationship between the sexes. In turn, the postcolonial thought leans on the concept of subordination, noplace, and other ones to reflect upon the postcolonial subjects who speak through representatives whose legitimacy is 1 Doutor em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas/EAESP; Professor associado da FUCAPE Business School. Endereço:
Escândalos de corrupção envolvendo as diferentes esferas do poder público, assim como o poder privado, têm se tornado comum nos meios de comunicação. Além dos impactos políticos e socioeconômicos da corrupção, uma questão relevante para os estudos sobre o tema se refere a sua racionalização. Nesta pesquisa, nosso objetivo é explorar as justificativas para participação em esquemas de corrupção apresentadas por denunciados como forma de racionalização de seu envolvimento. Para isso, conduzimos uma pesquisa qualitativa com base intrepretativista, analisando o conteúdo de dez entrevistas concedidas por envolvidos em escândalos de corrupção no Brasil, nos anos de 2013 a 2016. A análise apontou certa similaridade no discurso utilizado pelos envolvidos, permitindo a constatação de categorias nas quais estes se enquadram (negação de responsabilidade, a negação de dano, as ponderações sociais, a negação do ato, a metáfora do equilíbrio e a postura cínica). Os resultados apontam que a partir de um questionamento, cada um dos envolvidos expõe sua versão do fato criando pontos em comum em seus discursos, que parecem surgir como resultado das interações e articulações sociais que os envolvem, contribuindo para um cenário favorável à perpetuação de corrupção nas organizações. A contribuição teórica desta pesquisa para os estudos organizacionais está em compreender a racionalização dos indivíduos para a perpetuação de um fenômeno não raro nas organizações, porém, ainda pouco explorado.
Resumo Neste artigo promovemos um diálogo entre a sociologia da corrupção e a sociologia dos escândalos objetivando identificar e analisar discursivamente os repertórios interpretativos das revistas Veja e Carta Capital sobre os escândalos de corrupção, especificamente na Operação Lava-Jato, em seu primeiro ano após a deflagração. Nós conduzimos uma pesquisa documental com abordagem qualitativa, reunindo reportagens sobre o caso em análise, e identificamos os três principais repertórios interpretativos das duas revistas. Os resultados apontam que a revista Veja constrói o escândalo com o intuito de fazer oposição frente ao partido de situação da época, o Partido dos Trabalhadores (PT). Já a Carta Capital tenta descontruir o escândalo defendendo que a mídia deveria apenas informar o leitor e não ser partidária de modo a influenciar o leitor eleitor.
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