A velhice tem várias facetas e preconceitos associados ao que representa. Nosso objetivo é refletir acerca das peculiaridades relacionadas ao fenômeno ser velho e seus impactos no sujeito, destacando o lidar com o desencontro entre o inconsciente atemporal e o corpo envelhecido, chamado de envelhescência. Partimos do pressuposto que os discursos que normatizam o corpo tomam conta da vida simbólico-subjetiva do sujeito, não deixando espaço para a construção de uma narrativa individual.
RESUMOReflexões sobre a maneira como lidamos com o envelhecimento, com os sinais da passagem do tempo e com a finitude, são colocadas em cena neste artigo. A morte, na sociedade ocidental dos tempos atuais, tem sido, frequentemente, tratada com negação e com evitação. De modo que o envelhecer, como sua antessala, é muitas vezes associado a estereótipos de obsolescência, devendo ser evitado ou camuflado. As repercussões do desencontro entre uma subjetividade imortal e um corpo envelhecido podem estar ligadas a vivências de sofrimento que não vêm encontrando amplos espaços de expressão e acolhimento em uma sociedade atravessada pelo imperativo da felicidade, pela espetacularização, pelo culto da performance e pela patologização e medicalização da tristeza. Os autores encontraram -no diálogo com obras artísticas da literatura, da escultura e da fotografia -a possibilidade de pensar alguns dos sentidos do envelhecer e da finitude na contemporaneidade. Palavras-chave: tempo, envelhecimento, morte, desamparo. ABSTRACTReflections on how we deal with aging, the signs of passage of time and the notion of finitude, are put into scene in this article. Death has been treated with denial and avoidance in the modern Western society. The aging process, as his anteroom, is often associated with stereotypes of obsolescence, so that must be avoided or hidden. The repercussions of the mismatch between an immortal subjectivity and the aged body may be linked to experiences of suffering that doesn't find an ample place for expression and acceptance in a society crossed by the imperative of happiness, the spectacle, the cult of performance, the pathologizing and
Neste trabalho temos como objetivo analisar a síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem verificando como que esta acarreta em prejuízo ao profissional de enfermagem. A partir disso foi realizada uma pesquisa de revisão de literatura, sendo utilizados como base de estudo as bases de dados eletrônicos: Scielo, Bireme e Google acadêmico. Como resultados, verificamos que a síndrome de Burnout tem acometido cada vez mais profissionais da enfermagem devido, principalmente ao contexto no qual ele está inserido, gerando altos índices de absenteísmo, acidentes, doenças, conflitos, abandono e desinteresse, verificados em todos os níveis do processo de trabalho, dessa forma, cabe o estudo de novas pesquisas, principalmente na atual conjuntura da pandemia da COVID-19 em que perpassa o mundo, sendo importante investigar como os profissionais de enfermagem tem sido afetados psicologicamente tanto pelo o excesso de trabalho quanto pela tensão de exposição pessoal e de seus familiares ou ainda pela a impotência diante do enfrentamento da doença.
RESUMOO presente texto faz uma reflexão teórica, de caráter exploratório, acerca da obesidade na contemporaneidade. Elenca as principais políticas de controle e modelagem do corpo, desde a modernidade, até os dias atuais, dando relevância à moralização da beleza. Também analisa os novos ditames sociais, capitaneados pela midiatização da imagem, através dos espaços digitais, levando à superexposição dos corpos e das formas. Busca, finalmente, compreender como o atual contexto contribui para o aumento do número de pessoas que buscam pela via da cirurgia bariátrica, uma saída para obesidade, bem como todos os seus prejuízos morais e impactos no plano subjetivo. Palavras-chave:Corpo, obesidade, subjetividade, cirurgia bariátrica ABSTRACT This paper makes a theoretical reflection of exploratory character, about obesity nowadays. It outlines the main control policies on body modeling in our times, emphasizing the relevance of the moralization of beauty. It also analyzes the new social dictates, led by media coverage of the image through the digital spaces, leading to the overexposure of bodies and forms. It finally seeks to understand how our culture contributes to the increasing number of people seeking bariatric surgery, as a way out of obesity. The authors point out the possible psychological damages as well as its impacts on the subjectivity. INTRODUÇÃOO corpo é palco privilegiado para expressão das diversas manifestações individuais e sociais da contemporaneidade. Seja no real dos atos e relações do cotidiano ou nos escaninhos virtuais, a subjetividade se coloca em tela para contemplação apaixonada (no sentido do pathos) dos outros. Dentre os diversos discursos que normatizam o corpo, a ditadura da magreza talvez seja uma das mais preponderantes e nocivas. Responsável, entre outros fatores, por uma onda de medicalização e intervenções cirúrgicas, cada vez mais crescentes, nos dias atuais. É sobre os diferentes aspectos