ResumoO estudo tem a finalidade de analisar aspectos que, quando presentes nas condições e relações de trabalho de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), podem relacionar-se ao desencadeamento de sofrimento psíquico nestes profissionais e, consequentemente, impedir que tenham uma postura profissional ativa e mediadora, tanto para a garantia do direito à saúde quanto para a operacionalização dos serviços de saúde. Para o delineamento conceitual e caracterização do fenômeno estudado, recorreu-se ao corpus de conhecimentos produzidos por Dejours, que ofereceu, nas últimas décadas, importantes contribuições para a compreensão da Psicodinâmica do Trabalho e suas consequências. A pesquisa foi realizada durante uma intervenção em unidade de saúde da Estratégia Saúde da Família do município de Rondonópolis (MT); para a coleta de dados foram realizados os seguintes procedimentos: grupos de conversa e entrevistas abertas com agentes comunitários de saúde, observação do trabalho que realizavam e entrevistas abertas com a população usuária das unidades. A apreciação dos resultados partiu do registro cursivo e análise dos discursos captados durante as atividades e foi feita por meio de categorias, que foram analisadas. Considerou-se que há situações que caracterizam a sobrecarga de trabalho do ACS em vários âmbitos. Duas consequên-cias foram apontadas, uma relacionada com a perda das especificidades da profissão, o que parece levar ao desvirtuamento das atribuições profissionais, e a outra associada à insalubridade das condições e relações de trabalho. Ambas parecem estar relacionadas com a produção de sofrimento psíquico nos agentes comunitários de saúde, o que pode ser minimizado com maior empoderamento destes profissionais.
ResumoO tenso encontro entre infância/adolescência e sexualidade é questão fundamental do presente trabalho. Neste sentido, pretende-se analisar de que modo instituições de atendimento que lidam com o público infanto-juvenil se posicionam frente à garantia dos direitos sexuais e reprodutivos destes sujeitos. As reflexões apresentadas foram construídas a partir de um recorte de situações vivenciadas em duas pesquisas de campo, realizadas em instituições de educação e saúde. Os excertos analisados sugerem que há uma dificuldade em se garantir, nas práticas institucionais, os direitos sexuais de crianças e adolescentes (e reprodutivos destes últimos), visto que há uma indiferenciação entre sexualidade e genitalidade, representação esta que afeta a compreensão dos limites entre autonomia e proteção. Compreende-se que para que se possa efetivar a garantia destes direitos é necessário que crianças e adolescentes participem desta construção teórico-prática.Palavras-chave: direitos sexuais; infância; adolescência; sexualidade; autonomia. Abstract Sexual rights of children and adolescents: advances and obstaclesThis study is aimed to carry out discussions over the tense encounter between childhood/ adolescence and sexuality. The goal is to analyze in what way supporting care institutions for tee-nagers assure them their sexual and reproductive rights. The reflections we bring to attention were built from two field researches, conducted in education and health institutions. The analyzed data suggests that, in practical terms, it is difficult to ensure sexual rights of children and sexual and reproductive rights of teenagers, given that there is no differentiation between sexuality and genitality. This representation affects the understanding of the limits between autonomy and protection. It is understood that, to ensure these rights effectively, children and teenagers should participate in building a theoretic-practical concept.
Resumo Atualmente o Brasil se encontra em um cenário preocupante em termos de violações de direitos, sobretudo no que se refere às minorias sexuais. Tendo em vista que tal cenário produz intenso sofrimento, é importante que se construam espaços de pesquisa, discussão e reflexão que possam trazer maior densidade e visibilidade às problemáticas sociais que envolvam gênero e sexualidade. Neste sentido, este estudo, marcado pela perspectiva genealógica de Foucault, trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, cuja análise deu-se por meio de um estudo quantitativo, que foi construído a partir da análise das bases de dados SciELO, LILACS e Lattes. Tal análise teve por objetivo apontar como as temáticas relacionadas ao gênero e à sexualidade são abordadas nas produções das ciências humanas, especialmente na Psicologia. Diante dos resultados, constatou-se que a ciência psicológica não é uma das áreas mais envolvidas com o tema. No entanto, vale salientar que os estudos da Psicologia encontrados apontam para uma análise mais crítica e que aposta na produção dos sentidos, distanciando-se de uma perspectiva mais positivista.
