Este artigo tem por objetivo analisar o projeto gráfico-editorial da obra Se eu abrir esta porta agora... (2018), de Alexandre Rampazo, de modo a compreender o alcance dos efeitos de sentido na relação entre forma e conteúdo. Desse modo, pretendemos observar como o projeto gráfico do livro, ao materializar a abertura das portas, de diferentes maneiras, indicia distintas perspectivas de leitura, conforme o modo como, ou de que lado, são abertas as tais portas. O projeto gráfico do livro citado faz uma emulação das portas que podem se abrir de diferentes maneiras ao leitor, revelando também distintas perspectivas de leitura, de acordo com o lado em que tais portas são abertas. A metáfora da porta sugere uma aventura escondida em cada uma delas, as quais podem ser abertas, desvelando mistérios, desejos, medos e inúmeras surpresas. Ganhador do Prêmio FNLIJ 2019, nas categorias Criança e Projeto-Editorial, o livro se destaca pelo caráter inovador e inusitado, oferecendo ao leitor uma proposta divertida pelo universo paralelo tecido entre a realidade e a ficção, encorajando-o a enfrentar seus medos e ter coragem para abrir cada porta e, consequentemente, a viver uma nova experiência literária.
Em Aos 7 e aos 40 (2013), romance de João Anzanello Carrascoza premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), há uma estrutura complexa, com destaque para o papel que os diferentes narradores e focos narrativos assumem e os efeitos de sentido resultantes dessa elaboração formal. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo analisar a construção dos narradores e focos narrativos do romance supracitado, a fim de demonstrar a função que desempenham ao longo do enredo e em que medida contribuem para desafiar o jovem leitor.
Este artigo tem como objetivo analisar a narrativa juvenil intitulada Minuano, de Tabajara Ruas, sob a perspectiva da metaficção historiográfica, de Linda Hutcheon (1991). Na obra, o escritor sul-rio-grandense realiza uma releitura da Guerra dos Farrapos, conferindo voz e vez aos silenciados pelo discurso da história oficial. Pretendemos, então, evidenciar elementos da metaficção historiográfica construídos ao longo do enredo e de que maneira a obra pode contribuir para a formação do leitor crítico, capaz de refletir sobre si e o mundo que o cerca.
Este artigo tem por objetivo analisar como ocorre a dominação masculina sobre a protagonista do romance Desmundo (1996), de Ana Miranda, e quais os meios a personagem encontra para resistir à submissão que lhe é imposta e (re)construir a sua identidade em meio ao sistema patriarcal. Além disso, salienta-se o importante papel ocupado pela obra na medida em que demonstra a época do Brasil Colonial através da perspectiva feminina. Para isso, toma-se como aparato teórico Bourdieu (2005), Bauman (2005), entre outros autores.
O presente trabalho tem o intuito de analisar de que forma se estabelece o exílio, a exiliência e a (re)construção identitária em Desmundo (1996), obra de Ana Miranda. O romance propõe uma nova visão sobre a história do início da colonização no Brasil. A protagonista da narrativa, Oribela, uma órfã portuguesa, é enviada à colônia, junto a mais seis meninas, incumbidas de se casarem com os colonos desbravadores do novo mundo. A jovem é uma imigrante insatisfeita com o seu deslocamento da Europa para a América Latina e com o destino predeterminado para sua vida, em um espaço desconhecido, que se configura como um desmundo. Oribela é uma das personagens da obra que vivencia o exílio, experiência que lhe oprime, mas que ao mesmo tempo lhe impulsiona a lutar por seus ideais. Por meio das situações vividas e das relações interpessoais que a personagem desenvolve ao longo da narrativa, Oribela tem a chance de (re)construir a sua identidade, que se encontra fragmentada devido ao desenraizamento espacial e cultural. Assim, as experiências se tornam significativas para que a órfã encontre, novamente, a si mesma. Perante o exposto, este trabalho tem como principal suporte teórico, crítico e analítico os estudos de Edward Said (2001), Alexis Nouss (2016), Zygmunt Bauman (2005) e Stuart Hall (2006).
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