P ois é isto, meus irmãos, minhas irmãs, para obtermos as normas de obstinação, as normas da completude, as normas da completude para que nós chegássemos à completude nós nos erguemos no esforço. Como deveremos nos conduzir à verdade? O que disse, na verdade, Nhande Ru Papari? Como ele viveu, na verdade? Como Nhande Ru Papari, para o seu próprio futuro tão bem soube, na verdade? Conformemente a isso, de novo vamos nos conduzir meus irmãos, minhas irmãs. Graças a isso já nos erguemos no esforço com o bastão-insígnia que Nhande Ru Caraí Ete concebeu Nós o brandimos, nós nos abaixamos, nós nos reerguermos, nós-os eleitos. Palavras dos últimos dentre os eleitos fragmento l-Quantos Eram? Quantos São? Pierre Clastres reconta os Guarani do passado. Ele discute a difícil questão da demografia indígena e em absoluto não concorda com as cifras até então calculadas, do mesmo modo como outros antropólogos mais recentes não concordam com as dele. Seriam muito mais, pouco anos antes do início da conquista, estes índios do Sul, * Documento preparado para o Programa de Investigação: Palavra e Obra no Novo Mundo: Imagens e Ações Interétnicas. Trujillo, Espanha, Dezembro de 1988. ** Carlos Rodrigues Brandão é professor do Departamento de Ciências Sociais da Unicamp e da FFLCH/USP. É autor de Identidade e Etnia (São Paulo, Brasiliense, 1986); Festim dos Bruxos (São Paulo, Ícone/Unicamp, 1987) e A Cultura na Rua (Campinas, Papirus, 1989). (1) Clastres, Pierre, A Sociedade Contra o Estado, p. 48. (2) Era este Ñande Reko, o " nosso modo de ser na antiga nação Guarani, a maneira peculiar de afirmação de diferenças, não apenas como uma identidade construida, metáfora do " ser Guarani", mas como a realidação deste ser através do cumprimento de princípios vitais, cotidianos da vida tribal. Ver o sentido desta expressão em Meliá, Bartolomé: