O artigo apresenta uma crítica das mudanças pelas quais o Ensino Médio está passando, presididas pelo empresariado organizado em think tanks de política e trabalho social educativo. O protagonismo juvenil e o empreendedorismo, que estão no núcleo da reforma e das propostas curriculares flexíveis, em conjunto com os projetos de vida e as habilidades socioemocionais, são estudados a partir das respostas do empresariado às ocupações secundaristas e, sobretudo, pela análise da experiência precedente da educação não formal da juventude periférica organizada por tais institutos e fundações sociais de formação. Conclui-se com a análise da educação estrategicamente transformada em mecanismo de gestão e contenção dos conflitos sociais, além de disciplinamento para o trabalho precário.
RESUMO: Este artigo trata das recentes jornadas de lutas protagonizadas por estudantes secundaristas, em particular o movimento de ocupação das escolas estaduais paulistas, ocorrido no final de 2015. Pretende-se analisar em largos traços o contexto político, econômico e educacional em que tais embates se inserem, bem como refletir sobre seus potenciais formativos e organizativos, considerando a forma e os conteúdos da ação dos secundaristas à luz da crítica aos modos dominantes de educação. Este estudo teve por esteio dados de observação e conversas informais travadas durante visitas a escolas ocupadas, análise de produções culturais e episódios emblemáticos desenvolvidos pelos estudantes no interior de suas lutas, além de reportagens jornalísticas e trabalhos acadêmicos.Palavras-chave: Educação formal. Lutas sociais. Movimento de secundaristas. Ocupações de escolas. Schools in struggle, political educationABSTRACT: This article discusses the recent days of fighting enthralled by high school students, in particular the movement of occupation of the São Paulo state schools, which occurred at the end of 2015. We intend to analyze in broad terms the political, economic and educational context in which such conflicts are fall lie and to reflect on its formative and organizational potentials, considering the form and the contents of the students actions in the light of the criticism of the dominant modes education. Such study will be based on data observation and informal conversations established during visits to occupied schools, on analysis of cultural productions and emblematic episodes developed by students within their struggles, and on journalistic news and academic papers.
This article investigates the original meanings of the term popular education in Latin America, whose polysemy acquired along the historical process imposes inaccuracies and obstacles to the educational debate. The guiding thread of the article is an interview with Carlos Rodrigues Brandão, for whom popular education is the work and militancy of a “thinking community”, which aims at a revolutionary process, whose liberation is the first matter of an education that is not characterized only by addressing the popular class. The origin of this tradition in the context of the 1960s, first in the effervescence of Latin American popular movements and revolutions, and then organized as resistance and fight against dictatorships, places this popular education as an insurgent practice, of organization and confrontation against the State. The text is one of the results of a research carried out through historiographic and bibliographic study, as well as interviews and conversations conducted with popular educators.
Resumo O presente artigo apresenta uma pesquisa que tomou como hipótese uma interpretação crítica da história da educação não formal no Brasil, que aborda seu surgimento ligado a um projeto conservador para mitigar a força da educação popular no período da Ditadura Civil Militar. A investigação partiu de tais indícios e de uma proposta metodológica da sociologia política que se refere ao estudo das formas sociais hegemônicas para buscar elos de tal processo na história da educação não formal. A exposição que segue apresenta os resultados de uma investigação com base em pesquisa bibliográfica e documental. De um lado, tal processo é especificado pela substituição dos programas de educação de adultos desenvolvidos no início dos anos 1960, no bojo dos movimentos de cultura popular, que tinham Paulo Freire como referência, pela instituição do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização). De outro lado, o exame dos documentos da UNESCO, sobretudo a partir dos textos de Philip Coombs, considerado o pioneiro no uso do termo educação não formal, como recomendação para superação da crise na educação. Em ambos os movimentos, o nacional e internacional, é possível identificar a gênese dessa forma social que se configura pela associação entre Estado, entidades privadas e sociedade civil. Essa forma altera os agentes e as finalidades de uma educação voltada às classes populares. A prevalência dessa forma social apresenta-se em outros momentos-chave da história da educação não formal, sobretudo na década de 1990, com o crescimento do terceiro setor, das ONGs e das fundações e institutos empresariais.
A presente pesquisa analisa os desafios da área educacional no Município de Campinas em relação ao advento das crescentes solicitações de refúgio por parte de famílias sírias que trazem consigo as suas crianças. Para tanto foi realizado um mapeamento por meio de uma aproximação, já em curso com educadores, educandos e suas famílias sírias, gestores de escolas públicas, líderes de organizações não governamentais e outros agentes, objetivando investigar as consequências da aplicação ou da falta de aplicação de políticas nacionais e internacionais destinadas às crianças que chegam em território brasileiro com uma grande necessidade de proteção. Em conjunto com a análise das leis, a pesquisa busca compreender as principais demandas requeridas e adversidades enfrentadas nesta nova realidade que se impõe no cenário atual, no município de Campinas.
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