ResumoA perspectiva histórico-cultural considera a capacidade de significação como condição especificamente humana. Nesta pesquisa, investigaram-se processos de significação em bebês, em suas relações afetivas e vínculos. Conduziram-se estudos de casos múltiplos, exploratórios, longitudinais, em contextos diversos (casa, creche, abrigo). A análise desdobra-se de videogravações e entrevistas, com foco no comportamento de choro/incômodo. Verificou-se que significações e práticas dirigidas aos bebês variavam (busca insistente pelo sorriso; atenção e cuidado; consolo à distância). Em função dos vínculos/contextos, significações eram vivenciadas através da intercorporeidade bebê-parceiros, estes últimos sendo tanto adultos, como pares de idade. No drama das relações, concretizavam-se significados sobre a posição do bebê naquele espaço, papel a ser assumido e o esperado da criança, exigindo recursos diferenciados da mesma. A direção da construção de significados dependeu de contexto/interação. Significando e sendo significada pela emoção e corporeidade, na relação bebê-ambiente, a criança constrói significações enraizadas na cultura, constitutivas da sua subjetividade. Novos estudos são requeridos. Questões são levantadas para debate no cuidado infantil. Palavras-chave:Bebê, Significação, Contexto, Vínculo, Afetividade. The infant and his/her meaning construction within diverse affective relations and cultural contexts AbstractCultural-historical perspective considers signification processes as a specifically human condition. Thus, signification processes were investigated through infants' affective relations and bonds. Exploratory multiple case studies were conducted, longitudinally, within diverse contexts (home, daycare center and foster institution). Analysis unfolded from videotapes and interviews, focused on infants' crying/annoying behavior. It was verified that significations and practices varied largely (searching for a smile; attention and care; distant comforting). Depending on bonds, significations were experienced through infant-partner intercorporeality, partners being either adults or peers. Within relational drama, significations were materialized regarding infant's position, his/her role and expectations, requiring differentiated means. The direction of the signification construction depended on contexts/interactions. Attributing meanings and being signified through emotion and embodiment, throughout infant-environment relation, the child constructs significations rooted on culture, which are constitutive of their subjectivities. New studies are required. Issues are raised regarding infant care.
Considerando relações no primeiro ano de vida, a abreviação da comunicação é entendida como processo em que elementos negociados aparecem, gradativamente, de forma abreviada nas interações. Esse processo tem sido estudado, fundamentalmente, em relações mãe-bebê. Objetivou-se, assim, verificar abreviação em relações de bebês com pares de idade. Baseou-se em videogravações de bebês em creche. Os sujeitos são um casal de gêmeos (11m) e seus parceiros preferenciais (9-14m). Episódios interativos foram transcritos e analisados microgeneticamente. A abreviação foi identificada nos comportamentos dos bebês, sendo diferenciada nas várias díades. Dependeu do parceiro e das formas de coconstrução das relações e dos recursos de negociações (choro, olhar, balbucios) utilizados entre eles, ao longo do tempo e situações. Implicações teóricas e práticas são apontadas.
À minha família: Álvaro, Mara, Natalia, Henrique e Elisson, eternos parceiros e companheiros de todos os momentos! Pessoas muito amadas e queridas, que tanto contribuíram para este percurso! Meu eterno agradecimento pela grande oportunidade de estarmos juntos! À Katia de Souza Amorim, querida orientadora e grande parceira! Obrigada pelos anos valiosos de convivência que têm me ensinado tanto sobre ética, amizade, respeito e dedicação à vida acadêmica!
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