A Economia Solidária envolve diversas formas de organização pautadas na autogestão e na cooperação e, a entendemos enquanto uma alternativa para os (as) trabalhadores (as) quebuscam nela as condições para conseguirem uma nova perspectiva de trabalho e de renda. As lógicas cooperativas e solidárias, nesse sentido, inserem-se de maneira diferente no território, modificando seu uso. Nessa perspectiva, combinam-se os usos e acirram-se as disputas, de um lado, os agentes hegemônicos, de outro, os Empreendimentos Econômicos Solidários que buscam, através de ações de resistência, reproduzir-se frente as adversidades encontradas. Dessa forma, buscamos compreender o uso do território a partir das ações em rede da RedeXique-Xique o ambiente institucional da Economia Solidária no Rio Grande do Norte e analisar o Círculo de Cooperação contra-hegemônico constituído a partir das práticas solidárias.
construíram a sua identidade. Apesar da existência de parentes no assentamento e da importância destes na percepção das famílias, a identidade maior com o PA se afirma pela conquista da terra e da possibilidade de produzir no que é "seu", que se materializa no gostar de morar e no desejo de continuar morando no PA.
As raízes históricas de formação do Brasil estão assentadas sobre bases agrárias e a agricultura sempre teve importância fundamental na economia nacional e na reprodução do poder político no cerne do Estado brasileiro. Nesse sentido, a forma de organização da agricultura e o processo de desenvolvimento brasileiro resultam do sistema de privilégios posto a serviço do capital agromercantil, desde o período colonial. A partir do final da ditadura militar, em 1984, a oligarquia rural brasileira cria a União Democrática Ruralista e passa a ter as campanhas de seus representantes financiadas por empresas dos setores mais lucrativos do agronegócio. De acordo com dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (2011-2015), 149 deputados federais e 18 senadores integram a bancada ruralista, perfazendo 29% da Câmara e 22% do Senado, na legislatura de 2010-2014. Na legislatura 2015-2018, a bancada ruralista possui 222 parlamentares, sendo 201 deputados e 11 senadores, correspondendo a 39% da câmara e a 13% do Senado,o que garante a aprovação de Projetos e Leis que atendam aos interesses dos agentes hegemônicos do agronegócio brasileiro.
Para milhares de camponeses brasileiros, a luta por terra representa uma jornada de sobrevivência e reprodução familiar, uma vez que essa luta se estende na busca de condições favoráveis à reprodução simples ou expandida da família. Foram utilizados dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, de Sergipe (INCRA-SE). Contrastamos informações encontradas em 2009 com a realidade apresentada em 2018. Os resultados mostram que o Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) precisa atuar em dois níveis igualmente importantes e complexos: tomar medidas para garantir o acesso à terra a milhares de trabalhadores rurais, assim como as condições necessárias para que essas famílias retomem suas vidas nos assentamentos. Os dados mostram que o número de famílias que ainda não tiveram acesso à terra (acampadas ao redor do latifúndio e nas margens de rodovias, ou marginalizadas nas cidades) é maior do que o número daqueles que atingiram a condição de assentados.
Este artigo tem como objetivo analisar os principais impactos gerados pela expansão do circuito espacial produtivo de celulose em Selvíria. A partir dos procedimentos metodológicos realizados, constatou-se que o circuito espacial produtivo de celulose causa efeitos na cidade e no campo. Na cidade, as consequências estão ligadas, principalmente, à movimentação de trabalhadores nos hotéis e restaurantes, à alteração na estrutura ocupacional da mão de obra e à circulação de ônibus e caminhões de empresas ligadas ao circuito analisado. Entretanto, as principais repercussões ocorrem no campo, especialmente nos assentamentos da reforma agrária. Se por um lado os assentados são beneficiados pelas ações compensatórias realizadas pelas companhias fabricantes de celulose, por outro sofrem diversos impactos, como a deterioração das estradas rurais, a poeira gerada pelo tráfego intenso de veículos, a invasão de pragas, a contaminação das lavouras por agrotóxicos aplicados nos eucaliptais e a redução dos cursos d’água.
O objetivo desse artigo é compreender como o discurso agroecológico tem sido apropriado pelo capital, mercantilizado por meio da agricultura orgânica ressignificada (capitalizada, empresarial), que segue à lógica de mercado, igualmente à agricultura tecnificada/quimificada. Assim sendo, busca-se também entender como a informação está atrelada à agricultura orgânica sob o ponto de vista político e técnico, no atual período. Para tanto, foram adotados como procedimentos metodológicos, a análise da bibliografia, que aborda esse tema e a análise de dados de fontes secundárias. Dessa forma, este trabalho vem contribuir para compreensão das estratégias do capital voltadas para produção e reprodução ampliada do capital, a partir do discurso da preservação ambiental, da defesa das práticas agrícolas agroecológicas atreladas aos sistemas de comunicação e informação somado aos processos normativos de certificação e de conduta produtiva.
Palavras chave: Discurso agroecológico, sistemas de informação e comunicação, Agricultura Orgânica ressignificada.
Este artigo objetiva evidenciar a importância do lugar para a estruturação e a expansão do circuito espacial produtivo de celulose em Mato Grosso do Sul. Para isso, serão apresentados oito fatores que comprovam essa ideia. Entende-se que a baixa densidade técnica das atividades agropecuárias pré-existentes, a disponibilidade de terras de menor preço, a concentração fundiária, a mão de obra barata, a pré-existência de uma base florestal, a localização geográfica, a disponibilidade hídrica e, principalmente, a atuação do Estado são fatores que, em conjunto, possibilitaram a estruturação e a expansão do circuito espacial produtivo de celulose no estado pesquisado, evidenciando a importância do lugar para os estudos sobre os circuitos espaciais produtivos.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.