A ideia de proteção à infância, sobretudo quanto às violências sexuais, é uma construção social recente e o enfrentamento desse fenômeno é um desafio na contemporaneidade. Por outro lado, ainda existe uma resistência em compreender crianças como sujeitos de direitos e, por isso, há uma má interpretação dos seus respectivos direitos sexuais. Percebemos assim que, visando garantir a proteção, muitos dos direitos de crianças são violados. Buscamos então, com essa revisão bibliográfica, aprofundar o conceito de abuso sexual infantil numa perspectiva de gênero, além de enfatizar as implicações dos atravessamentos de uma cultura machista, racista e adultocêntrica na relação abusiva, bem como no seu silenciamento.
Este trabalho, de cunho qualitativo, teve como objetivo pensar as diversas formas de elaboração e expressão do religioso entre os jovens contemporâneos. Levando em consideração que este momento histórico se caracteriza por uma fragmentação, expansão, divulgação e profusão do religioso pelo mundo, constata-se que a época atual é marcada pela manifestação de um sincretismo religioso que nos interessa compreender e investigar. A partir daí surgem questões como: Qual seria então o significado das manifestações religiosas diversas? Como os jovens justificam suas crenças? Em que medida as práticas religiosas estão submetidas às estratégias da cultura massificada? Em que contexto as práticas religiosas podem ser compreendidas como modos de organização social com intenções políticas definidas em função de uma coletividade? Assim, por meio de “oficinas de debate”, os jovens entrevistados puderam se posicionar em relação às questões anteriormente mencionadas. Com este trabalho, concluiu-se que, para os jovens, há uma diferença entre a noção de religião e a noção de espiritualidade, sendo esta última representante de uma experiência de transcendência que não necessariamente depende da mediação institucional. Além disso, os jovens entendem que o contexto de globalização produz impactos na dimensão religiosa, produzindo extremo fechamento de algumas religiões ou a abertura de discursos religiosos mais sincréticos.
Buscamos, neste artigo, analisar os discursos escritos, e encaminhados por psicólogos, denunciados à Comissão de Orientação e Ética em denúncias e/ou processos éticos, tramitados no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro. Nosso objetivo, ao problematizar práticas/discursos veiculados pelos psicólogos denunciados em seu conselho de classe, consiste em colocar em análise alguns argumentos, lógicas e premissas que atravessam os discursos desses profissionais num momento em que sua atuação/intervenção é questionada. Pautadas nas contribuições de Foucault, Bakhtin, Guattari e outros teóricos, as autoras em suas indagações transpõem o universo do psicólogo denunciado levantando discursos/práticas para além dos argumentos desses profissionais, colocando em cena a própria constituição da comissão de orientação e ética. Esse trabalho, de modo algum, pretende expor, rechaçar ou mesmo intimidar colegas de profissão, mas contribuir por meio de reflexões para a construção de uma psicologia mais comprometida com a população, ao tentar desconstruir conceitos e pilares que ainda sustentam uma psicologia dita neutra, objetiva e científica e, por efeito, psicólogos descontextualizados.
A Síndrome de Morris ou Síndrome de Insensibilidade Completa ao Androgênio é a doença gerada por uma alteração genotípica, onde o fenótipo é feminino e o cariótipo masculino (46, XY). Objetivo: Analisar a Síndrome da Insensibilidade Androgênica, numa perspectiva biopsicossocial, por meio de estudo de caso. Metodologia: Foi realizado um estudo longitudinal prospectivo de caso de uma paciente portadora da Síndrome de Morris, em Mineiros, Goiás. O suporte teórico da pesquisa foi levantado a partir das bases de dados: LILACS, PubMed, Web Of Science e Scielo. Resultado: a partir da análise dos exames laboratoriais, constatou-se que, possivelmente, a síndrome genética apresentada se assemelha mais com a insensibilidade parcial aos androgênios (PAIS) do que com a Síndrome de Morris. Considerações finais: constatou-se que está preestabelecida uma conduta para atender as necessidades da paciente com PAIS a partir dos 16 anos com reposição hormonal, bem como a ginecoplastia, caso seja do seu desejo. Portanto, percebe-se que é um caso em que as evoluções biológicas e sociais são trabalhadas de forma gradual e que os resultados virão a partir de um acompanhamento transversal e multiprofissional.
O artigo aborda a presença das imagens técnicas na produção do conhecimento, problematizando o uso do recurso da videogravação em pesquisa acadêmica. Vale-se, para tanto, da articulação das reflexões acerca da linguagem desenvolvidas por Walter Benjamin (1892-1940) e Mikhail Bakhtin (1895-1975) à análise da produção teórica e cinematográfica de Pier Paolo Pasolini. Constata-se que o universo cinematográfico oferece subsídios para a utilização da imagem técnica na pesquisa em ciências humanas, ensejando a criação de narrativas imagéticas.
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