dessa lógica intricada, que se inicia nas DESAFIOS: Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins -V. 1 -n. 02. p. 149-168, jan/jun. 20151 -n. 02. p. 149-168, jan/jun. . DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2359 [150]construções ideológicas e termina na ponta dos bisturis da medicina, que voltamos o nosso olhar nestas páginas de reflexão teórica.Nos séculos XVII e XVIII ocorreu, na sociedade ocidental, um processo de racionalização promovido pela ocorrência das revoluções científicas, ocasionando o desencantamento e a dessacralização da natureza, em nome da racionalidade científica. As noções de saber e poder tornavam-se entrelaçadas, uma vez que, possuir o saber significava deter o poder sobre o mundo e sobre os homens (Birman, 2007).Entre o final do século XVIII e o início século XIX, houve uma transformação, de ordem histórica, no registro de valores da sociedade, evidenciado através do domínio do discurso médico no que tange as práticas sociais. A partir desse fenômeno, intitulado medicalização do campo social, o discurso da medicina passou a ocupar um campo outrora dominado p...
ResumoAs práticas de extermínio no Brasil têm se dirigido a pobres, mas especialmente a negros pobres. A partir da análise da definição jurídica internacional de genocídio, empreendemos uma investigação acerca do que se produz como sentido sobre e para esta população, no cotidiano. Tomamos como estratégia metodológica a bricolagem, na busca de capturar o que escapa em atos do que o discurso racista busca negar. Nos diversos fragmentos apresentados, tomados de cenas comuns, compartilhadas na cultura e na história, podemos entender a lógica de desqualificação imposta aos negros, bem como uma lógica institucionalizada que aponta para esta população como sendo uma fonte potencial do mal, a ser controlada e eliminada. Além de tais práticas resultarem, de fato, em mortandade consentida de alguns, impõem um cotidiano que produz outros efeitos: diversas formas de morte em vida, seja pelo silenciamento, seja pela imposição de um lugar de desvalorização naturalizada.
ResumoEste trabalho é uma investigação teórica acerca das particularidades do envelhecimento em homens e mulheres no atual contexto de nossa sociedade, tomando como referência as classes média e urbana brasileiras. Analisamos algumas nuances da subjetividade dos idosos, enfocando questões como a dificuldade em lidar com o corpo envelhecido num contexto dominado pelo culto à imagem, bem como os estereótipos e os rótulos que o imaginário social cria acerca do envelhecimento. A partir de um resgate histórico, damos destaque ao silenciamento e ao distanciamento em relação à velhice, especialmente no que toca aos temas da decrepitude, da aposentadoria e da morte, no momento em que, paradoxalmente, a velhice ganha novos campos de circulação nas diferentes esferas sociais. Tentamos também desconstruir as tipologias reducionistas e homogeneizadoras relacionadas ao envelhecimento. Por fim, falamos do trabalho de elaboração psíquica necessário para enfrentar essa última fase da vida. Palavras-chave: envelhecimento; corpo; subjetividade; contemporaneidade; psicanálise. AbstractThis work is a theoretical investigation about the particularities of aging in men and women in the current context of our society, taking as a reference the Brazilian middle and urban classes. We analyze some nuances of the subjectivity of the elderly, focusing on issues such as the difficulty in dealing with the aged body in a context dominated by the cult of the image, as well as the stereotypes and labels that the social imaginary creates about aging. From a historical rescue, we emphasize silence and distancing in relation to old age, especially regarding the themes of decrepitude, retirement and death, at a time when, paradoxically, old age gains new fields of circulation in the different social spheres. We also try to deconstruct the reductionist and homogenizing typologies related to aging. Finally, we address to the work of psychic elaboration necessary to face this last phase of life. ResumenEste trabajo es una investigación teórica a cerca de las particularidades del envejecimiento en hombres y mujeres en el actual contexto de nuestra sociedad, tomando por referencia las clases media y urbana brasileñas. Analizamos algunos matices de la subjetividad de los ancianos, apuntando cuestiones como la dificultad para lidiar con un cuerpo envejecido en un contexto dominado por el culto a la imagen, así como los estereotipos y las etiquetas que el imaginario social crea a cerca del envejecimiento. Desde un rescate histórico, damos énfasis al silenciamiento y al distanciamiento en relación a la vejez, especialmente a lo que se refiere a la senilidad, la jubilación y la muerte, al instante en que, paradójicamente, la vejez gana nuevos campos de circulación en las diferentes esferas sociales. Intentamos también deshacer las tipologías reduccionistas y homogeneizadoras relacionadas al envejecimiento. Por fin, hablamos del trabajo de elaboración psíquica necesaria para llevar adelante esta última fase de la vida. Palabras clave: envejecimiento; cuerpo; s...
Este trabalho é uma reflexão sobre os desafios da psicanálise de grupo na instituição. O texto faz uma análise do contexto institucional desde a reforma psiquiátrica, que buscou o enfrentamento da exclusão social, como processo sociohistórico e simbólico que atinge a identidade do portador e a dos familiares. Assim, a relação entre o cuidado com o sofrimento e a assistência à exclusão é discutida sob o prisma da integração e da revalorização da dimensão clínica do tratamento. A distinção entre demanda, necessidade e desejo é retomada para apontar a importância de manter o sujeito portador no centro do modelo. Em seguida, examina-se a confusão de línguas entre psicanálise, psicoterapia e psiquiatria, apontando algumas das principais questões clínicas e sociais relativas ao atual fazer do analista. O presente trabalho se funda na reflexão sobre o trabalho de grupo em instituição, inspirada em atendimentos semanais a três grupos de pacientes de um CAPS, e coloca a transferência e a mediação grupal como dispositivos necessários para o trabalho em grupo. A psicanálise de grupo é sustentada como forma de elaboração do sofrimento psíquico, redirecionando a própria noção de sujeito.
Endereço: Carlos Mendes Rosa RESUMOEste artigo objetiva colocar em cena que vivemos em uma sociedade em que ser consumidor se torna prerrogativa para a busca da cidadania e para a construção da identidade das pessoas.Utilizando a metodologia de revisão bibliográfica, este trabalho tem como resultados que, dentro da lógica de uma sociedade de consumidores, o processo de mercantilização não acontece somente em relação a objetos e a serviços, mas se estende a subjetividades e a pessoas. O consumo, como atividade central na vida do homem contemporâneo, se coloca como caminho para o alcance da felicidade, que está sempre projetada em algo ainda não alcançado, ainda não comprado, mas em vias de sê-lo. A não-satisfação movimenta a sociedade de consumo que utiliza técnicas de depreciação de produtos tão logo eles tenham sido adquiridos.Conclui-se que emerge uma lógica de valorização do novo e de vulgarização do anterior, que atinge não somente bens materiais, mas também costumes, hábitos, relacionamentos, valores e a subjetividade das pessoas.Palavras chave: Consumo. Contemporaneidade. Subjetividade. Identidade. Falta. ABSTRACTThis article aims to understand that we live in a society where being a consumer becomes prerogative to seek citizenship and the construction of identity of persons. Using methodology of literature review, this work has the results, in according to the logic of a consumer society, the commodification process does not happen only in relation to objects and services, but it extends to the people and subjectivities. Consumption as a central activity in contemporary man's lives is placed as a path to achieve happiness, always projected into something not yet achieved, not purchased, but on the way to be. Thus, the non-satisfaction drives the consumer society using depreciation of technical products as soon as they have been acquired. Emerges a logic of valuation of new and debasement of the old things. Such logic affects material, but also the mores, habits, relationships, values and subjectivity in general. Keywords INTRODUÇÃOEste artigo objetiva colocar em cena que vivemos em uma sociedade em que ser consumidor se torna prerrogativa para a busca da cidadania e para a construção da identidade das pessoas.Em detrimento de uma existência como cidadão, e para a construção da identidade das pessoas. Dentro da lógica de uma sociedade de consumidores, o processo de mercantilização não acontece somente em relação a objetos e a serviços, mas se estende a subjetividades e a pessoas, de modo que o consumo, como atividade central na vida do homem contemporâneo, se coloca como caminho imperativo para o alcance da felicidade, que está sempre projetada em algo ainda não alcançado, ainda não comprado, mas em vias de sê-lo. REFERENCIAL TEÓRICO Cidadania e Consumo: intersecções e exclusões.A Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento assinado pelas Nações
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